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Deslocados de guerra e execuções ofuscam 2014

Por admin

O mundo voltou a não ser tão pacífico como se pretendia, no desabrochar de 2014. Os conflitos militares que eclodiram no Iraque, na Ucrânia, na Síria, no Sudão do Sul fizeram milhares de deslocados e um elevado número de mortos e feridos. De permeio, para não fugir à regra, houve regimes derrubados, alguns pela própria população que decidiu dizer “basta”. O mais fresco exemplo é a de Blaise Compaoré, antigo estadista do Burkina Faso, que teve de deixar precipitadamente o palácio e o país.

Momento (+)

ÉBOLA

A mortífera epidemia de febre hemorrágica teve o condão de despertar, na plenitude, o sentimento de solidariedade internacional que aparecia ter esmorecido depois da Live Aid, um concerto de rock realizado em 13 de Julho de 1985 com o objectivo de arrecadar fundos em prol da população etíope que se debatia com uma grave crise de fome em resultado da seca prolongada que assolava aquele país.

Desta vez, a solidariedade foi para travar Ébola que vitimou já cerca de sete mil pessoas na libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri. As medidas de quarentena, os internamentos prolongados (discutíveis), os entraves à circulação, foram algumas medidas para travar a epidemia.

 O esforço de organizações como Médicos Sem Fronteira (MSF), Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos profissionais de saúde, nomeadamente médicos, e enfermeiros, técnicos de laboratório, farmacêuticos, e não só, foram fundamentais para travar a propagação da doença.

CUBA vs EUA

Cinquenta anos depois, os Estados Unidos da América e Cuba vão reatar as relações de cooperação. Porém e de imediato, os Estados Unidos vão corrigir a designação de  Cuba como Estado patrocinador do terrorismo. Entretanto, segunda alguma imprensa otema dasindemnizações pelas expropriações realizadas há décadas é classificado como "prioritário" para os Estados Unidos nas futuras negociações com Cuba.

As autoridades norte-americanas prevêem discutir com Cuba compensações de sete mil milhões de dólares que empresas dos Estados Unidos reclamam a Havana por expropriações realizadas já há várias décadas, segundo escreve o "The Walll Street Journal".

Citando uma fonte do Departamento de Estado, em Washington, o diário norte-americano adianta que o "restabelecimento de relações diplomáticas permitirá aos Estados Unidos trabalhar de forma mais efectiva com o Governo cubano num leque de assuntos importantes, incluindo o das reclamações das empresas dos Estados Unidos".

A maior parte das indemnizações reclamadas por empresas norte-americanas resultaram de expropriações concretizadas depois de o líder histórico cubano, Fidel Castro, chegar ao poder do país em janeiro de 1959.

Várias empresas, como a Coca-Cola, a Exxon Mobil ou a Colgate Palmolive, têm pendentes processos que ultrapassam os sete mil milhões de dólares, de acordo com as estimativas do "The Wall Street Journal".

Entretanto, o Chefe de Estado Cubano, Raúl Castro já fez saber que toda a negociação com a administração de Obama tem de ter como base o respeito pelo regime político vigente em ambos países e o levantamento ao bloqueio económico que a ilha está sujeita por parte dos Estados Unidos desde 1971.

De recordar que o primeiro aperto de mão entre Obama e castro aconteceu em 2013 durante as cerimónias fúnebres do primeiro presidente negro sul-africano, o carismático Nelson Mandela (Madiba).

Momento (-)

Estado Islâmico

Foi, claramente, a maior dor de cabeça para todas as nações e pessoas de bem no ano de 2014. A Amnistia Internacional, organização de defesa dos direitos humanos, acusou semana finda o grupo radical sunita Estado Islâmico de cometer crimes de guerra e contra humanidade “em larga escala” no Iraque, submetendo mulheres e crianças a “um tratamento particularmente brutal”.

A organização indicou em comunicado que os jihadistas torturam brutalmente os grupos minoritários no Iraque. “Violação e outras formas de tortura e violência sexual, sequestros, privação arbitrária da liberdade e obrigar pessoas a agir contra as suas convicções religiosas são crimes de guerra”, denunciou a Amnistia.

O Estado Islâmico obriga as pessoas que vivem nas áreas que controla a se converterem ao islamismo, além de viverem de acordo com a interpretação sunita da religião e sob a lei charia (o código de leis islâmico). Aqueles que se recusam podem sofrer torturas e mutilações, ou serem condenados a pena de morte. O grupo é particularmente violento contra muçulmanos xiitas, assírios, cristãos arménios, vazidis, drusos, shabaks e mandeanos.

O Estado Islâmico tem pelo menos quatro mil combatentes no Iraque que, além de ataques a alvos militares e do governo, já assumiram a responsabilidade por ataques que mataram milhares de civis.

O Estado Islâmico tinha ligações estreitas com a Al-Qaeda até 2014, mas em Fevereiro, depois de uma luta de poder de oito meses, a Al-Qaeda cortou todos os laços com o grupo, supostamente pela sua brutalidade.

Datas e obituário

1 de Março– Início do conflito armado na Ucrânia, também conhecida como Guerra na Ucrânia ou Guerra no Leste da Ucrânia.

14 de Abril– Sequestro de mais de três centenas de meninas de idade entre 12 e 18 anos pelo grupo islâmico nigeriano Boko Haram.

21 de Maio– Reeleição do presidente Jacob Zuma pelo Parlamento sul-africano para mais um mandato de cinco anos.

12 de Junho– Início da Copa do Mundo de futebol, Brasil-2014.

28 de Agosto– Morre o Presidente da Zâmbia, Michael Sata,  com 77 anos.

26 de Outubro– Reeleição da Presidente Dilma Roussef,66 anos, para um segundo mandato.

30 de Outubro– Blaise Campaoré é derrubado por uma revolta popular em Ouagadougou, Burkina Faso, que terminou com os seus 27 anos de poder.

21 de Novembro– É detido o ex-primeiro ministro português José Sócrates.

André Matola

 

 

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