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Profissionais de Saúde desconvocam greve

Por admin

A Comissão de Profissionais de Saúde Unidos de Moçambique (CPSU), parceira da Associação Médica de Moçambique (AMM) na greve no sector de Saúde, optou pelo regresso ao trabalho,

 admitindo mesmo que falhou na opção que tinha tomado. É o divórcio à vista entre os médicos e outros profissionais da área, quando o Governo avisa que não irá pagar salário a funcionários que não se fizeram aos postos de trabalho.

 

A “lua de mel” entre os médicos e outros profissionais de saúde parece ter chegado ao fim. Surgiu a primeira fissura num “casamento” que durou apenas quatro semanas. A Comissão dos Profissionais de Saúde Unidos de Moçambique (CPSU), pela voz do seu presidente Adolfo Bau Ekwale, desconvocou a greve, abalando terrivelmente o seu parceiro.

“Nós, a Comissão dos Profissionais de Saúde Unidos de Moçambique, para o bem-estar de todo o povo moçambicano e dos profissionais de Saúde, anunciamos a suspensão da greve que se fazia sentir ao nível do nosso território”, disse Adolfo Bau, numa declaração à Televisão de Moçambique (TVM), divulgada sexta-feira última. 

Na mesma mensagem, Adolfo Bau Ekwale apela a todos os profissionais de Saúde para regressarem às unidades sanitárias a fim de retomarem as actividades profissionais.

Bau reconhece que a greve dos profissionais de Saúde não foi a melhor via encontrada para a reivindicação dos seus direitos. “Queremos, em nome dos profissionais da Saúde, pedir as nossas sinceras desculpas pelo modo usado por nós para apresentarmos as nossas preocupações…”, disse, acrescentando:“Confiem em nós. Voltaremos aos nossos postos de trabalho para exercermos a nossa actividade e a nossa profissão com zelo e esperamos a vossa máxima confiança”.

Bau explicou que a associação que dirige decidiu parar com a greve, porque constatou que o Governo está a estudar mecanismos para solucionar preocupações dos profissionais de Saúde.

“Pensamos em retomarmos e com o tempo iremos manter o contacto permanente (com o Governo), de modo a ter solução dos nossos problemas enquanto cuidamos do nosso povo”, sublinhou.

 

AMM abalada com a separação

Relativamente à desconvocação da greve pelo seu parceiro, a Associação Médica de Moçambique (AMM) reagiu nos seguintes termos: “Estamos a saber agora pela televisão que o porta-voz da Comissão dos Profissionais de Saúde Unidos (CPSU) anunciou, de forma individual e sem consulta à Direcção da CPSU, a desconvocação da greve”.
No mesmo comunicado, a AMM revela que esta não é a decisão da direcção da CPSU e refere “que não permitirá que  acções individuais se tornem em decisões colectivas”.

A Associação Médica de Moçambique ressalva que ao longo da tarde e início da noite de sexta-feira esteve reunida no Ministério da Saúde, onde discutiu pontos do caderno reivindicativo, com particular enfoque à questão salarial, abordando, ainda, questões relacionadas com as ameaças, processos disciplinares e sobre a suspensão da pós-graduação.

Refere ainda que ainda não se chegou a um consenso sobre estas matérias e, por isso, “as negociações ainda não terminaram”, facto que não impediu a realização de uma marcha ontem na cidade de Maputo, na qual os médicos reiteraram a vontade de continuarem com a greve mesmo sem contarem com o seu principal aliado.

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