A Ordem dos Médicos de Moçambique (OrMM) emitiu esta semana um comunicado sobre a greve dos profissionais do sector na qual afirma estar “a seguir com muita apreensão a evolução da
situação envolvendo médicos e outro pessoal de Saúde”. Passamos a transcrever o referido documento:
“A Ordem dos Médicos de Moçambique (OrMM), no cumprimento das suas atribuições estatutárias, reuniu-se no dia 28/05 com a Associação Médica de Moçambique (AMM) para fazer a avaliação da situação da greve dos médicos e estudar o papel que a Ordem dos Médicos pode desempenhar nesta situação gravosa na assistência médica às populações, e torna público o seguinte:
1 – A Ordem dos Médicos está a seguir com muita apreensão a evolução da situação envolvendo médicos e outro pessoal de saúde, que apesar das tranquilizadoras informações oficiais está a pôr em risco a vida dos doentes.
2 – Repudia o formato “Directrizes da 2ª Greve Geral dos Médicos em Moçambique”, que contraria o Código de Ética e Deontologia e apela a todos os médicos o seu cumprimento escrupuloso, designadamente a de prestarem os serviços mínimos essenciais (entenda-se ronda nas enfermarias e serviços de urgência).
2.1. – A evitarem por todos os meios, que a greve prejudique de foram irreversível a vida dos doentes.
2.2. – A garantir a reputação que a classe médica goza na Sociedade.
3 – Apoia a Associação Médica de Moçambique na sua justa luta pela melhoria das condições de trabalho e da vida dos médicos, de forma a garantir a prestação de cuidados de saúde em geral e dos actos médicos em particular, com a qualidade a que os cidadãos têm direito.
4 – Lamenta profundamente a forma pouco séria com que o Ministério da Saúde tem lidado com a situação e apela a uma contenção verbal que não exacerbe mais os ânimos, considerando que a escala de violência pode entrar numa situação difícil de controlar.
5 – Repudia com veemência a detenção do Presidente da Associação Médica de Moçambique, Dr. Jorge Arroz, que considera inaceitável, opõem-se a qualquer tipo de intimidação de tipo totalitarista contra um cidadão nacional, e defenderá intransigentemente com todos os meios ao seu alcance, um Estado de Direito Democrático e dos Direitos e Liberdades Fundamentais.
6 – Apela ao bom senso da Associação Médica de Moçambique, à Comissão de Profissionais de Saúde Unidos e ao Ministério da Saúde, para que em benefício dos doentes:
6.1 – se criem as condições necessárias para terminar a greve o mais rapidamente possível, dada a situação grave e danosa para a Saúde.
6.2 – se engajem num diálogo construtivo e aberto com base nos instrumentos já acordados.
O Colectivo da Direcção da Ordem dos Médicos mandata o Senhor Bastonário a tomar a iniciativa de propor um encontro ao mais alto nível com sua Excelência o Primeiro-Ministro para discutir estes assuntos”.