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Polícia deve ser implacável no combate ao crime

Por admin

O Presidente da República, Filipe Nyusi, desafiou, sexta-feira última, em Maputo, a Polícia a ser implacável no combate ao crime para que os cidadãos se sintam protegidos e vivam tranquilos.

O combate ao crime organizado constitui um dos principais desafios da Polícia da República de Moçambique (PRM) e esta deve ser implacável na sua actuação para que os cidadãos se sintam tranquilos.

O Presidente da República, Filipe Nyusi, proferiu estas palavras sexta-feira última em Maputo, no desfile alusivo aos 40 anos da PRM decorrido no Campo do Maxaquene.

Segundo o Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança (FDS), Filipe Nyusi, a acção da Polícia deve ser complementada por iniciativas comunitárias de prevenção e combate à criminalidade.

Segundo Nyusi é crucial que se fortaleçam os mecanismos de ligação com o cidadão, através dos Conselhos Comunitários de Segurança.

“Quando agentes da Polícia são apanhados nas redes de traficantes de cornos de rinoceronte, pontas de marfim, droga diversa ou como facilitadores do cometimento dos mesmos ilícitos criminais, ficamos sem sono”, disse .

O Presidente da República ajunta que quando de forma reiterada são informados de que um Polícia atirou a matar contra cidadãos inocentes, porque o fez como recurso não à lei, mas aos seus ânimos, nalguns casos umbilicais e egoístas, ficam igualmente sem sono.

“Incomoda-nos sabermos que alguns membros da Polícia, às vezes, são acusados de estarem a contribuir para a retracção da entrada de turistas estrangeiros, pelo exagerado número de vezes que ordenam a paragem dos automobilistas”, lamentou oestadista.

Aos agentes da Polícia pediu para que saibam ouvir, entender e analisar as opiniões e percepções dos cidadãos a quem juraram servir.

 

Filipe Nyusi concluiu apelando à sociedade para que seja polícia do polícia, denunciando, com honestidade, os comportamentos desviantes com os quais alguns agentes teimam em denegrir a imagem real da respeitada corporação, fortalecida pelos 40 anos da sua existência.

Génese da corporação retratada em livro

“Um polícia anda sempre com a coluna vertical bem esticada, com um passo bem cadenciado. Esse, sim, é um Polícia!”-in Samora Machel, expressão retirada da obra 40 anos da Polícia “Passado de glória, presente de maturidade e desafio de profissionalização”, da autoria de Hélio Filimone,lançado quinta-feira última em Maputo.

A obra de 548 páginas e prefaciada pelo Presidente da República e Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança (FDS), Filipe Nyusi, foi escrita no contexto das comemorações dos 40 anos da criação da Polícia da República de Moçambique (PRM) que se assinalaram no passado dia 17 de Maio.  

Trata-se de um livro que se debruça sobre os três momentos pelos quais a corporação passou, desde 1975 até 2015, a que Hélio Filimone designou de “Passado de glória, Presente de maturidade e Desafios de profissionalização”.

Para dar corpo à obra em alusão, o autor buscou a história da criação da Polícia Popular de Moçambique (PPM) através de depoimentos orais com os pioneiros da corporação, nomeadamente Afiado Sitoi, Alberto Mondlane, Alberto Acone, Adelino da Silveira, Alberto Ajuda, José Nhatave, Custódio Zandamela, Pascoal Ronda, Miguel Chissano, Zacarias Cossa, Zeferino Zandamela, Luís Mangueza, João Manguele, Eduardo Mussanhene, para além de uma dedicatória a título póstumo à figuras como Nataniel Macamo e Zinocacassa. 

