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Sessão dominada pela exigência de maior respeito pela disciplina partidária

Por admin

– até ao fecho da nossa edição os participantes ao encontro procediam ao estudo em grupo das propostas do Plano Quinquenal do Governo do Plano Economico e Social de entre outros documentos tais como a directiva sobre direitos e deveres dos membros do CC   

Cai hoje o pano da IV Sessão Ordinária do Comité Central da Frelimo que vinha decorrendo desde quinta-feira última, na Matola. No decurso daquele encontro os pouco mais de 250 membros da mesma passaram em revista várias questões da vida interna deste cinquentenário partido bem como apreciaram e debateram um conjunto de documentos que deverão servir de bússola na actuação do governo no quinquénio 2015-2019.

 

Foi uma sessão envolta de uma enorme expectativa em razão do desejo ardente de alguns círculos de opinião, dentro e fora do partido no poder, em ouvir qualquer coisa como a discussão da badalada “sucessão na liderança da Frelimo”, assunto este que não constava na agenda proposta pelo Órgão que convocou o encontro (a Comissão Politica da Frelimo). 

É que existe uma certa corrente de membros no seio da Frelimo que entende que uma vez que o candidato da Frelimo as presidenciais de 2015, Filipe Nyusi, venceu as eleições e já foi investido deveria também assumir as rédeas na liderança do partido, sucedendo também lá Armando Guebuza, para que se saia do alegado cenário de “dois centros de poder”.

Ora, o “debate aberto” desta matéria começou nas redes sociais onde pontificavam argumentos de toda a espécie curiosamente vindos de elementos que nunca se assumiram como membros da Frelimo e outros que igualmente nunca esconderam que eram de determinadas forças políticas da oposição.

Segundo apurou o domingo o assunto acabou por ser finalmente levantado numa das sessões restritas e gerou uma calorosa discussão mas com desfecho suspenso. Todavia, a grande maioria dos membros do CC era apologista de se adiar a discussão desta matéria específica para um momento mais apropriado.

A opinião predominante foi no sentido de que nos deveríamos concentrar nas matérias agendadas para esta sessão pois temos documentos tais como o Programa Quinquenal de Governo (PQG) e o Plano Economico e Social (PES) para 2015 que carecem de um debate e aprimoramento pois o executivo deverá apresenta-los e defende-los nos próximos dias no Parlamento”, referiu um dos membros efectivos do CC que optou em falar no anonimato. 

Há quem diga que faltou alguma perícia e/ou astucia da parte dos poucos membros que levantaram e tentaram defender o assunto daí que o debate sobre o mesmo “morreu a nascença” e se propôs de entre varias a ideia de se convocar uma sessão extraordinária do CC para especificamente debater-se esta questão da sucessão na liderança do partido Frelimo, assumida ate agora por Armando Guebuza. Portanto, a procissão vai no adro.

No entanto, alguns círculos de opinião dentro da própria Frelimo consideram inoportuno discutir este assunto agora uma vez que nesta fase o próprio Presidente Filipe Nyusi parece estar mais preocupado em alinhavar e harmonizar as suas ideais com as do seu executivo para logo depois da aprovação do Programa do Governo “entrarem em acção porque as prioridades já foram elencadas, os quadros estão em prontidão combativa e tudo o que falta é agir para melhorar a vida dos moçambicanos”. 

A mim me parece perigoso mordermos a isca que os detractores da Frelimo tentam lançar por via de alguma imprensa que tenta de forma militante forçar a sucessão na liderança do partido no timing e termos em que a questão tem sido colocada. A gestão de um partido sério e bem estruturado como a Frelimo não é pera-doce e estou ciente que a Direcção e militantes de facto da Frelimo sabem disso e também sabem qual será o momento exacto para que tal mudança seja operada, referiu um dos participantes aquele encontro e que falou na condição de anonimato.   

