Início » Quando se corre com gosto…não se cansa

Quando se corre com gosto…não se cansa

Por admin

já esta quarta-feira que o eleitorado vai escrever com tinta indelével as palavras “aprovado” e “reprovado”, em forma de cruz, depois de duas semanas a ouvir os candidatos explanarem os seus projectos, ideias e convicções.Ciente desse facto, nos últimos três dias, o candidato da Frelimo à liderança do município de Nampula, Absalão Adolfo Siueia, 52 anos, e o respectivo partido, Frelimo, “meteram turbo na caça ao voto”, tudo isso debaixo de um calor abrasador, num claro sinal de que não querem deixar fugir aquela edilidade, que sempre pertenceu ao partido do “batuque e maçaroca”.

Por exemplo, na sexta-feira última não eram ainda dez horas da manhã e já o candidato da Frelimo se tinha reunido com o empresariado local, que lhe prometeu apoio total no escrutínio do dia 20. E de um empresário recebeu um cheque para minorar o esforço financeiro da sua campanha.

O encontro entre o candidato e o empresariado decorreu sob o signo de sinceridade visto que os empresários afirmaram “olhos nos olhos” que não querem ser secundarizados ou esquecidos na prestação de serviços ao município, após ele se instalar na poltrona destinada ao Presidente do Conselho Municipal da cidade de Nampula, ora ocupada por Castro Namuaca.

Absalão jurou honrar o compromisso, mas alertou para a necessidade do patronato sensibilizar os trabalhadores a votarem nele e no seu partido, porque só assim ele poderá cumprir as promessas feitas.

Com o voto do empresariado no bolso, Absalão partiu à busca de mais votos nos bairros onde a estratégia passava ora por orientar comícios, ora por efectuar campanha porta-a-porta.

Por exemplo, na zona de Muahivire-Expansão, arredores da cidade cimento, Siueia depois de ouvir as preocupações dos populares que acorreram ao seu comício elencou as cinco prioridades, a saber:

– Primeiro, ampliação do sistema de abastecimento de água, nomeadamente água canalizada e abertura de furos.

– Segundo, construção de mais salas de aulas para os níveis EP1 e EPC, e, se possível, uma escola secundária até ao nível de 10ª classe.

– Terceiro, construção de um Centro de Saúde e, uma vez mais, se possível, com maternidade.

– Quarto, urbanização dos bairros, antes que hajam grandes aglomerados populacionais, e ainda construção de uma paragem para o transporte semicolectivo de passageiros, isto na estrada que atravessa o bairro suburbano de Mutomote.

 A pretensão dos moradores em ver a estrada asfaltada é mais do que justificada já que a circulação de motorizadas e carros faz com que se levante continuamente do chão densas nuvens de poeira. Caso aquele cenário perdure por demasiado tempo algumas pessoas poderão ser acometidas por Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), como Asma, Bronquite, etc.

Findo o comício, o candidato pelo partido Frelimo atacou os vendedores do mercado conhecido por Control, onde paciente e pedagogicamente foi pedindo voto de todos vendedores, isto depois de prometer os residentes de Mutomote de que tudo fará para a extensão da energia eléctrica “porque  existirão condições básicas para o efeito como arruamento para colocação de postes para o transporte de electricidade”.

Satisfeito com o seu trabalho, Siueia arrancou para a cidade cimento tendo atacado o Mercado Central. Houve festa grossa. A festa do voto. A festa que só a democracia proporciona. Saiu com a promessa de ser votado. Era o início da tarde, que acabou se revelando de muito trabalho, perseverança, vontade e esforço. Faltava atacar o bairro Gorongosa, paredes meias com a zona cimento. Dali também saiu com a promessa de ser votado.

Para a zona cimento, Adolfo Siueia elegeu como prioridades o melhoramento do tratamento de resíduos sólidos; tratamento e conservação de jardins; construção de sanitários públicos e melhoramento dos serviços nos mercados; “e um tratamento especial para os operadores informais”.

 “Não vamos banir nem lutar, muito menos eliminar os operadores informais. Vamos, sim, criar condições para que haja espaços onde eles possam realizar as suas actividades sem prejudicar os munícipes nos passeios e noutros locais”, disse o candidato.

Ontem, o candidato da Frelimo trabalhou em Mapara e Mukwache e, uma vez, voltou a enfatizar os seus propósitos: “Votem em mim que terão como resultado uma cidade limpa, atraente e próspera”.

MDM TAMBÉM NA LUTA

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e o seu candidato, Mahamudo Amurane, também não deixaram os seus créditos em mãos alheias. Atacaram os bairros e mercados, para além de fazer o incontornável “porta-a-porta”.

