Em Foco

Quatrocentos mil alunos em exames a partir de amanhã

Texto de Abibo Selemane e Fotos de Carlos Uqueio

Um total de 421 mil e 746 alunos, dos quais 256 mil e 27 da 10ª e 165 mil e 719 da 12ª classe vão à primeira época dos exames anuais do Sistema Nacional de Ensino a partir de amanhã, segunda-feira, até à próxima sexta-feira. Para o efeito, foram formados 892 centros em todo o país. Enquanto isso, inicia, igualmente, amanhã a segunda época das avaliações finais do Ensino Técnico Básico e de Formação de Professores.

O material dos exames já se encontra nas capitais provinciais, onde começou a ser distribuído desde ontem, sábado até hoje, às sedes distritais. O mesmo só poderá chegar aos centros de avaliação algumas horas antes do inicio do processo, excepto naqueles pontos de difícil acesso.

O director do Conselho Nacional de Exames, Certificação e Equivalência, Jafete Mabote, garantiu que todos os alunos inscritos terão os exames na sua carteira no dia de avaliação, uma vez que todos os materiais requeridos pelas escolas foram totalmente impressos e encaminhados. Até ao momento, nenhuma província reclamou défice no material de exames.

Para supervisionar o processo, o Conselho Nacional de Exames, Certificados e Equivalência mandou os seus quadros a partir da sede em Maputo para as diferentes províncias. No total, cada província terá quatro supervisores nacionais. Estes vão se juntar aos supervisores provinciais e distritais.

“A nossa estimativa é de que nenhum centro comece e termine o exame sem ter recebido visita de um supervisor. Há uns que vão ter supervisores permanentes, mas há aqueles, no caso do ensino primário, que vão ter supervisores “volantes”, disse Jafete Mabote.

Mabote referiu ainda que o Governo tomou todas as medidas para que os exames decorram de forma tranquila e sem perturbações.

“Houve grande investimento para colocar os exames nos respectivos locais. Para tal, tivemos ajuda dos governos locais. A nossa expectativa é de que com esta tranquilidade, tenhamos bons resultados. Entretanto, há que recordar que o ano não começou muito bem, pois havia ainda a questão do conflito na zona centro e só se assinou o Acordo de Cessão das Hostilidades em Setembro”, referiu Jafete Mabote.

Num outro desenvolvimento, Mabote lembrou que as escolas afixaram as listas dos júris e da indicação das salas até a passada sexta-feira o que permite aos alunos conhecerem o seu centro de exame.

“O nosso apelo é de que os alunos devem visitar as escolas até hoje, domingo, para se informarem devidamente do júri e sala onde vão fazer. Se falharem hoje, segunda-feira será muito tarde porque é o dia para ir directamente para a sala de exame”, referiu.

O alerta do director do Conselho Nacional de Exames, Certificados e Equivalência é pelo facto de se considerar que há situações em que alguns alunos serão deslocados da sua escola ou sala para outra.

“A turma de exame é composta por 30 alunos e as turmas normais de aulas tem 50 a 60 alunos. Isto quer dizer que uma turma normal divide-se em duas no dia de exame. Então, a escola acaba ficando cheia e com turmas fora”,referiu.

Entretanto, a segunda época da 10ª e 12ª inicia a 10 de Dezembro do corrente ano. Para o efeito, os resultados da primeira época devem ser publicados até 5 de Dezembro, de modo a permitir que os alunos se informem para se prepararem para a segunda época.

Refira-se que amanhã, os alunos da 10ª classe vão fazer as provas de Português e História, enquanto os da 12ª vão fazer Português e Filosofia. De referir que para o ensino técnico profissional médio, os exames decorreram na semana finda.

Os alunos da 5ª e 7ª classe vão realizar os exames da primeira época nos dias 1 a 3 de Dezembro próximo. A segunda época, decorrerá nos dias 15 a 17 de Dezembro. Enquanto isso, a segunda época para o ensino técnico básico e formação de professores inicia amanhã ao nível nacional.

20 PORCENTOS DE ADULTOS

FALTARAM AOS EXAMES

O Ministério da Educação tinha planificado examinar cerca de 93 mil 294 alunos do 3° ano de alfabetização. Os exames da primeira época destes, tiveram lugar nos dias 3 e 4 de Novembro e a segunda época aconteceu nos dias 11 e 12 corrente.

O director do Conselho Nacional de Exames, Certificados e Equivalência disse que do balanço feito depois do processo, constatou-se que cerca de 20 por cento dos examinandos faltaram às avaliações.

As razões para esse facto são várias. Alguns alegam que foi por causa das chuvas que vem caindo em alguns pontos do país que levou a esta abstenção.