FAZEMOS O QUE OS ORGÃOS DECIDEM E ORIENTAM

O Presidente da Frelimo, Armando Emílio Guebuza, manifestou-se bastante preocupado com a condunta desviante de alguns dos seus “camaradas” que têm sido useiros e viseiros na exibição de uma postura e comportamento que perturbam o funcionamento dos órgãos internos do partido e, como se não bastasse, geram “ divisões e confusão no nosso seio”.

Na verdade Guebuza foi cáustico na sua intervenção durante a sessão solene de abertura da IV Sessão Ordinária do CC da Frelimo onde embora não tenha mencionado nomes expressou a preocupação da liderança desta forca politica com o facto de alguns princípios e valores desta estarem a ser postas em causa mormente no que tange a questão da disciplina partidária.

Para o presidente deste partido, a Frelimo saiu mais coesa e reforçada do seu processo democrático interno de Marco de 2014 e das eleições de Outubro passado mas “ preocupa-nos, todavia, a postura e comportamento de alguns camaradas, que, publicamente engendram acções que concorrem para perturbar o normal funcionamento dos órgãos e das instituições e para gerar divisões e confusão no nosso seio”.

Recordemo-nos, por outro lado, caros camaradas, que quando algumas pessoas, sobretudo as mais barulhentas, nos elogiam é porque querem que cometamos erros. A nossa referência são os órgãos. Nós fazemos o que os nossos órgãos decidem e orientam, pontuou Armando Guebuza alertando em seguida aos membros e outros participantes aquele importante encontro que “saibamos que os nossos adversários não nos querem e nunca vão nos querer bem”.    

Conforme sustentou, os adversários deste partido não querem uma FRELIMO forte, omnipresente e popular; não querem ver o seu Governo forte e a implementar, com celeridade e impacto, o manifesto eleitoral “não querem ver o nosso Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, forte, firme, dando o seu melhor na direcção do Estado porque sabem que isso beneficia não só a ele como aa nossa gloriosa Frelimo”.      

Os nossos adversários batalham, dia e noite, para que o seu sonho seja materializado. Cabe a nós, hoje como ontem, batalharmos, sempre unidos, coesos e firmes, para que esse seu sonho se transforme em pesadelo. A nossa Frelimo e os seus membros de cartão e coração são disso capazes, garantindo que todos nós, moçambicanos, sintamo-nos donos desta Pátria de Heróis, una e indivisível, do Rovuma ao Maputo e do Indico ao Zumbo. Tenhamos sempre presente que os nossos membros e o nosso povo em geral sabem o que querem, referiu Guebuza arrancando aplausos dos seus camaradas que participaram na abertura da Sessão.  

Num outro momento, o presidente da Frelimo afirmou que tanto os membros e o povo votaram não para mudar por mudar mas, isso sim, para mudar para mudar as suas vidas, a vida da Frelimo e de Moçambique para o melhor, “escolhendo a nossa organização politica e o seu carismático candidato, Filipe Jacinto Nyusi”.   

Por seu turno, o porta-voz daquele encontro, Damião José, falando num dos “biefings” com jornalistas repisou a questão da disciplina partidária a qual deve ser respeitada por todos membros como um valor sacrossanto.

O que preocupa a todos nós membros do partido Frelimo é o facto de nalgum momento haver camaradas nossos que têm ideias sobre algum aspecto do funcionamento do nosso partido e não colocam este assunto em fórum e /ou órgãos apropriados. Usam a Comunicação Social. E é aqui onde o nosso Presidente do Partido faz o apelo para que na Frelimo se observe a disciplina como um dos marcos do nosso trabalho, disse.

Relativamente a questão da sucessão na presidência do partido Frelimo o porta daquele encontro explicou que este assunto não constava da agenda proposta pela Comissão Politica para a presente Sessão e “na agenda aprovada pelo CC não vi este ponto incluso”.

Mesmo perante a insistência dos jornalistas o porta-voz da Frelimo escusou-se de tecer qualquer comentário adicional sobre o assunto acima referido alegando que se assim o fizesse estaria a violar, como membro do CC, o princípio que norteia a realização das chamadas “Sessões Plenárias Restritas”.  

