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A chantagem de um ditador confesso

por Idnórcio Muchanga

O Presidente da Guiné- -Bissau, Umaro Sissoco Embaló, ameaçou, mais uma vez, dissolver o parlamento do país, caso aquele órgão de soberania não discuta a sua proposta de revisão constitucional. Falando recentemente em Bissau, Embaló avisou que “o Parlamento deve saber que o Presidente… não é qualquer um”, tendo indicado que não vai permitir desordem na Guiné-Bissau e pagará caro quem assim tentar. A frustração manifestada por Embaló está relacionada ao facto de o parlamento do seu país não estar a aceitar curvar-se aos seus comandos relativos à sua vontade de alterar a constituição para lhe conceder mais poderes. A ameaça do presidente, que pode ser interpretada como uma violação do princípio da separação de poderes, se aproxima a uma chantagem que os críticos usam para acusá-lo de estar a promover uma “ditadura” no país.

A Guiné-Bissau é um país que tem vivido constantes crises políticas, com golpes de Estado à mistura. Aliás, o actual presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, embora tenha passado por um processo eleitoral, tomou o poder em circunstâncias que os seus críticos chamam de golpe de Estado. Embaló tomou posse antes de o contencioso eleitoral ter sido resolvido, embora mais tarde as instituições eleitorais e judiciais tenham legitimado a sua vitória. Apesar das promessas de que iria estabilizar politicamente o país, Embaló parece que ainda não encontrou a melhor fórmula para tal e tem recorrido a ameaças para fazer passar as suas vontades. É essa governação na base de ameaças, e a sua “veneração” de líderes militares, que o enquadram na categoria de “ditador confesso”. No que diz respeito à crise política sobre a revisão constitucional, no entanto, as ameaças do presidente parece que estão a ser ignoradas pelo Parlamento.  Leia mais…

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