Namíbia celebra bodas de prata
Namíbia celebrou ontem, sábado, o seu jubileu de prata após vinte e cinco anos de independência.As celebrações marcaram o advento do governo liderado pelo novo presidente-eleito Doutor Hage Geingob que substitiu Hifikepunye Lucas Pohamba.
Geingob que é o terceiro Chefe de Estado na história da Namíbia, foi empossado pelo Presidente do Tribunal Supremo Peter Chivute, e para animar os vinte e cinco anos da independência, o governo disponibilizou transporte gratuíto à população para se deslocar ao Estádio Nacional, local onde tiveram lugar os festejos.
Estima-se que cerca de dez mil pessoas participaram nas celebrações que tiveram como condão o facto do presidente-cessante Hifikepunye Pohamba fechar com a chave de ouro o seu mandato ao vencer o prestigiado prémio de cinco milhões de doláres da Fundação Mo Ibrahim.
Ao contrário de outros países africanos, os namibianos foram às urnas em Novembro do ano passado e o novo governo foi instalado ontem enquanto a nova assembleia reuniu-se pela primeira vez na passada sexta-feira.
Os namibianos têm bons motivos para comemorar os vinte e cinco anos de paz e prosperidade, em comparação com o período do domínio do aparthied sul-africano.
O país alcançou oficialmente a sua independência a 21 de Março de 1990.O território foi proclamado um protectorado alemão em 1864. A conquista do Sudoeste africano pelas tropas sul-africanas durante a Primeira Guerra Mundial resultou na sua subsequente administração pela África do Sul no âmbito de um mandato da Liga das Nações Unidas em 1920.
Em Dezembro de 1946, a Organização das Nações Unidas, sucessora da Liga da Liga das Nações Unidas rejeitou um plano da África do Sul para administrar a Namíbia.Mas à força a África do Sul acabou anexando a Namíbia.
A 27 de Outubro de 1966, a Assembleia-Geral das Nações Unidas decidiu terminar o mandato da África do Sul sobre a Namíbia, mas Pretória recusou-se a acatar esta e outra resoluções das Nações Unidas.
No mesmo ano teve início a guerra prolongada de libertação nacional entre as forças sul-africanas de ocupação e o Movimento de Libertação da Namíbia, a SWAPO.
Em 1989, finalmente a implementação da Resolução 435 das Nações Unidas para as eleições justas e livres resultou na ascensão da SWAPO, após cento e seis anos de domínio estrangeiro. A Namíbia conseguiu assim a sua independência em 1990 tornando-se Sam Nujoma o primeiro presidente.
Dados disponíveis indicam que a Namíbia é um país de renda média com o PIB anual per capita estimado em 5.828 doláres, mas com extremas desigualdades na distribuição da renda e do padrão de vida.
A sua economia é impulsionada pelos seus recursos naturais. Mineração e pesca são os principais dinamizadores da economia, enquanto o gado é o maior sector da indústria agrícola.
O turismo também está a crescer rapidamente. A Namíbia é dos maiores produtores do urânio e o sexto maior produtor mundial de diamantes.A exploração dos diamantes tem como principais parceiros, a De Beers e o governo da Namíbia que estabeleceram uma joint-venture 50/50.
Curiosamente, Namíbia está a explorar uma grande dos seus diamantes no mar.A luta contra a corrupção foi um dos principais desafios da presidência de Pohamba, mas o fenómeno continua a ser um cancro e investigações de casos graves estão ainda a ser finalizados pela Unidade Anti-Corrupção.
Namíbia ficou em 58 dos 175 países pesquisados em 2012 no Índice sobre a Percepção da Corrupção da Transparência Internacional.
A chegada ao poder do Doutor Hage Geingob poderá significa a continuação de uma abordagem moderada sobre a questão da terra, em vez de uma mudança radical defendida por alguns activistas da Liga da Juventude da Swapo.
Avelino Mucavele, em Blintyre, Malawi