Todos nos sabemos qual é o sonho da oposição e dos nossos adversários que é o de fragilizar o nosso partido usando varias manobras dilatórias e naturalmente se nós como Frelimo vamos continuar a trabalhar para que o nosso partido continue forte e esta pretensão dos nossos opositores não tenha espaço, disse Damião José.    

Ainda de acordo com o porta-voz da IV Sessão do CC, um dos assuntos que também foi objecto de discussão nas sessões em plenário e restritas do CC tem a ver com o facto de a Renamo continuar a ser o único partido politico moçambicano armado e com forcas residuais o que constitui uma violação flagrante do Estado de Direito e um perigo permanente a manutenção da paz e estabilidade politica no país.

Tem sido propostos pelos membros do CC que é urgente que se trabalhe no sentido de a Renamo aceite e cumpra com aquilo que assumiu no Acordo de Cessão das Hostilidades no que concerne ao desarmamento dos seus homens armados para que sejam reintegrados em actividades de desenvolvimento do nosso país. Neste momento estes homens e os pronunciamentos do presidente da Renamo constituem ameaça para os moçambicanos e motivo de medo o que vai desencorajar a população a continuar a trabalhar para o desenvolvimento do país onde cada um de nós deve fazer a sua parte, disse o porta-voz da Frelimo.

Organizações Sociais defendem

“um basta” ao belicismo de Dhlakama

As organizações sociais do partido Frelimo, designadamente, a Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLN), a Organização da Mulher Moçambicana (OMM) e a Organização da Juventude Moçambicana (OJM) apelaram a necessidade de se envidarem esforços para o reforço da estabilidade e coesão interna entre os membros da Frelimo e do povo moçambicano, no geral.

Intervindo na sessão de abertura, Fernando Faustino, Secretário-geral da ACLLN disse que o momento actual é da conjugação dos esforços tendo em vista à consolidação da unidade e união entre os moçambicanos.

Acrescentou que é preciso que a população esteja atenta e desvalorize os discursos inflamatórios, divisionistas e belicistas do dirigente da Renamo, Afonso Dhlakama que tudo faz para minar as conquistas do povo e o progresso do país.

O que nós sentimos é uma angústia da população e dos combatentes face aos reiterados pronunciamentos do líder da Renamo que atentam contra o Estado do Direito. Porquê se pretende mudar o percurso histórico e as conquistas do povo? O povo quer uma resposta clara no sentido de se por termo aos discursos tendentes à divisão entre os moçambicanos”, disse Fernando Faustino apelando à honestidade e coesão interna para que o país não resvale para indefinição e abismo.

Por sua vez, Fátima Pelembe, Secretária – geral da OMM afirmou que a esta Sessão teve lugar num momento ímpar para esta organização que este ano celebrou o 42º aniversário da sua existência.

No seu entender, a presente sessão do Comité Central deve produzir, como um dos principais resultados, uma maior coesão da família Frelimo e que saiam todos mais determinados a vencer os obstáculos do desenvolvimento, sobretudo, os aspectos que retardam o empoderamento da mulher.

Frederico Cossa, da OJM, afirmou o que as vitórias que a Frelimo tem estado a conquistar revelam a sua grandeza e a simpatia que os moçambicanos nutrem por esta formação política.

Saudámos ao povo e aos membros do partido por terem sabido levar a bom porto as mensagens conducentes à preservação da paz e unidade nacional. Particularmente aos jovens dizer que as expectativas giram em torno da realização, a breve trecho, do primeiro congresso da nossa organização”, disse Frederico Cossa. 

Quem também saudou a sessão do CC foram as crianças congregadas na organização “Continuadores” que vincaram a necessidade de os membros deste órgão aprovarem um Plano Quinquenal que contempla os aspectos tendentes à melhoria das condições de vida das crianças, nomeadamente, acesso aos cuidados sanitários, educação, entre outros serviços sociais básicos.

José Sixpence e  Domingos Nhaule (textos)

  Alfredo Mueche e Carlos Uqueio ( fotos)

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1 comment

RobertRow 1 de Janeiro, 2024 - 17:34

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