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Guebuza completa 71 anos amanhã

Por admin

O Presidente da República, Armando Guebuza, completa 71 anos de idade amanhã, segunda-feira. Nasceu a 20 de Janeiro de 1943, em Murrupula, província de Nampula. O seu pai, Miguel Guebuza, era enfermeiro e a sua mãe, Marta Bocota Guebuza, doméstica.

Em 1948, o seu pai é transferido para Lourenço Marques, actual cidade de Maputo. Aqui, aos seis anos, Armando Guebuza inicia os seus estudos no Centro Associativo dos Negros da Colónia de Moçambique, no bairro de Xipamanine.

Como crente da Igreja da Missão Suíça é integrado nas “Patrulhas” (Mintlawa), que, para além das actividades religiosas, desenvolviam outras de carácter social e cultural que exigiam a participação de todos, irmanados no espírito de sacrifício, ajuda mútua e promoção de uma visão comum.

No ensino secundário, junta-se a outros jovens, membros do Núcleo dos Estudantes Secundários Africanos de Moçambique (NESAM), e que era conhecido por “Núcleo”, uma organização cívica fundada por Eduardo Mondlane em 1949. O “Núcleo” tinha como actividades principais a realização de aulas de compensação, ou seja, explicações, educação cívica e cultural e, de uma forma discreta, a mobilização política.

Em 1963, Armando Guebuza é eleito presidente do “Núcleo”, cargo anteriormente exercido por Joaquim Chissano, antes da sua saída para Portugal, em 1960. A sua escolha correspondeu à expectativa, tornando o “Núcleo” um centro de atracção e de referência para muitos jovens e adolescentes de então. No mesmo ano de 1963, Armando Guebuza junta-se à rede clandestina da FRELIMO, na então cidade de Lourenço Marques.

A sua experiência na direcção do “Núcleo”, a sua qualidade de monitor da escola dominical e o seu carisma concorreram para promover e desenvolver o trabalho clandestino no meio estudantil.

Em Março de 1964, Armando Guebuza e outros colegas decidem deixar Moçambique para se juntarem à FRELIMO. Para escapar ao controlo da PIDE, a tenebrosa polícia secreta do regime colonial, tiveram de abandonar, em Mapai, cerca das 4.00 horas da manhã, o comboio em que se faziam transportar para sair de Moçambique.

Fizeram depois os mais de 80 quilómetros de Mapai à vila fronteiriça de Chicualacuala a pé, enfrentando o cansaço, a fome e a sede. Vinte e quatro horas depois de terem deixado o comboio, e encontrando-se do lado rodesiano, continuaram a caminhar ininterruptamente mais de 30 Kms até retomarem o comboio para Salisbúria, hoje Harare. Neste percurso a eles juntam-se mais dois moçambicanos seguindo a mesma viagem.

De Salisbúria, o grupo que integrava Armando Guebuza retoma a viagem para a Zâmbia. No comboio, são presos pela polícia rodesiana, quando se preparavam para abandonar aquele país, e encarcerados em Victoria Falls.

Armando Guebuza e os seus colegas são entregues à PIDE e durante aproximadamente cinco meses são torturados para se lhes extrair confissões.

Entretanto, por alturas da sua libertação, são presos os guerrilheiros da Quarta Região que se preparavam para abrir a Frente Sul. Apesar de estarem emliberdade vigiada, Armando Guebuza e os seus camaradas decidem vingar-se da acção da PIDE e reafirmar com actos de coragem que a FRELIMO estava activa.

Na noite de 24 para 25 de Dezembro de 1964, espalham panfletos, na Região Sul de Moçambique, constituída por Inhambane, Gaza e Maputo, que continham a fotografia do Presidente Eduardo Mondlane. Esta situação forçou a PIDE a divulgar um comunicado com a lista dos guerrilheiros detidos, dando detalhes sobre a trajectória política de cada um deles.

Não obstante as intimidações e chantagens da PIDE, Guebuza e os seus companheiros retomam o sonho de se juntarem à FRELIMO. Refugiam-se na Suazilândia, onde permanecem por alguns meses. Mais tarde, conseguem atravessar clandestinamente a África do Sul e, no protectorado britânico da Bechuanalândia, hoje Botswana, são novamente detidos e ameaçados com a deportação pelas autoridades britânicas.

