Início » É inconcebível qualquer “acordo político” que viole a Constituição

É inconcebível qualquer “acordo político” que viole a Constituição

Por admin

– defende Presidente Armando Guebuza, reiterando a vontade do Governo em continuar a trabalhar para a busca de “respostas sustentáveis” para a manutenção da paz 

Qualquer “acordo político” que resultar das rondas de diálogo ora em curso entre o Governo e a Renamo deverá ter no seu substrato o respeito pela Constituição da República e não uma mera acomodação dos pontos colocados por qualquer uma das partes, reiterou o Presidente da República, Armando Guebuza, quinta-feira última, em Milange, no rescaldo da sua visita de cinco dias à província da Zambézia.

 

Guebuza, que falava a jornalistas que acompanharam a sua actividade de Presidência Aberta naquela província do centro do país, disse que o pretenso “arranjo politico” que vem sendo sugerido pela delegação da Renamo é “claramente mais uma invenção deles (Renamo) para fugirem do dialogo”.

Aliás, o Presidente da República fez questão de dizer que muitas das questões levantadas pela Renamo já foram vertidas na actual Constituição, pelo que qualquer “arranjo político”, mesmo que seja em nome da preservação da paz, que não obedeça às normas vigentes no país, seria uma violação e afronta aos princípios básicos da democracia multipartidária e do Estado de Direito.

“Se mesmo algumas questões que levantam e que estão incorporadas na Constituição da Republica são para eles motivo de dúvidas, então o que seria de um tal “arranjo” sem qualquer referência segura. Mas o Governo continua não só interessado como também a trabalhar para que, efectivamente, do diálogo surjam respostas que garantam a manutenção da paz”, disse o PR.

Num outro momento, Guebuza referiu que a nível do Governo acreditava-se que na fase actual, o diálogo haveria de ser mais expedito e, por conseguinte, o mesmo já estaria a nível do Presidente da República e do líder da Renamo, “para discutirmos pessoalmente as questões militares”.

“Aparentemente, as questões militares estão a afastar-se cada vez mais, atrasando o processo do diálogo em curso. Apesar disso, nós continuaremos a trabalhar e acredito também que o bom senso prevalecerá no seio da Renamo, para encontrarmos respostas airosas, porque a paz não é propriedade nossa apenas”, apontou o Chefe do Estado.    

Para Armando Guebuza, quando as partes entram para uma negociação com intuito de alcançarem honestamente um objectivo que vá de encontro com os interesses supremos da Nação, então farão todos os possíveis para encontrarem soluções que vão de encontro com a lei.

A paz, de acordo com o Presidente Guebuza, é algo que deve ser acarinhado, porque o seu alcance, pelo menos para os moçambicanos, custou muito sacrífício, sangue e luto, daí que “todos os dias temos que nos esforçar em garantir que a cultura da paz se consolide no nosso solo pátrio”.

Reagindo aos apelos dos representantes das organizações da sociedade civil baseados no distrito da Maganja da Costa, província da Zambézia, sobre a necessidade do diálogo (entre o Governo e a Renamo) para a preservação da paz, Guebuza chamou atenção para a necessidade de se ter em conta de que“paz estamos a falar”.

“Para o caso do Governo moçambicano, a paz que nós queremos é aquela em que a democracia seja efectiva, que tenhamos um ambiente de tranquilidade, onde as pessoas circulam à vontade do Rovuma ao Maputo, onde as pessoas usufruam da liberdade de expressão. A paz para nós é algo central para a nossa vida. É desfrutando dela que podemos acelerar o desenvolvimento do nosso país com trabalho árduo dos moçambicanos e também pela atracção de investimentos. Nós não queremos uma paz qualquer. A paz, que queremos, não é aquela que visa dividir o país, nem a de aceitar que um partido político tenha armas”, disse Guebuza.    

Você pode também gostar de:

Leave a Comment

Propriedade da Sociedade do Notícias, SA

Direcção, Redacção e Oficinas Rua Joe Slovo, 55 • C. Postal 327

Capa da semana