Renamo pede dinheiro ao Chefe de Estado

Conforme introduzimos no texto acima, a Renamo não esconde que quer dinheiro. No que concerne à discussão de questões de natureza económica, a carta da Renamo, dirigida ao Chefe de Estado, tem o seguinte teor:

“O processo de transformação de um movimento militar para um partido político impõe a criação de um leque de condições materiais de vária índole com vista a assegurar uma transição tranquila e sem grandes sobressaltos.

Com efeito, a Renamo lamenta profundamente a forma como são geridos os recursos deste país por beneficiarem apenas o partido Frelimo e seus dirigentes que suportam toda a sua máquina partidária com uso abusivo dos recursos púbicos criando desse uma competição desnivelada junto de outros actores do panorama político nacional.

A tudo isso junta se ainda a falta de transparência na negociação dos contratos de pesquisa, concessão, exploração de recursos que são pertença de todos os moçambicanos.

A Renamo deplora e condena veementemente a forma rápida e injustificada de enriquecimento visível de elites políticas do partido Frelimo e não pugnamos com o discurso segundo o qual os recursos ainda não começaram a dar resultados.

Nas instituições públicas assiste-se a uma crescente onda de delapidação do erário público e não há medidas para inverter esse cenário que em nada contribui para a imagem do país”.

“RENAMO QUER USUFRUIR DA RIQUEZA”

E a carta vai mais longe: “a Renamo, signatária e parceira do Governo no AGP, não entende porque razão continua pura e simplesmente excluída do usufruto de toda uma riqueza que é fruto da paz que ajudou a conquistar e manter durante estes vinte anos. O processo de discriminação vai até ao ponto de seus membros serem impedidos de ter acesso ao emprego no Estado, empresas públicas, participações em empresas participadas pelo Estado, acesso ao crédito bancário, facilidades que assistem aos dirigentes da Frelimo e seus familiares.

Excelência,

“Para manter uma máquina como a Renamo exige-se uma robustez financeira que passa, necessariamente, pela criação de condições concretas e isso passa por uma atitude diferente da actual, onde impera o egoísmo no processo de partilha de riqueza e de oportunidades”.