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Maior ímpeto na recta final

Por admin

A passagem por Niassa dos candidatos dos três candidatos presidenciais, nomeadamente, Filipe Jacinto Nyusi, Afonso Dhlakama e Daviz Simango, veio galvanizar a campanha da Frelimo, Renamo e o MDM, os três principais partidos.

Efectivamente, depois de os três candidatos terem arrastado multidões pelos locais por onde passaram, quer nos comícios populares, quer nos contactos interpessoais, a campanha no Niassa, ganhou outro ímpeto, com mais acções em caravanas, comícios e contactos porta-a-porta, o que está a atrair muita gente e a revitalizar uma campanha que parecia marcar passos.

Com efeito, à medida que o tempo corre para a recta final, as coisas, no terreno, começam a aclarar-se, quanto à tendência de voto no próximo dia 15 de Outubro. Nos cafés, praças públicas e outros locais de concentração de pessoas já se pode ouvir em quem é que o voto vai ser direccionado, mesmo se sabendo que a última decisão estará depositada na urna.

Sobre as promessas que têm sido feitas pelos principais “artistas” políticos, contactamos algumas pessoas, entre eleitores e académicos, que nos garantiram que muitas delas são falácia, e acrescentam: “não se pode prometer o que não existe no país”, sublinhando que grande parte dos projectos de desenvolvimento do país não é executada por falta de dinheiro, daí não fazer sentido que alguém prometa tudo sem, no entanto, sem explicar onde vai conseguir os recursos financeiros para o efeito.

FRELIMO DESDOBRA-SE

A última semana foi rica para a Frelimo, em termos de movimentação dos seus quadros. Para além de quadros de nível central e provincial, a campanha dos “camaradas” conheceu esta semana um novo actor de peso. Trata-se de Maria da Luz Guebuza, presidente da Organização da Mulher Moçambicana, que se fazia acompanhar da esposa do candidato da Frelimo Filipe Jacinto Nyusi.

Na sua acção de “caça” ao voto, Maria da Luz Guebuza foi ao distrito do Lago pedir voto e, ao mesmo tempo, aproveitar a ocasião para apresentar aos eleitores a esposa de Filipe Nyusi. No Lago, Da Luz pediu aos eleitores para votarem na Frelimo e no seu candidato Filipe Jacinto Nyusi, prometendo melhorar as suas condições de vida, através da criação de condições económicas e sociais, nomeadamente, nas áreas de provisão de água, estradas e pontes, escolas, centros de saúde, telefonia móvel, entre outras necessidades.

A Frelimo já provou que é um partido maduro e com realizações. Quando promete, cumpre”, assegurou a presidente da OMM, que explicou, por outro lado, a natureza da Frelimo como partido político que libertou o país do jugo colonial e, nos dias de hoje, continua a criar condições para o bem-estar das comunidades, principalmente as mais carenciadas e vivendo em zonas recônditas.

A campanha foi também caracterizada pela movimentação de dirigentes políticos de nível central e provincial pelos distritos, sendo de destacar aquela que foi dirigida pelo membro da Comissão Política e chefe da brigada central da Frelimo que assiste à província de Niassa, Carvalho Muária.    

Por sua vez, o membro do comité central da Frelimo e vice-chefe do gabinete provincial eleitoral em Niassa, David Malizane, trabalhou nos distritos de Mandimba, Mecanhelas e Cuamba, tendo neste último distrito reforçado a equipa dirigida por José Mandra.

Refira-se que Cuamba, Mecanhelas e Mandimba, a par de Chmbunila e cidade de Lichinga, são os círculos eleitorais que mais membros elegem por ser onde mais eleitores foram registados.

MDM EM ACÇÃO

Durante a sua estada em Niassa, o líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Mbepo Simango, teceu duras críticas à esposa do Chefe do Estado, Maria da Luz Guebuza, a quem acusou de estar a gastar, segundo disse, rios de fundos do erário público para, alegadamente, custear as despesas das suas viagens às províncias para fins políticos.

Nos comícios de Cuamba e Mecanhelas, por exemplo, Daviz Simango chegou a acusar Maria da Luz Guebuza de estar a tornar-se estrela à custa do sacrifício do povo. “Desde que Guebuza está no poder, ele e sua mulher realizaram várias presidências abertas. Agora me digam, em quem resultaram esses passeios”, questionou Simango, ao mesmo tempo que criticava a falta de sensibilidade do governo da Frelimo perante os problemas do Niassa, destacando a estrada entre Cuamba e Lichinga como sendo o exemplo vivo dessa falta de vontade de ver as populações de Niassa progredirem.

Em Cóbwè, um pequeno posto administrativo do distrito do Lago e, por sinal, um dos mais pobres, assegurou aos combatentes da luta de libertação nacional, classificando-os de património nacional. “Eles terão o maior respeito do meu governo, se for eleito”, prometeu Simango.

“NIASSA É NOSSO BERÇO”

Com a passagem do seu líder, Afonso Dhlakama, por Niassa, agora os membros da Renamo dizem que Niassa já não é o tradicional berço da Frelimo. Esta afirmação é sustentada pela enchente verificada quando da visita do presidente deste partido da oposição à província mais extensa do país.

Diga-se em abono da verdade que nos últimos dias, a campanha da “perdiz” ganhou outro dinamismo, com os seus membros a “namorarem” o eleitorado em quase todos os distritos, o que não acontecia antes de Afonso Dhlakama passar por esta terra que, por tradição, é berço da Frelimo.

Na sua “caça” ao voto, os militantes da Renamo apostam na promessa de construir mais infraestruturas, apontando o alvo mais sensível para a vida dos eleitores desta província: construção da estrada e linha férrea entre as duas cidades da província.

Outro problema explorado pela Renamo durante as suas acções de “caça” ao voto, prende-se com problemas fronteiriços, onde prometem que uma vez no poder, o milho dos camponeses nunca mais sairá do país ao “preço de banana”. “Queremos que haja negócio transfronteiriço, sim, mas não queremos que a nossa população seja aliciada a vender os seus produtos agrícolas em troca de alguns cêntimos de kwacha malawiano para, no tempo da insegurança alimentar, ir buscar o mesmo milho a preços proibitivos”, justificou Hilário Waite, deputado da Assembleia da República pela Bancada da Renamo pelo círculo eleitoral do Niassa.

André Jonas

andremuhomua@gmail.com

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