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Graça Machel avalia mutilação genital feminina na Tanzania

Por admin

 A activista social Graça Machel concluiu este fim-de-semana uma visita à Tanzânia onde esteve em duas escolas primárias construídas pela Acácia Mining na região de Mara no distrito de Tarime.

 

Trata-se das escolas Matare e Nyangoto patrocinadas pela empresa mineira que se dedica à exploração do ouro.

Mara é uma das minas de ouro operadas pela Acácia, uma empresa de mineração que mudou seu nome de African Barrick Gold (ABG) em Novembro do ano passado no âmbito da sua estratégia para torná-la na melhor empresa de mineração em África.

O Admnistrador de Tarime, John Henjewele, disse que Graça Machel vai-se inteirar dos esforços que o investidor está a fazer no desenvolvimento do sector da educação e especialmente na protecção das raparigas.

Antes de visitar a mina, Graça Machel passou algumas horas a avaliar o progresso da campanha em curso contra a mutilação genital feminina e os casamentos prematuros no distrito de Tarime.

A campanha é conduzida pelo Fórum Dignidade Infantil, uma organização não-governamental que conta com o apoio do FNUAP, Fundo das Nações Unidas para as Actividades Populacionais, do Reino Unido e da Graça Machel Trust.

Esta é a primeira vez que uma alta individualidade visita o distrito desde que foi lançada a campanha para proteger as raparigas das mutilações genitais femininas e de casamentos prematuros.

 

SUDÃO DO SUL

Entretanto, ainda na Tanzânia, os três líderes das facções em conflito no Sudão do Sul foram aconselhados a deixar as suas botas em Arusha para serem enviadas para eles depois do retorno da paz e da unidade em Juba.

Falando esta semana um pouco depois das três facções assinarem um acordo que põe termo à guerra civil no seu país, o vice-presidente sul-africano Cyril Ramaphosa destacou o feito alcançado, mas observou que a implementação do acordo poderá ser outro desafio.

Ramaphosa recordou na ocasião um episódio em que o falecido Nelson Mandela esqueceu o seu par de botas na residência da Vicky Nsilo Swai.

As botas foram devolvidas para ele quase trinta anos mais tarde, depois que ele foi libertado da prisão quando ele conduziu com sucesso a África do Sul para uma república livre e democrática”- disse Ramaphosa, acrescentando que o Presidente Salva Kiir e o seu adversário Riek Machar também devem esquecer as suas botas em Arusha, onde foi negociado o processo de paz para o Sudão do Sul.

Uma vez que estamos convencidos de que o Sudão do Sul está de volta para se transformar num país livre e pacífico, o Presidente Jakaya Kikwete, da Tanzânia, vai enviar de volta para vocês os pares de botas, sinalizando uma nova era”- disse Ramaphosa.

Por seu turno, Kikwete usou o ditado Shahili “Kuza siyo kazi, kazi niku kuleya”, (não é difícil dar à luz, mas é difícil trazê-los para cima), indicando que o verdadeiro desafio do Sudão do Sul é a manutenção do Acordo de Paz e não apenas assiná-lo.

O Presidente do Uganda Yoweri Museveni observou que embora a África seja sinónimo de conflitos, não podia dar-se ao luxo de testemunhar a mais jovem nação do mundo mergulhar no caos e em tumultos.

O seu homólogo queniano Uhuru Kenyatta disse que estava ansioso em ver um Sudão do Sul pacífico e próspero porque esta é uma componente importante no bem-estar do leste africano.

Na semana passada, o Secretário-Geral da Comunidade da África Oriental, Richard Sezibera, revelou que o processo de integração do Sudão do Sul para se tornar no sexto membro do bloco regional foi retomado em Junho.

Facções em conflito no Sudão do Sul assinaram um acordo político destinado a impulsionar os esforços para acabar com a guerra civil.

Os chefes de Estado do Uganda, Quénia, Tanzania e o vice-presidente da África do Sul felicitaram a liderança do SPLM pelo estabelecimento do Acordo de Arusha para reunificar o Partido para o bem-estar do Sudão do Sul.

As facções rivais já haviam assinado outros acordos de paz, que entretanto não chegaram a ser cumpridos.

As conversações na Tanzânia constituem um esforço paralelo para o arranque das negociações de paz mediadas pela Autoridade Inter-Governamental para o Desenvolvimento, IGAD, um bloco regional como sede na capital etíope, Adis-Abeba.

Outra ronda de negociações da IGAD terá lugar à margem da reunião da União Africana em Adis-Abeba, no final deste mês.

Esta cimeira da União Africana também vai contar com a participação de Moçambique.

O número total de mortos da guerra civil no Sudão do Sul tem sido mantido em segredo tanto por parte do governo como dos rebeldes, bem como por parte das Nações Unidas, embora o Grupo Internacional de Crise avance que pelo menos cinquenta mil pessoas foram mortas.

 

 

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