O presidente norte-americano Barack Obama encontra-se no Quénia numa viagem que inclui uma curta visita a Adis-Abeba, capital etíope, devendo deslocar-se à sede da União Africana.
Esta é considerada uma visita histórica, por ser a primeira do Presidente Obama ao Quénia, a pátria dos seus ancestrais depois da sua eleição como presidente.
Ele desembarcou sexta-feira à noite no Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta. Acompanham Barrak Obama a consultora da Segurança Nacional Susan Rice, a assessora da política externa, Ben Rhodes, e o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.
A segurança foi reforçada no Quénia há mais de um mês e agentes dos serviços secretos estão “plantados” em locais estratégicos e há relatos de eventuais interrupções nos serviços de telefonia celular.
Obama já viajou para África mais do qualquer outro presidente norte-americano e falou sobre os laços profundos entre a África e os Estados Unidos.
Antes de deixar Nairobi, hoje domingo, terá uma reunião pública no estádio nacional. A ideia dos EUA é apresentar a sua visão sobre uma sociedade civil forte e vibrante como plataforma para as instituições democráticas sólidas, bem-estar económico e promoção de uma economia sustentável, incluindo a consolidação do estado queniano.
De fora ficou a deslocação de Obama à aldeia de Kogelo, a terra natal do seu pai queniano. Isto obrigou a mama Sarah Obama a viajar na sexta-feira de Kisumu para Nairobi para conhecer o seu neto, o presidente Barack Obama.
A avó do presidente chegou ao Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta, sete horas antes da chegada de seu neto.
Um aviãomilitar esteve em estado de alerta para proteger o Presidente dos EUA Barack Obama e sua família em caso de emergência durante a sua visita oficial.
Na semana passada, os norte-americanos deslocaram para o Quénia um avião Boeing V-22 Osprey do Comando da África das Operações Especiais (AFSOC), baseado em Djibuti.
Constavam da agenda de Obama no Quénia, o comércio e investimento, segurança e combate ao terrorismo e democracia e direitos humanos.
Comércio
Obama participou ontem sábado na Cimeira Global sobre o Empreendedorismo onde o Presidente Uhuru Kenyatta destacou o progresso e o potencial do seu país. Impulsionar o comércio e o investimento foi o foco das conversações bilaterais numa altura em que os Estados Unidos são hoje o maior parceiro comercial do Quénia, depois da União Europeia.
Na sexta-feira, foi assinada uma série de acordos desde infra-estruturas e investimentos na saúde. Mas a má reputação do Quénia no combate à corrupção é uma preocupação para os Estados Unidos da América apostados em incentivar cada vez mais o investimento no país, com a Transparência Internacional a colocar o Quénia na posição 145 no seu Índice de Corrupção.
Segurança e combate ao terrorismo foi o tema central das conversações entre Barack Obama e o estadista queniano, com Nairoibi a reafirmar a sua estreita cooperação com as agências de segurança norte-americanas para combater a ameaça do extremismo violento, sobretudo a partir do Al-Shabaab, uma ramificação do Al-Qaeda na vizinha Somália.
Em 1998, o Al-Qaeda atacou a embaixada norte-americana em Nairobi. Desde 2011, tropas quenianas cruzam a fronteira para Somália para combater o Al-Shabaab e mais tarde se juntou à força da União Africana que está apoiar o governo somali internacionalmente reconhecido.
Desde então, militantes do Al-Shabaab intensificaram as suas operações no Quénia, representando um revés para os planos militares visando a defesa e protecção da fronteira.
Avelino Mucavele, em Blintyre, Malawi