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Gondola: membros encorajados a serem violentos

Por admin

No distrito de Gondola, na vila-sede, o secretário-geral da Renamo, encorajou aos membros da Renamo a serem violentos para inviabilizar os trabalhos do Secretariado Técnico de Administração

 Eleitoral (STAE) e a Comissão Nacional de Eleições (CNE), consequentemente, não deixar que as eleições decorram no país. Disse que nenhum membro destes órgãos eleitorais deve se fazer ao posto de trabalho sob pena de estar a colocar em risco a sua própria vida porque as manifestações poderão, a qualquer momento, ser violentas.

Perante uma centena de correligionários que acorreram ao comício orientado por aquele dirigente da oposição na sede distrital da Renamo, Manuel Bissopo alertou dizendo que “aquele funcionário dos órgãos eleitorais que for ao seu local de trabalho estará a perigar a sua própria vida. Tudo poderá acontecer e nós não nos responsabilizaremos pelas consequências. Vocês não podem deixar que qualquer brigada, quer do STAE, bem como da CNE se movimente aqui na vila”.

Na maior inocência, os aplausos e assobios a favor daquele secretário não faltaram. Alguns participantes do encontro mostraram-se imediatamente disponíveis e predispostos em tudo fazer para tornar as propaladas manifestações em realidade mesmo conhecendo as desvantagens directas que isto pode trazer na vida das populações e para o país em geral.

FOMOS ENGANADOS

PELAS NAÇÕES UNIDAS

Num outro desenvolvimento, aquele secretário-geral acusou a Organização das Nações Unidas de ter enganado a Renamo durante o processo de desmilitarização na sequência do Acordo Geral de Paz em 1992. Explicou que, durante o trabalho, as armas da Renamo foram recolhidas e entregues a Frelimo que hoje as usa em todas a ameaças, daí que pede para que esta organização as devolva porque não há cumprimento integral daquilo que foi acordado em Roma, capital da Itália, onde os dois principais signatários rubricaram o documento que colocou fim o conflito armado no país.

“ Queremos que as Nações Unidas nos entreguem as nossas armas. Juntamente com a Frelimo, eles enganaram-nos. Levaram as nossas armas e entregaram ao Governo. São essas que estão sendo usadas para intimidar o povo e a Renamo. Foi uma traição”, disse Bissopo para adiante acrescentar que “dê-nos o que é nosso e deixem os problemas de Moçambique porque havemos de resolve-los internamente. Se a Frelimo tem armas e hostiliza-nos porque é que nos também não podemos tê-las para nos defendermos. Eles usam abusivamente armas que são nossas. Não sabemos porque é que nos arrancaram porque não temos dívidas com as Nações Unidas nem com os fornecedores de material deste bélico. É um assunto que também deve ser resolvido em tempo útil”.

O ambiente na cidade de Chimoio e vila de Gondola na passada terça e quarta-feira, foi de alarme causado pela presença de mais de uma dezena de homens da Renamo que fizeram-se ao centro da cidade altamente armados para garantir a segurança do secretário-geral, Manuel Bissopo.

No centro da cidade de Chimoio, concretamente na avenida 25 de Setembro (Sport Club), local que acolheu a reunião de quadros daquele partido, via-se a presença de homens armados por todo lado, a disputarem os passeios com transeuntes. Apesar de estes não terem feito desmandos, o medo por parte dos munícipes era visível e a curiosidade não faltou para de perto ver como é que estes indivíduos da Renamo são e apresentam-se. O mesmo aconteceu na vila-sede de Gondola.

SEGURANÇA DE BISSOPO

DESARMADA E DETIDA

Já na passada quarta-feira, numa operação organizada com técnica e mestria, a PRM desarmou de deteve quinze soldados da Renamo, destacados para garantir a segurança do secretário-geral daquela formação política. A manobra ocorreu cerca das 16 horas num estabelecimento hoteleiro localizado arredores na cidade de Chimoio, onde Bissopo e seus companheiros encontravam-se hospedados.

Na circunstância, a PRM recuperou seis armas de fogo de tipo AKM, uma pistola e 192 munições que estavam na posse dos referidos guardas.

Falando a jornalistas no seu gabinete de trabalho, o comandante da Polícia da República de Moçambique em Manica, Francisco Almeida, disse que a medida visava desarmar aqueles indivíduos em virtude destes terem violado a lei ao circular com armas sem nenhuma autorização.

“Achando que isto não é legal, para repor a ordem e tranquilidade públicas, tivemos que tomar medidas e na ocasião conseguimos retirar as armas e as respectivas munições. O acordo Geral de Paz preconiza que a única figura que pode andar com homens armados é Afonso Dhlakama e não o secretário-geral. Deste modo não tivemos outra alternativa senão tomar medidas imediatas na hora certa”.

Segundo Almeida, nesta operação, a PRM e o governo veio mais uma vez mostrar o seu comprometimento para com a paz. Durante este trabalho e não havendo resistência por parte deste militares da Renamo. A polícia fez a sua tarefa sem perturbar a ordem e tranquilidade públicas.

“Vejam que depois de um estudo aprofundado vimos que não podíamos interceptá-los na via pública porque não queríamos perturbar a ordem, esperamos até que eles se dirigiram para o local de hospedagem. Isso mais uma vez vem provar que estamos preparado para actuar em todas situações mesmo contra aqueles que se acham superiores e fortes sem precisar de tiram a vida de ninguém. Como a nossa missão é proteger qualquer que seja, fizemos o trabalho sem feri-los e ninguém foi torturado. Não houve troca de tiros. Todos foram conduzidos a Esquadra para prestarem depoimentos. Ninguém queixou-se de maus tratos. Sabemos que eles estão a cumprir ordens e nós também temos a nossa tarefa”, disse Almeida.


Sem avançar mais detalhes, o comandante provincial referiu que as armas irão ser encaminhadas para um lugar certo e militares detidos serão mandados de volta para Satungira, Gorongosa, onde está a base da Renamo.

Para o caso de Bissopo, aquele comandante disse que ele está livre e se quiser poderá continuar a desempenhar o seu trabalho desde que não faça acompanhar por um contingente de militares armados. Por seu turno, Franscico Chaterera, capitão e chefe do grupo de protecção de Manuel Bissopo, testemunhou que quando a sua unidade foi neutralizada, não houve maus tratos apenas ficaram sem alimentar-se durante cerca de 24 horas.

“Não temos razões de queixa. Retiraram as nossas armas e levar-nos para aqui. Não houve vingança. Esperamos que façam tudo e mande-nos de volta” disse cautelosamente.

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