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CRÓNICA DE VIAGEM: Sensações paradoxais no Médio Oriente

Por Carol Banze

A mais de quarenta mil pés de altura, a aeronave já planava pelos céus de Barém, aproximando- -se da península do Qatar, no Médio Oriente. As linhas abstractas que definem as fronteiras geográficas provocavam sensações adversas: desencadeavam uma sinfonia agridoce de excitação e apreensão, afinal – por um lado – conhecer Doha, capital do Qatar, é para qualquer um (supostamente) tudo de bom. A bela menina que ostenta os melhores versos do seu poema durante as noites, ao apresentar uma constelação hipnotizante de luzes, é uma cidade de arquitectura que combina arranha-céus ultramodernos com elementos da cultura islâmica clássica; um paraíso cravado numa região estratégica que oferece múltiplas vantagens para exploração de recursos naturais. Por outro lado, a posição geográfica desse país árabe do sudoeste asiático, que faz fronteira terrestre com a Arábia Saudita na parte sul, torna-o vulnerável às tensões geopolíticas, não obstante a sua aliança com os Estados Unidos da América, que por lá tem uma base militar instalada.

DUAS FACES DICOTÓMICAS

O Estado do Qatar rima com o progresso. De qualquer modo, o conceito de desenvolvimento lembra, a todo instante, a particularidade de ter encerrada em si duas faces dicotómicas que assumem, portanto, papéis antitéticos. O facto é que os avanços científicos têm anelado em si o condão de gerar o conforto e a opulência – notáveis no dia-a-dia em Doha – mas também, e noutra vertente medonha, o poder da destruição. Com efeito, a cidade futurística experimentou “na pele” a versão mais repugnante da ciência, ao ter o seu espaço aéreo invadido, em Setembro deste ano, num ataque de alta precisão perpetrado por Israel, que resultou em seis mortes. Leia mais…

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