
Nos momentos iniciais da sua presidência, Joe Biden parece estar a mudar o rumo da política externa dos EUA. Pelo menos a dimensão isolacionista e unilateralista que caracterizou os quatro anos anteriores parece ter os dias contados com o novo presidente. O “mundo” recebeu com agrado o anúncio de que os EUA voltam a juntar-se ao acordo climático de Paris, que o seu antecessor decidira abandonar. Foi com a frase “América está de volta” que Biden sinalizou ao mundo a sua postura multilateral na abordagem de questões de preocupação global como é a questão das mudanças climáticas.
Quem deve estar a respirar de maior alívio são os aliados tradicionais europeus dos EUA, pois a pressão do antecessor de Biden aparenta estar a desvanecer. Os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) encontram fôlego com Biden, pois certamente vai evitar chantageá-los em torno dos gastos na defesa e não vai tomar decisões unilaterais sem, antes, consertar com eles. Com o “América está de volta”, Biden promete reparar os danos cometidos contra a aliança transatlântica e espera recuperar “credibilidade e autoridade moral” para a liderança do mundo Ocidental. Como forma de demonstrar o seu cometimento com os seus aliados da Europa Ocidental, Biden mandou cancelar a retirada de tropas norte- -americanas da Alemanha, tal como tinha sido programado por Trump.