Itai Meque maior

rigor no combate à fraude

Domingos Boaventura

mingoboav@gmail.com

O vice-ministro da Educação, Itai Meque, desafiou os professores e outros técnicos do seu sector, a serem mais coesos para evitar fraudes académicas que podem manchar os exames que arrancam amanhã, à escala nacional.

Itai Meque lançou o repto na cidade de Chimoio, capital da província de Manica, durante o encontro com professores, coordenadores das ZIPs, técnicos do sector a vários níveis, chefe das repartições, entre outros participantes da reunião por ele orientada, com o principal objectivo, de aferir o grau de preparação e organização os exames 2014. Este ano, Manica vai examinar um total de 129.946 alunos.

No ensino básico, serão examinados 92.729 estudantes. Já para o ensino secundário a cifra é de dois mil e 819 alunos, enquanto o ensino técnico profissional tem registado quatro mil e 558 examinandos. Ainda nesta primeira mesma época, sete mil e 470 pessoas que frequentam o terceiro ano na Alfabetização e Educação de Adultos (AEA) serão submetidos aos exames e outros 370 alunos do centro de formação de professores também farão exames a partir de amanhã.   

Dirigindo-se aos presentes, Itai Meque referiu que o rigor e a responsabilidade dos professores e outros intervenientes do processo continuam a ser o principal mecanismo para combater a fraude académica, sobretudo na época dos exames, momento em que estas práticas têm sido frequentes, envolvendo alunos e, por vezes, alguns professores.

Ele lembrou que o professor deve ser visto como peça chave para que os exames decorram sem grandes constrangimentos. “O professor continua a ser o elemento principal para o sucesso. Sem ele não seremos capazes de alcançar aquilo que são os nossos objectivos, o de examinar adequadamente os alunos. Garantir que tudo corra da melhor maneira para o bem do nosso processo de ensino em geral”, disse Meque. 

Itai Meque referiu ainda que o professor não pode ser visto com desconfiança, como sendo o promotor da fraude ou corrupção durante os exames. Deve sim continuar a merecer confiança por parte de todos, deixando de fora todos preconceitos que possam surgir em relação a este servidor público.

Este esforço, segundo Itai Meque, tem como único objectivo, garantir melhor controlo durante os exames e, consequentemente produzir resultados que espelham o bom trabalho desenvolvido durante todo ano.

O vice-ministro da Educação também falou do trabalho de supervisão dos exames, chamando atenção aos técnicos de supervisão de exames e outros quadros que no lugar de desempenhar a sua tarefa com zelo e responsabilidade, constituem alguma ameaça para o professor.

Temos que confiar em primeira mão no professor. Ele merece confiança de todos. Ele é muito importante. Nenhuma sociedade se desenvolve sem o professor. Mesmo ao nível do Ministério da Educação, nenhum técnico está autorizado a ordenar a um professor para aumentar ou diminuir uma nota para beneficiar ou prejudicar qualquer aluno. Mesmo eu que sou vice-ministro não estou autorizado a fazer isso. Temos que explicar isto, porque alguns professores ou vigilantes, no lugar de garantir, perturbam a ordem durante os exames”, disse Meque, para quem a atitude do professor ou vigilante não pode manchar o trabalho e a classe em geral.

Esses apelos têm como objectivo garantir que este ano os exames não sejam machados por fraudes tal como aconteceu num passado mais recente.

Num outro desenvolvimento, Itai Meque saudou o empenho do governo provincial de Manica que nos últimos tempos tem envidado esforços para resolver o problema dos professores, sobretudo no que diz respeito às promoções, evolução na carreira por tempo de serviço, progressões e mudanças de carreira.

O vice-ministro disse na ocasião, que de um total de mil e 106 promoções planificadas para este ano em Manica, mil e 38 foram executadas, o que corresponde a 93.8 por cento da meta.

Nas evoluções de carreira por tempo de serviço foram processados 77 dos 557 processos, enquanto nas progressões, 535 casos foram tramitados dos 713 previstos para o presente ano. No que diz respeito à mudança de carreira, os números são animadores. De um total de mil e 676 processos previstos, mil e 513 conheceram o seu desfecho, representando 90.2 por cento de realização.

Ainda no período em alusão, de um universo de mil e 80 funcionários em situação irregular, mil e 50 viram os seus casos regularizados e com vistos do Tribunal Administrativo. Outros 30 processos ainda estão a ser tramitados e até final do ano todos poderão ser regularizados.

Durante os três dias que esteve na província de Manica, o vice-ministro da Educação visitou, para além da cidade de Chimoio, o distrito de Macate, onde também manteve encontro com professores e outros quadros do sector de Educação.

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