POR EDSON MUIRAZEQUE *
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Na semana passada, a relação entre a Ucrânia e os seus maiores apoiantes viveu momentos de grande turbulência. Um funcionário sénior da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o braço armado dos EUA-Ocidente, sugeriu que a condição para a Ucrânia ser aceite como membro da aliança transatlântica é abdicar de parte do seu território a favor da Rússia. As autoridades de Kiev mostraram-se desapontadas com a sugestão e classificaram-na de “absolutamente inaceitável”. O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, teve de vir a público tentar “dar o dito pelo não dito” dizendo que somente a Ucrânia é que pode decidir sobre conversações para terminar a guerra contra a Rússia. Ainda assim, a sugestão denuncia, por um lado, uma aparente traição à Ucrânia e, por outro, uma evidência de que com os efeitos adversos da guerra a aliança, ou pelo menos alguns dos seus membros, deve estar a ponderar fazer cedências às preocupações de segurança da Rússia.
O mal-estar entre a Ucrânia e os seus maiores aliados do momento instalou-se por causa das palavras de Stian Jenssen, o chefe de gabinete do secretário-geral da OTAN. Falando num painel de discussão na Noruega, Jenssen terá dito que “penso que uma solução pode ser a Ucrânia desistir de território e obter em troca a adesão à OTAN”, tendo acrescentado que “deve caber à Ucrânia decidir quando e em que termos quer negociar”. Apesar desta segunda parte das suas palavras, o mal já tinha sido causado. A Aliança, apercebendo-se do mal que as palavras do seu funcionário haviam infligido aos esforços de resistência da Ucrânia, apressou-se a reafirmar o “apoio total à soberania e integridade territorial da Ucrânia, como os líderes da OTAN reafirmaram na Cimeira de Vilnius em Julho. Continuamos a apoiar a Ucrânia enquanto for necessário e estamos empenhados em alcançar uma paz justa e duradoura”. Leia mais…