Em resultado da intervenção do Dr. Eduardo Mondlane, Presidente da FRELIMO, exigindo a sua incondicional libertação, o grupo é entregue ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e conduzido para a Zâmbia. Dali, mais tarde, o grupo segue para a Tanzânia, conduzido por Mariano Matsinha, então representante da FRELIMO na Zâmbia.

Na Tanzânia, Armando Guebuza é submetido aos treinos militares em Bagamoyo. Faz depois parte do grupo de combatentes que abre o Campo de Preparação Político-Militar de Nachingweya.

Em 1966, é transferido de Nachingweya para Dar-es-Salaam, para exercer as funções de Secretário Particular do Presidente Mondlane, em substituição de Joaquim Chissano que se preparava para seguir para formação na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Cumulativamente, Armando Guebuza lecciona no Instituto Moçambicano.

Mais tarde e ainda nesse mesmo ano de 1966 é nomeado Secretário para a Educação e Cultura. Por inerência destas funções passa a membro do Comité Central da FRELIMO, nesse mesmo ano.

Em 1968, é nomeado Inspector das escolas da FRELIMO e em 1970 Comissário Político Nacional.

No Governo de Transição Guebuza ocupa a pasta da Administração Interna, cargo que acumula com o de Comissário Político Nacional. No primeiro Governo do Moçambique independente é nomeado Ministro do Interior.

Em 1974, Armando Emílio Guebuza dirige na qualidade de Comissário Político o processo de criação e implantação dos grupos dinamizadores.

Em 1977, Armando Guebuza é eleito membro do Comité Político Permanente da FRELIMO, sucessivamente denominado por Bureau Político e Comissão Política. 

No mesmo ano, o Comité Político Permanente designa Armando Guebuza para dirigir a comissão de reassentamento das populações vítimas das cheias na província de Gaza. É em resultado desse esforço, e em colaboração com as autoridades e populações locais, que nascem as aldeias comunais erguidas nas partes altas do Vale do Limpopo, e hoje em franco progresso. 

Ainda em 1977, o Comissário Político Nacional Armando Guebuza é nomeado Vice-Ministro da Defesa Nacional e, em 1978, acumula estes cargos com o de Governador da província de Cabo Delgado.

Em 1981, é designado Governador da província de Sofala e em 1983 é novamente nomeado Ministro do Interior.

Em 1984, é nomeado Ministro na Presidência, responsável pela coordenação das áreas da Agricultura, Comércio, Indústria Ligeira e Turismo, assim como a cooperação com a China, Coreia do Norte, Paquistão e Vietname.

Em 1986, assume a pasta dos Transportes e Comunicações e da Presidência do Comité de Ministros dos Transportes e Comunicações da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral.

Em 1990, é nomeado chefe da delegação do Governo às conversações de Roma que resultaram na assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992.

Em 1992, é designado Chefe da Delegação do Governo na Comissão de Supervisão e Implementação do Acordo Geral de Paz para Moçambique.

Armando Guebuza, Tenente-General na Reserva, esteve também envolvido no processo de paz do Burundi sob a égide do falecido Presidente da Tanzânia Julius Nyerere e, mais tarde, do recentemente falecido Presidente sul-africano Nelson Mandela. Armando Guebuza foi responsável da Comissão sobre a Natureza do Conflito Burundês, Problemas do Genocídio e Exclusão e suas Soluções.

Em 2000 ele foi escolhido, por consenso, pelas partes em conflito no Burundi para presidir à Comissão sobre as Garantias para a Implementação do Acordo resultante das negociações de Paz.

Guebuza foi Chefe da Bancada da Frelimo desde o primeiro parlamento multipartidário, saído das eleições gerais de 1994, até ao VIII Congresso da Frelimo.

Em 2002, é eleito Secretário-geral da Frelimo e candidato deste partido às eleições presidenciais de 2004.

Em Fevereiro de 2005 foi empossado como terceiro Presidente da República, depois da sua vitória nas eleições de Dezembro 2004. Em Março do mesmo ano foi eleito presidente da Frelimo tendo sido reeleito no IX Congresso realizado em Novembro de 2006.

Em Janeiro de 2010 foi empossado para o segundo mandato depois da sua vitória nas eleições de Outubro de 2010.

Armando Emílio Guebuza é casado com Maria da Luz Guebuza, e é pai de quatro filhos e tem três netos.

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