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O país do arco-íris vota quarta-feira

Por admin

É já na próxima quarta-feira, dia 7 de Maio, que os sul-africanos vão a votos para eleger o próximo Parlamento, que, por sua vez, elegerá o futuro Chefe de Estado. Na poule position da grelha da partida, e como principal favorito para a liderança do país, está o actual Presidente da República, Jacob Zuma, e o seu partido Congresso Nacional Africano (ANC). 

A única surpresa que o processo conducente à eleição do próximo chefe do Estado sul-africano até agora ofereceu, foi ver Mamphele Ramphele, uma ex-histórica do ANC, agora dirigente do Agang, aceitar o convite que lhe foi formulada por Helen Zille, para ser a candidata presidencial do partido que ela lidera, Aliança Democrática (AD).

Como que a justificar a união entre os dois partidos (AD-Agang), Ramphele disse aos sul-africanos que aquele “é o governo de que eles estão à espera.”

Helen Zille, radiante, classificou Mamphela como “uma pessoa de princípio, possuidora de uma determinação obstinada e que ama a África do Sul acima de tudo”.

Não consigo pensar em melhor candidato à presidência pela AD nesta eleição crucial do que ela, sublinhou Ziller.

Figura carismática da luta política na África do Sul, Mamphela Ramphele é viúva de Steve Biko, o activista dos direitos humanos que foi assassinado em Pretória, em 1977.

 

Jacob Zuma ou JZ, actual Chefe de Estado, deverá ser reeleito para um segundo mandato apesar do seu nome constar de algumas makhas que, de certa forma, abalaram a sua popularidade junto de alguns sectores da sociedade sul-africana.

Aliás, a diminuição da simpatia por Jacob Zuma ficou patente aquando da realização das cerimónias fúnebres do pai da nação sul-africana, Nelson Mandela (Madiba) no passado mês de dezembro quando foi apupado no Soccer Stadium, em Johanesburgo.

Porém, o que deverá pesar para a vitória do ANC é o esforço financeiro feito pelas sucessivas lideranças do país (pertencentes ao partido), que iniciaram com Nelson Mandela, avançaram com Thabo Mbeki, e continuam com o polémico Jacob Zuma.

Aliás, esse esforço financeiro traduziu-se na melhoria relativa das políticas sociais, sobretudo para a população menos favorecida, podendo apontar-se a construção de casas de baixo custo para os mais pobres (cenário que se pode observar a caminho de Nelspruit), e o alargamento da classe média negra.

Contudo, nem tudo são rosas já que grande parte da população continua a viver em condições miseráveis, sendo que o desemprego ronda os 20 por cento, com índices que dobram essa cifra para a população negra.

Analistas apontam que não obstante o ANC vir a sair vencedor do escrutínio deverá perder votos para os pequenos partidos da oposição, como paraAliança Democrática (tem maioria na Cidade do Cabo), que tem vindo a ganhar eleitorado nos últimos anos.

Talvez seja por essa razão que outros cinco partidos da oposição, nomeadamente o Partido Cristão Democrático (ACDP), o Congresso do Povo (COPE), A Frente da Liberdade (Freedom Front Plus), o Partido da Liberdade Inkhata (IFP) e o Partido Cristão Democrático Unido (UCDP), tenham decidido coligar-se para enfrentar as eleições de 7 Maio,

No poder há 20 anos, o ANC ocupa actualmente dois terços dos 400 lugares da Assembleia Nacional.

De referir que o ANC e a federação sindical (a maior do país, com quase dois milhões de trabalhadores em 21 sindicatos filiados) formam uma aliança tripartida com o Partido Comunista Sul-Africano.

As eleições da próxima quarta-feira acontecem no ano em que se comemora os 20 anos da eleição de Nelson Mandela (Tata Madiba) como primeiro presidente da África do Sul e o fim do regime segregacionista do apartheid.

A pesquisa de opinião indica que o ANC provavelmente ganhe 65,5 por cento do apoio dos eleitores numa taxa média de 74,5 por cento de participação no escrutínio.

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