A partir desse ponto foi discorrendo sobre todo o processo organizacional da corporação e respectivos ramos, como sejam a Polícia de Ordem e Segurança, Polícia de Investigação Criminal, Polícia Fronteira, Costeira, Lacustre e Fluvial, Unidade de Operações Especiais e de Reserva, Intervenção Rápida, Protecção de Altas Individualidades, Operações de Combate ao Terrorismo e Resgate de Reféns, Unidade Canina, Unidade de Cavalaria e Unidade de Desactivação de Explosivos.

Tendo em conta o fim último da polícia no momento de juramento da bandeira, Hélio Filimone, fez uma incursão aos direitos e deveres dos membros da PRM em exercício de funções, explicando em que condição se pode usar a arma de fogo, símbolos, títulos, honras e critérios de atribuições de patentes e postos.

PRM EXTERIORIZA

LEGADO HISTÓRICO

O prefácio escrito pelo Presidente da República, Filipe Nyusi diz que a PRM representa a geração que recebeu um legado repleto de honras, glórias e exaltantes sucessos. E ressalva que a PRM é uma das faces visíveis e incontornáveis desse legado político e histórico.

“A PRM exterioriza um legado histórico dos libertadores da Pátria e dos fundadores da Nação. Os seus ensinamentos devem impulsionar as novas gerações de agentes da polícia para encarar com firmeza os desafios e ameaças”, refere o Presidente da República no prefácio.

Segundo Nyusi, a obra, para além de ser inédita na história da PRM, é um contributo sem precedentes para a divulgação da génese e desenvolvimento da corporação. O Presidente prossegue afirmando que o mérito da polícia reside também no facto de apresentar perspectivas sobre o futuro da corporação, pois visa garantir a ordem, tranquilidade e segurança pública.

“O lançamento da obra acontece numa altura em que celebramos o 40º Aniversário da Independência Nacional, o que se traduz no incremento às responsabilidades que recaem na PRM, quanto à protecção das nossas conquistas duramente obtidas”, lê-se no prefácio da obra.

40 ANOS EM AMBIENTE DE TRANQUILIDADE

O ministro do Interior, Jaime Basílio Monteiro, refere que a Polícia deve continuar a lutar por promover continuamente um ambiente de tranquilidade.

Segundo o ministro, espera-se uma Polícia madura, como a que celebra 40 anos, suficientemente talentosa para melhorar o aspecto de segurança no país. “Sinto que é o momento de atribuir medalhas aos profissionais desta Polícia, disse Monteiro.

Jaime Basílio Monteiro faz alusão ao facto de em algum momento à força policial ter-se juntado elementos das forças armadas na defesa do país, daí que tais profissionais merecem reconhecimento nestes 40 anos.

“É muito! Criaram e mantiveram esta Polícia sempre de pé. Daí que considero ser sensato reconhecer publicamente esses profissionais”, defende.

Pioneiras na corporação

A geração pioneira da Polícia inclui 20 mulheres seleccionadas a dedo pelo Presidente Samora Machel e coadjuvado pelo Comandante do Centro de Instrução Político Militar de Nachingwea, Aurélio Manave, nas Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM).

Reza a história que o grupo das 20 primeiras mulheres especiais que fundaram a PRM partiram de Nachingwea em Maio de 1975 num barco da Marinha de Guerra da Tanzânia até a cidade da Beira.

Mais tarde seguiram de carro até Maputo para receberem treinos sobre as especificidades da Polícia, artes marciais por parte de um instrutor tanzaniano.

Fazem parte deste grupo Alexandrina Saranga, Amélia Franklin, Augusta Lalá, Clara Dimande, Dora Manjate, Filomena, Guilhermina das Visitas, Helena Inquina, Isabel Nhassengo, Lucinda Tivane, Judite Florêncio, Julieta Luciano, Maria de Lurdes Manuel, Nasma Jehta, Raquel Chau, Raquel Mondlane, Rosa Fernandes, Silencia Cumbe, Violeta Cegueira, bem como Francelina Mfumu e Helena Zefanias já perecidas.

Jaime Cumbana

Jacumbana@gmail.com

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