Em Foco

Moçambique com reputação internacional invejável

Moçambique goza de uma boa reputação a nível internacional, por um lado, pela forma como saiu de um conflito complexo e pela contínua estabilidade, por outro, pelo desempenho económico positivo, na sequência de escolha de políticas macroeconómicas eficientes e eficazes, segundo defendeu o Presidente da República (PR), Filipe Jacinto Nyusi por ocasião do lançamento das celebrações dos 40 anos do estabelecimento de relações diplomáticas com o mundo. O lema escolhido para estas celebrações é: “Moçambique no Concerto das Nações: 40 Anos de Amizade, Solidariedade e Cooperação”.

Segundo o Presidente da República, a implementação dos programas de reconstrução nacional e de aprofundamento da reconciliação permitiu que o país passasse a incidir as suas atenções no lançamento das bases para o desenvolvimento económico e social

Nyusi que falava semana finda em Maputo ressalvou que apesar de Moçambique ter conhecido um conflito armado após a sua independência muito rapidamente conseguiu restabelecer a paz através do envolvimento das suas lideranças.

“É por esta e outras razões que o nosso país e ou através dos seus líderes de referencia é frequentemente convidado a liderar missões de mediação de conflitos a nível regional e continental. Citamos a título de exemplo o nosso envolvimento nas negociações que levaram ao fim do conflito no Burundi. Recentemente, Moçambique esteve envolvido nos esforços de reconciliação no Uganda, Madagáscar e Sahara Ocidental”, observou o Chefe do Estado.

O Presidente da República disse ainda que em face dessa evolução o nosso país tem todas as premissas para emergir nas próximas décadas como um país economicamente mais forte do que é hoje.

“A descoberta de imensos recursos naturais no subsolo impõe novos desafios ao país. A nossa aposta é de assegurar que a sua exploração seja gerida de forma sustentável, transparente e objectiva de forma a garantir que os seus benefícios sirvam o desenvolvimento e a prosperidade de todos os moçambicanos”,sublinhou o estadista moçambicano.

O Chefe do Estado reiterou a sua disponibilidade de se encontrar com os líderes da oposição, representantes da sociedade civil e de outros segmentos da sociedade com vista a dar prosseguimento a um diálogo orientado para resultados concretos no domínio da consolidação da paz. “Estamos a preparar mais uma volta de consulta a todos os intervenientes”, disse.

No seu entender tudo deve ser feito tendo em vista a promoção da imagem do país como uma nação estável e democrática, empenhada na promoção de uma paz real e efectiva.

A promoção de uma cooperação e parcerias que produzam resultados concretos no sector da agricultura e do desenvolvimento rural em particular a produção de alimentos deve estar na dianteira.

Nesse contexto, o Presidente da República entende que a eficácia da acção diplomática é avaliada também, pela sua capacidade de reduzir ao mínimo a percepção de que Moçambique por ser africano, é um país de risco para o investimento.

“Estamos a dar passos ousados neste sentido, o que se traduz no crescimento dos volumes de investimento directo estrangeiro e nacional. A política externa continuará a prestar uma atenção especial ao estreitamento das relações de cooperação com os países vizinhos e da região”,disse Nyusi acrescentando que a aposta na integração regional é a outra plataforma para o reforço da estabilidade social, política e regional.

Refira-se que as celebrações dos 40 anos da diplomacia terminam a 11 de Dezembro próximo e compreendem um conjunto de actividades de índole político – diplomático, académico, cultural e desportiva.

DIPLOMACIA DOS MOÇAMBICANOS

VEM DESDE ANTES DA INDEPENDENCIA

O Presidente da República recordou que antes da Independência Nacional, a veia diplomática dos moçambicanos veio ao de cima quando muitos nacionalistas com destaque para o Doutor Eduardo Mondlane desdobraram-se em contactos com autoridades portuguesas, Nações Unidas e outras entidades com vista ao alcance da liberdade sem o recurso a guerra.

“Não foi por acaso que os moçambicanos definiram o diálogo e as suas negociações como a primeira opção de pressão contra o colonialismo português. Os meios de pressão diplomática foram encarados como prioritários na luta pela nossa independência”,disse o PR destacando figuras como Eduardo Mondlane, Marcelino dos Santos e Joaquim Chissano como sendo as que mais se evidenciaram nesse processo.

Por sua vez, a Alta Comissária da República da República Unida da Tanzânia, Shamim Baby Nyanduga que falou em nome do Corpo Diplomático disse que Moçambique e Tanzânia estão ligados desde os primórdios da fundação da Frelimo e da luta armada de libertação, razão pela qual o seu país foi primeiro a estabelecer uma missão diplomática no nosso país.

“Nós somos irmãos de sangue. As relações entre os nossos países foram forjadas nas trincheiras da luta armada. Na altura, eu era estudante e tomei conhecimento do assassinato de Eduardo Mondlane com muita mágoa, entretanto, o meu país não desistiu de apoiar os movimentos de libertação como ANC da África do Sul, ZANU-PF, SAWAPO, MPLA, o que lhe valeu uma agressão por parte dos colonialistas”,disse aquela diplomata, sublinhando que Moçambique e Tanzânia estão unidos por laços de sangue uma vez que os seus cidadãos coabitam em ambos países.

De referir que esta cerimónia enquadra-se nas celebrações dos 40 anos da Independência Nacional iniciadas a 7 de Abril último em Namatil, em Cabo Delgado com o lançamento da Chama da Unidade que já percorreu a maior parte das províncias e distritos, com destino ao Estado da Machava, onde estará a 25 de Junho corrente para o epílogo da efeméride.

Em todos os locais por onde passa, a Chama despoleta o espírito da moçambicanidade, cuja característica principal é o amor a Pátria que se estende do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico.

  

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Artigos Relacionados

Botão Voltar ao Topo