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Reconstrução da capital custa mais de 94 milhões de meticais

Por admin

A reposição de infra-estruturas destruídas pelas cheias na cidade de Maputo custará pouco mais de noventa e quatro milhões de meticais, valor já disponível. A informação foi tornada pública pelo edil de Maputo, David Simango, no final da visita do Primeiro-Ministro. “Já temos o dinheiro e não vamos solicitar fundos adicionais”, garantiu.

David Simango disse ao Primeiro-Ministro que o Município elaborou planos de curto, médio e longos prazos para reposição de infra-estruturas danificadas.

Ressaltou, por outro lado, a necessidade de novas infra-estruturas serem erguidas em domínios como saneamento básico e bacias de retenção e escoamento.

Não obstante o abrandamento de chuvas, a capital ainda vive no lastro de inundações, havendo bairros que se encontram ainda alagados.
A cidade de Maputo ainda tem dois centros de acomodação e o governo tem plano de desactivá-los o mais cedo possível, o que só é possível mediante um reassentamento acelerado da população em zonas seguras.

O processo de realojamento já iniciou e algumas famílias afectadas foram transferidas para Marracuene, na província de Maputo.

Por outro lado, o Conselho Municipal de Maputo já fez o desassoreamento e remoção de resíduos nas valas de drenagem, permitindo o escoamento das águas, trabalho que decorre a par da limpeza da boca das sarjetas.
Fez igualmente reposição dos solos nas vias públicas e prossegue com o tapamento de buracos.

Foram, no essencial, estas as informações transmitidas ao Primeiro-Ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, que na passada quinta-feira  visitou a cidade de Maputo para uma radiografia sobre a situação de emergência pós-cheias.
Carlos Agostinho do Rosário esteve nos distritos municipais de Kamubukuana e Kamavota, acompanhado pela governadora da cidade de Maputo, Iolanda Cintura, e pelo Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, David Simango.

O governante visitou, demoradamente, os bairros de Magoanine e Hulene, verificando danos causados pela chuva e interagindo com a população afectada.

Refira-se que estes bairros estão localizados em terreno íngreme, propenso a inundações e ao arrastamento de solos.

Em ambos locais, a chuva sulcou a terra, abrindo enormes ravinas que deslocaram habitações, vedações e objectos diversos.

Desde então dezenas de famílias ficaram literalmente sem nada, vivendo da solidariedade de parentes e do resto da sociedade.

SOLIDARIEDADE DO PRESIDENTE

O Primeiro-ministro explicou que a sua visita está no quadro das orientações dadas pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, que enviou mensagem de esperança e solidariedade para com as vítimas.

O governante apelou à população da cidade de Maputo para não regressar às zonas de inundação, devendo privilegiar as zonas mais altas.
“Não podemos viver onde passa a água”, disse Carlos Agostinho do Rosário,
mostrando preocupação pelo facto de a chuva ter criado zonas de inundação que permanecem com águas paradas, o que pode abrir focos para aumento de casos de malária.

Recorde-se que tanto em Magoanine, como no Hulene, ainda existem quarteirões completamente alagados.
A população da cidade de Maputo pediu celeridade no processo de reassentamento. “Estamos a sofrer com a água”, disse um morador de Magoanine “A”, cuja casa está submersa.

MUNICÍPIO PREPARADO

PARA FASE PÓS-CHUVAS

Na reunião conjunta que manteve com governo e município da cidade de Maputo, Carlos Agostinho do Rosário procurou inteirar-se de acções concretas desenhadas para gestão da emergência.
Refira-se que as cheias na capital causaram a morte de cinco pessoas de 2013 para 2014 e duas pessoas de 2014 para 2015.
De 2013/2014 oitocentas habitações foram destruídas e mil e duzentas famílias ficaram afectadas.
Já em entre 2014/2015 mais de seiscentas casas foram arrasadas e quinze mil pessoas caíram na miséria.

De acordo com David Simango, edil de Maputo, estão desenhadas acções a breve, curto, médio e longo prazos na perspectiva de prevenir danos no futuro.
Falando de acções a médio e longo prazos apontou a necessidade de restabelecimento da transitabilidade das vias e montagem de infra estruturas de saneamento, retenção e escoamento das águas.
Relativamente ao apoio das famílias afectadas, o edil da capital garantiu que estão a ser construídas novas casas em campos de reassentamento definitivo.
Sublinhou que para impedir que as pessoas retornem às zonas baixas, o município optou pela demolição das casas nestas regiões ciclicamente críticas.
Trata-se de acções que estão sendo implementadas paralelamente à assistência humanitária às vítimas.

Cinquenta e quatro famílias foram reassentados nos terrenos próximos ao Hospital Psiquiátrico de Infulene e sessenta e uma em Marracuene.
Fotos de fotos de Cesar Bila

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