As 74 vítimas mortais por intoxicação alcoólica em Chitima, na província de Tete, e a situação de cheias no centro e norte do país, obrigaram a uma festa moderada na Ponta Vermelha, em Maputo, naquele que seria o primeiro banquete oficial oferecido por Filipe Jacinto Nyusi, o novo Chefe de Estado moçambicano aos ilustres convidados entre nacionais e estrangeiros.
Com o país ainda em luto, Nyusi conteve-se no discurso e apelou à introspecção colectiva naquilo que o país deve traçar como metas para rapidamente erradicar a pobreza e fortalecer-se como Nação.
Num ambiente mais descontraído relativamente ao da tomada de posse, o novo estadista lançou uma palavra de conforto às famílias das vítimas de intoxicação alcoólica em Chitima e não se esqueceu das centenas de moçambicanos que neste momento vivem em situação de extrema vulnerabilidade no centro e norte do país em consequência das cheias.
“Talvez este não fosse o melhor momento de fazermos festa: o drama humano é intenso e a pobreza é uma realidade presente. Contudo, temos que honrar a tradição hospitaleira do nosso povo, recebendo condignamente os nossos convidados”,disse o Presidente da República.
Nyusi reafirmou na ocasião a vontade de ter um país mais unido e empenhado no desenvolvimento de laços de amizade e fraternidade.
Falando perante dignitários nacionais e estrangeiros na sua residência oficial, o novo estadista moçambicano salientou que Moçambique é rico não apenas pelos recursos naturais, mais também pela sua matriz humana, assente na diversidade de ideias, vontades, crenças e orientações políticas.
“Temos muita diversidade numa só Nação”,frisou o estadista, recordando que Moçambique trilha hoje caminhos para afirmação económica na região e no mundo. “Isso depende do trabalho de cada um de nós”, ressalvou.
O novo estadista disse ainda que ninguém deve excluir-se na construção de uma Nação forte e próspera, devendo todos moçambicanos unir-se na frase “milhões de braços uma só força”, do nosso hino nacional. “Pertencemos à mesma família, a família moçambicana”, explicou.
População de Niassa pede a Nyusi
vias de acesso e mais investimentos
André Jonas
Os residentes da província de Niassa festejaram a tomada de posse do novo Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, e disseram esperar dele trabalho profícuo e abnegado com vista à criação de condições para o bem-estar dos moçambicanos, com particular realce para a asfaltagem da estrada que liga Lichinga e Cuamba, para além da atracção de investimentos que permitam a criação de mais postos de trabalho.
Sobre as expectativas que reinam em torno da figura do novo Presidente, os nossos entrevistados foram unânimes em afirmar que Filipe Nyusi reúne todas as qualidades e capacidades para dirigir um país que se pretende, nos próximos anos, desenvolvido e livre da pobreza, tomando como referência o facto de o novo Chefe de Estado ter realizado com competência e responsabilidade as tarefas que lhe foram incumbidas, nomeadamente, as de director executivo Norte e administrador dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e, mais tarde, as de Ministro da Defesa Nacional.
Queremos mais investimentos
– Vitorina Freitas, agente económica
“A expectativa em relação ao novo presidente é grande. Eu espero que, para além do que o antecessor dele fez, Filipe Nyusi consiga trazer mais investimentos para a província do Niassa, porque temos muito potencial e pouco investimento”, disse Vitória Freitas.
“Outro desafio está relacionado com a qualidade da energia da rede nacional de Cabora Bassa para o Niassa, porque nós, como agentes económicos, temos muitos problemas com a questão da energia de Cabora Bassa. Gostaria mesmo que este ano ele direccionasse um projecto especial para o Niassa no sentido de termos energia estável e com qualidade aqui no Niassa”,
Que as promessas se cumpram
– Saíde Cássimo, líder religioso
Visivelmente satisfeito com a tomada de posse do novo Presidente da República, Saíde Cássimo disse que o novo Chefe do Estado tem muitos desafios pela frente, principalmente no que à juventude diz respeito. “Nós votamos nele e ele deve, agora, cumprir com as promessas que fez durante a campanha eleitoral”, lembrou aquele líder religioso.
“Ele, como jovem, deve centrar os seus projectos nos jovens, maioritariamente desempregados. O novo Presidente deve criar condições para prover mais água, incentivar a prática da agricultura, usando a mecanização para a sua rentabilização e produtividade. É na agricultura onde estão muitos postos de trabalho para os académicos e para os que não estudaram”, defendeu.