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Ataque ao petroleiro iraniano: uma retaliação da aliança EUA-Arábia Saudita?

Por Idnórcio Muchanga

Informações divulgadas na passada sexta- -feira dão conta de um ataque a um petroleiro que passava pela costa da Arábia Saudita, há 100 Km da cidade portuária de Jeddah. Em Junho e Julho ocorreram ataques a petroleiros passando pelo Estreito de Hormuz. Em Setembro, instalações da petrolífera estatal saudita, ARAMCO, foram atingidas por mísseis. Em todos esses casos, a aliança EUA-Arábia Saudita imputou a culpa ao Irão. Os mísseis lançados na passada sexta-feira atingiram um petroleiro iraniano. Será esta uma retaliação daqueles que acusam o Estado persa de ser o responsável pelo clima de “instabilidade” de navegação na região do Golfo?

Nos próximos dias a imprensa certamente estará repleta de narrativas em torno do ataque ao petroleiro iraniano. Eventualmente, tal como ocorreu com os anteriores ataques, os responsáveis continuarão sendo um mistério mas os Estados “interessados” atribuirão culpas uns aos outros. Com o incidente pode-se prever, portanto, uma maior deterioração das já tensas relações entre os EUA e a Arábia Saudita, de um lado, e o Irão, do outro.

Olhando para a questão dos responsáveis pelo ataque, três hipóteses podem ser avançadas. A primeira, a que parece mais óbvia, mas não necessariamente real, é a hipótese de o ataque ter sido perpetrado ou orquestrado pelos EUA e Arábia Saudita. É do interesse destes dois actores que haja uma resposta aos ataques supostamente efectuados ou patrocinados pelo Irão. Assim, o ataque da passada sexta-feira seria uma espécie de operacionalização do código de Hamurabi, especialmente quando este advoga o princípio de “olho por olho, dente por dente”. Tendo o Irão, supostamente, atacado navios de estados terceiros, é lógico pensar que os aliados EUA-Arábia Saudita, que se autoproclamam os garantes da estabilidade na região, sintam a necessidade de punir o Estado prevaricador (Irão) de forma proporcional. Esta é provavelmente a narrativa que será “vendida” pelo Irão. Leia mais…

Por Edson Muirazeque

* edson.muirazeque@gmail.com

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