Aliás, esta parece ter sido a luta pelo voto do mercado – formal e informal -. É que nenhum dos candidatos e partidos desperdiçou o contacto directo com este importante eleitorado, que no próximo dia 20 o seu voto pode fazer toda a diferença.

Os simpatizantes do MDM e o respectivo candidato, Mamudo Amurane, também calcorrearam na sexta-feira quilómetros tanto na zona cimento como na zona suburbana e quando as pernas ainda o permitiam, sobretudo às primeiras horas da manhã, dançavam e cantavam para atrair mais a atenção do potencial eleitorado, tudo isso apoiado por um carro DJ que ia lançando o desiderato do candidato.

Aliás, ainda na sexta-feira Mamudo Amurane pediu voto, entre outros locais, nas zonas residenciais de Matadouro e Mapara. Por exemplo, no mercado informal de Ntota, arredores da cidade cimento, o candidato do MDM prometeu melhorias significativas no saneamento do meio e ainda a construção de um novo mercado. Acrescentou que vai tudo fazer para combater à criminalidade que grassa por aquelas bandas.

Ontem, sábado, os membros dos MDM optaram por uma e outra passeata pela cidade. As promessas de Mamudo Amurane e do seu partido MDM serão postos à prova na próxima quarta-feira, quando os eleitores forem às urnas e, sozinhos, no gabinete do voto, traçarem um “xis” em cada um dos dois boletins a que têm direito. Segunda e terça-feira estão reservadas para a reflexão dos eleitores para votarem em consciência. Para já triunfou o civismo. A campanha decorreu de forma ordeira.

 

Add

Niassa: a vez de garantir

condições logísticas

Depois de 15 dias de intensa campanha eleitoral durante os quais os candidatos e respectivos partidos percorreram as cinco cidades e vilas, onde vão decorrer as eleições autárquicas de 20 de Novembro próximo, os órgãos eleitorais desdobram-se agora, no sentido de criar condições logísticas, técnicas e humanas para garantir um processo livre, justo e transparente.

Com efeito, termina hoje na capital provincial de Niassa, Lichinga, a formação de mil e 113 Membros de Mesas de Voto (MMV), dos quais 985 serão efectivos e os restantes 148 suplentes. Estes, de acordo com Francisco Nhachungue, director provincial do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral, STAE, vão trabalhar em 197 mesas de votos a serem instaladas nas cinco autarquias, nomeadamente, as cidades de Lichinga e Cuamba e vilas de Marrupa, Metangula e Mandimba.

Assim, a cidade de Lichinga, com 103 mesas de voto, contará com 515 membros efectivos e 77 suplentes, enquanto Cuamba vai trabalhar com 245 membros efectivos e 37 suplentes, em 49 mesas de votos. As vilas de Metangula e Marrupa, com 14 e 15 mesas de voto cada uma, terão em funções 70 e 75 membros efectivos, respectivamente, e 11 suplentes. Finalmente, na recém-promovida autarquia de Mandimba vão funcionar 16 mesas de voto, sendo assistidas por 80 membros efectivos e 12 suplentes.

No que diz respeito à campanha eleitoral, durante os 15 dias de caça ao voto, todos os candidatos elegeram, preferencialmente, o problema de água como “isca” para convencer o eleitorado a votar em si e nos seus partidos. A escolha desta área sensível tem em conta o facto de a maioria da população do Niassa estar a consumir água imprópria, devido, principalmente, ao facto de as taxas de cobertura deste precioso líquido nas autarquias visadas serem extremamente altas.

Para além da água, os candidatos incluíram nos seus manifestos eleitorais o melhoramento das vias de acesso, urbanidade, recolha de resíduos sólidos e acesso ao transporte público. Porém, em relação à vila de Marrupa, os candidatos da Frelimo e do MDM – os únicos – aproveitaram-se do facto de a autarquia estar a abraços com problemas sérios de erosão para prometerem a sua solução, mesmo reconhendo que ele é de difícil solução. De referir que a vila de Marrupa corre sérios riscos de ser “engolida” pela erosão, se medidas urgentes não forem tomadas para a sua solução.

Nota curiosa nesta campanha é que, com a excepção de Metangula, onde as duas senhoras são comerciantes, as cidades de Lichinga, Cuamba e a vila de Marrupa serão dirigidas, durante os próximos cinco anos, por professores de profissão, já que os dois partidos foram a esta classe escolher os candidatos a presidentes dos respectivos municípios. Já em Mandimba, o candidato da Frelimo é técnico e o do MDM é docente de carreira.

 

Você pode também gostar de:

Propriedade da Sociedade do Notícias, SA

Direcção, Redacção e Oficinas Rua Joe Slovo, 55 • C. Postal 327

Capa da semana