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Eleitores disciplinados e nódoas negras

Por admin

Os incidentes violentos do último dia de campanha eleitoral, 12 de Outubro, deixavam muitas dúvidas sobre qual seria o comportamento dos eleitores no dia da votação, já que o stress estava no ar. Ademais, a caça ao voto tinha sido renhida. Mas, felizmente correu quase tudo de feição.

O sol mal nascera, a previsão meteorológica apontava para 34 graus centígrados de temperatura máxima, e já muitas pessoas estavam perfiladas nas assembleias de voto para exercer o seu direito cívico.

A palavra de ordem parecia ser votar cedo e pirar-se imediatamente da assembleia de voto. Aliás, tinha sido esse o pedido do Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Abdul Carimo, ao eleitorado.

Com efeito, e contrariamente ao que tinha acontecido nas eleições autárquicas do ano passado, desta vez na Escola Industrial e Comercial 3 de Fevereiro, na Escola Primária do Parque, na Escola Primária Completa de Namutequilia, na Escola Primária de Mpueche, no Pavilhão dos Desportos do Clube Ferroviário de Nampula, entre outras, viam-se enormes filas de pessoas ávidas de votar.

Porque o sol queimava, nas assembleias de voto que funcionavam a céu aberto, as pessoas ao invés de ficarem enfileiradas horas a fio ao sol e a suar as estopinhas, recorreram a estratégia de no lugar delas alinharem blocos, vasilhames, chinelos, lenços, latas, pedras, folhas, ramos, etc, etc, e só abandonavam a sombra das árvores onde estavam refugiadas quando a sua vez de entrar na assembleia de voto estava próxima.

O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) de Nampula também caprichou na sua tarefa, pois conseguiu colocar os brigadistas, com o respectivo material de votação, em todos os 54 locais de votação, correspondente a 401 mesas de voto, a tempo e horas. De referir, que os brigadistas tinham em sua posse lanternas e candeeiros para uso caso faltasse energia eléctrica.

Entretanto, um dos momentos mais críticos do dia da votação, e que a nossa reportagem viveu in loco, aconteceu na Escola Primária Belenenses II, onde indivíduos desconhecidos, ao se registar uma quebra momentânea de corrente eléctrica, arremessaram pedras para o interior do recinto escolar, que quebraram vidros das janelas e condicionaram, temporariamente, os trabalhos dos Membros das Mesas de Voto (MMVs).

Gilberto Correia, ex-bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique, que se encontrava na respectiva escola na condição de observador eleitoral, disse ao nosso jornal que nada justificava aquele procedimento, pois o processo estava a decorrer com toda a lisura para além de que os partidos concorrentes tinham os respectivos delegados de candidatura a acompanharem o trabalho.

A situação só não degenerou em violência porque as autoridades policiais conseguiram prontamente pôr cobro ao triste cenário.

O DIA SEGUINTE

O dia posterior a votação, 16 de Outubro, acordou sossegado e foi do agrado da população que assim pode continuar a fazer a sua rotina. Melhor ainda: não se confirmou o espectro de violência eleitoral que tinha sido avançada por algumas fontes distantes do processo.

André Matola

Fotos de Alfredo Mueche

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