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Era das botijas de gás chega ao fim

Por admin

A lenga-lenga mensal para a compra de botijas gás de cozinha está com dias contados, pelo menos para quem vive dentro do perímetro urbano da cidade de Maputo e na vila de Marracuene.

 Daqui a exactos 12 meses, o gás natural irá ter à cozinha de cada um, como acontece com a água canalizada e com a corrente eléctrica. Hotéis, restaurantes, hospitais, indústrias e parte do comércio são os clientes chamariz do negócio que poderá reduzir em cerca de 60 por cento a factura de importação de combustíveis.

 

O uso de gás natural canalizado directamente para a cozinha não é novidade para a população dos distritos de Vilankulo, Inhassoro e Govuro. Naqueles pontos do norte de Inhambane existem cerca de 250 consumidores domésticos, comerciais e industriais que usam este combustível há alguns anos e outros cerca de 500 poderão engrossar as “fileiras” dentro em breve, pois decorre um trabalho de montagem da tubagem afim.

Na cidade da Matola, idem. Empresas como a Coca-cola, Pepsi-cola, Pilivi, Parmalat, Seb Product, Southern Refinary, Mozoil, Fosforeira, Mozal, Cimentos de Moçambique e alguns restaurantes usam o gás natural e a sua factura de energia encolheu em cerca de 40 por cento.

Para os residentes do interior da cidade de Maputo a boa nova é que a contagem decrescente para a utilização do gás natural por consumidores como hotéis, hospitais, restaurantes, indústria e comércio iniciou na quinta-feira passada, com o arranque do projecto de construção duma linha de transporte deste combustível.

Trata-se de um projecto de distribuição de gás natural que compreende um gasoduto e instalações de regulação que parte de um ponto de toma localizado na Matola passa pela cidade de Maputo e segue até à sede do distrito de Marracuene, na província de Maputo.

O referido gasoduto terá cerca de 60 quilómetros (km) de extensão, dos quais 30 serão constituídos por tubos de aço que se destinarão ao transporte de gás natural para Maputo e os restantes 30 km são de tubagem de alta densidade que servirão para fornecer o produto aos clientes. No quadro deste projecto será instalada uma estação de pressão de gás em Maputo e construídas oito estações destinadas à reversão de pressão.

Quando tudo isto estiver montado, em Março do próximo ano, o gás natural extraído em Pande e Temane, no norte da província de Inhambane, será fornecido a grandes consumidores como hotéis, padarias, restaurantes, hospitais, supermercados e ao crescente parque de viaturas existente na capital do país.

Em relação às viaturas, Nelson Ocuane, Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), disse recentemente que a criação de bombas de abastecimento deste combustível poderia ser uma oportunidade de negócio para o sector privado nacional.

A iniciativa está orçada em cerca de 38 milhões de dólares que serão desembolsados pela empresa coreana denominada Kogas e tem como objectivo cimeiro reduzir a importação de combustíveis e, por consequência, o peso que estas importações têm para a contabilidade nacional. A ENH vai comparticipar na construção e operação do gasoduto e na rede de distribuição.

Dados em nosso poder indicam que entre os meses de Outubro e Dezembro do ano passado, a factura de importação de gasolina e diesel terá batido o seu próprio recorde ao passar dos 120 milhões de dólares no mês de Outubro para cerca de 140 milhões de dólares no mês de Dezembro, o que representa um grande fardo para a economia nacional.

Para além de pretender poupar milhões de dólares, o projecto da ENH tem o objectivo de reduzir a utilização de carvão e lenha, sobretudo por parte da indústria de panificação, e servir de fonte para a geração de energia eléctrica na Central Térmica de Maputo, também conhecida por SONEF.

“Com a concretização do empreendimento vamos reduzir as taxas na nossa balança de importação de combustíveis e por outro lado, a redução pela procura de energia eléctrica, carvão e lenha nas zonas abrangidas, substituindo-se carvão e lenha por fogões a gás natural”, disse Ocuane.

Por seu turno, o Ministro da Energia, Salvador Namburete, afirma que a viabilização deste empreendimento permitira que o país poupe na importação de combustíveis em cerca de 3.3 milhões de dólares americanos já em 2014 e cerca de 35 milhões em 2030.

Para além, dos benefícios financeiros trará benefícios ambientais, na medida em que vai mitigar o desflorestamento que, por sua vez, vai trazer benefícios à saúde pública. “O gás natural é amigo da economia, do ambiente e do bolso dos cidadãos”, afirma.

No quadro do aproveitamento deste recurso, Nelson Ocuane disse que a Anadarko está a preparar a instalação duma planta de geração de gás natural a partir do gás natural na província de Cabo Delgado. De igual modo, empresas como a Sasol, Gigawatt, EDM, Kuvaninga e Palma Power estão a desenvolver projectos de construção de infra-estruturas similares.

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