
Importa realçar que durante a vigência da União Soviética, da qual eram parte o Azerbaijão e a Arménia, a região de Nagorno-Karabakh foi, oficialmente, atribuída ao Azerbaijão, apesar da contestação sufocada da Arménia. Esta decisão atribuída a Joseph Stalin nunca foi aceite pela Arménia, que, sufocada, manteve- -se calada até a queda da União Soviética. Portanto, para compreender este conflito é preciso, em parte, conhecer as partes principais do conflito, as partes secundárias do conflito e depois prever o rumo do conflito.
Em relação às partes principais do conflito, parece claro que o Azerbaijão e a Arménia são os protagonistas do conflito. Parece, também, relevante esclarecer que estes dois países têm disparidades assinaláveis. Por exemplo, o Azerbaijão tem dez milhões de habitantes, um PIB de 47 mil milhões de dólares, em 2018, e é produtor de petróleo. A Arménia tem três milhões de habitantes, um PIB de 13 mil milhões de dólares, em 2018, e é produtor de diamantes. Ambos os países, para além de terem as respectivas línguas, azeri e arménio, falam o russo. Em termos de religião, o Azerbaijão é maioritariamente islâmico e a Arménia é maioritariamente cristã. Uma avaliação rápida mostra uma assimetria de capacidades que confere vantagem ao Azerbaijão. Este dado talvez explique o facto de a União Soviética ter dado o controlo de Nagorno-Karabakh ao Azerbaijão, apesar de ser maioritariamente habitado por arménios que controlam a região em disputa. Leia mais...
Por Paulo Mateus Wache*
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