Tudo está a postos para o lançamento da vacina contra o cancro do colo do útero em Moçambique, que deverá ocorrer a 12 de Maio corrente, e envolverá cerca de 8.200 crianças com idades compreendidas entre 10 e 13 anos.
Nesta fase piloto, a vacina será ministrada em três distritos de igual número de regiões, nomeadamente, Manhiça (Sul), Manica (Centro) e Mocímboa da Praia (Norte).
O anúncio sobre o lançamento da vacina foi feito, sexta-feira última, pela Primeira-Dama de Moçambique, durante uma conferência de imprensa em Seul, no âmbito da sua visita de trabalho à Coreia do Sul, para, entre outras actividades, participar na Conferência Anual dos Programas Anuais Globais dedicada à apresentação das pesquisas realizadas nos vários quadrantes do mundo sobre o cancro.
Aliás, a mesma informação já havia sido transmitida a um grupo de parceiros que trabalha na área de cancro, durante um encontro que manteve no mesmo dia para estudar a partilha de esforços para a erradicação da doença em Moçambique e em África em geral.
Para uma melhor percepção e evitar situações de desinformação, o Ministério da Saúde (MISAU) tem vindo a sensibilizar as famílias sobre a importância da vacina contra o cancro do colo do útero.
Tendo em conta que se trata de uma fase piloto, Maria da Luz Guebuza disse não ser ainda suficiente, pois o que se pretende é uma vacinação em massa, pelo que o Governo vai continuar a trabalhar com os parceiros para atingir esse desiderato.
Durante a Conferência Anual dos Programas Anuais Globais, Maria da Luz Guebuza participou no lançamento de uma campanha global para a eliminação do cancro do útero até 2020 e visitou algumas instituições ligadas à pesquisa e tratamento dos diferentes tipos de cancro e outras doenças como a malária, HIV/SIDA, Sífilis.
Em Seul, a Primeira-dama também reuniu-se com representantes de instituições e organizações que, directa ou indirectamente, trabalham nesta área.
Na hora de balanço, a mãe da nação moçambicana vincou que a visita foi muito positiva, a avaliar pelos resultados alcançados nos contactos que manteve, não só para a troca de experiencias mas, sobretudo, no que diz respeito à sensibilização dos parceiros para colaborarem com as autoridades moçambicanas com vista a criar condições para a eliminação do cancro.
“Fazemos uma avaliação muito positiva, porque, nós, pudemos observar, durante estes dias, de que o cancro é não apenas um problema de África, mas que também é um problema global e todo o mundo está preocupado com esta doença”, disse a Primeira-Dama , acrescentando que, nesta ocasião, foi mais uma vez expresso que “estamos todos unidos para podermos vencer este grande desafio que é o cancro”.
Reconheceu que a falta de quadros especializados em oncologia e radioterapia constitui um grande desafio para Moçambique, mas “estamos empenhados para enfrentar essa luta contra o cancro, de forma a reduzir o sofrimento dos doentes e da família”.
Para o efeito, o Governo vai contar com a ajuda dos parceiros, alguns dos quais com quem a delegação moçambicana manteve contactos à margem da conferência, principalmente na área de formação.
Outra preocupação tem a ver com a falta de capacidade, em algumas províncias, para a realização de exames de CD4, para casos de HIV/SIDA. Por isso, as autoridades moçambicanas desejam uma maior colaboração dos parceiros, na instalação de laboratórios ao nível de todas as províncias, incluindo distritos.
A Conferência Anual dos Programas Global/2014 terminou no principio da tarde de ontem, tendo, durante três dias, sido apresentadas várias comunicações sobre pesquisas recentes em torno do cancro, com o objectivo de melhorar cada vez mais a prestação de serviços aos pacientes e criar condições técnicas, cientificas e laboratoriais mais adequadas e eficientes.
O encontro, que teve início na última quinta-feira, juntou cientistas, pesquisadores, médicos, farmacêuticos, representantes de governos, das organizações não-governamentais e da sociedade, e de muitas outras instituições ligadas a área do cancro.