Sociedade

Detidos indiciados de linchamento

O linchamento deu-se no passado mês de Janeiro do ano corrente. O suposto ladrão foi interceptado pela comunidade na paragem de transportes de passageiros, na posse dos bens roubados. Conta-se que nessa altura, foi chamado o proprietário da barraca onde o suposto criminoso acabava de surripiar os artigos.

De seguida, foi levado a um cemitério familiar local onde foi torturado, linchado e enterrado.

Cometido este crime, a polícia iniciou um trabalho no sentido de encontrar os indivíduos envolvidos. Três cidadãos foram encarcerados nas celas daquele distrito, sendo um, destes, proprietário da barraca que sofreuo roubo.

O Porta-voz do Comando Provincial da (PRM), província de Maputo, Emídio Mabunda, disse que a corporação continua a trabalhar e forma a encontrar outros envolvidos no caso.

“Já foi aberto o processo, remetemos aos órgãos de justiça para que juntos possamos identificar o resto das pessoas culpadas, e que sejam responsabilizadas”, afirmou.

ACUSADOS NEGAM ENVOLVIMENTO

Os três indivíduos que são acusados de envolvimento na prática do crime registado recentemente

no Posto Administrativo de Palmeiras negaram a sua participação.

Sérgio Muchanga, de 30 anos de idade, é proprietário da barraca de onde o suposto ladrão furtou bens. Falando à imprensa ilibou-se da participação no linchamento, alegando que quando se deu o caso encontrava-se na sua barraca.

Contou ainda que ficou a saber que o indivíduo tinha sido morto quando uma multidão dirigiu-se a sua barraca para exigir compensação pelo trabalho que teriam executado.

“Perguntei de que trabalho se tratava, ao que me responderam que já tinham enterrado o ladrão. Não paguei nenhum valor por isso, simplesmente pedi que o meu irmão fosse informar ao chefe da localidade sobre o sucedido”, disse.

Por sua vez, João Fernando de 42 anos de idade, comerciante no mercado local, afirmou que não participou no crime porque na altura estava a descansar em sua casa.

“A polícia diz que estou preso porque ofereci 12.5kg de farinha de milho para ‘lavar as mãos’, eu não sei o que isso de lavar de ‘lavar asmãos’. O que posso dizer é que apareceram pessoas na minha barraca e compraram 12.5 kg de farinha, apenas isso”, distanciou-se.

João Fernando referiu que recentemente sofreu um roubo na sua barraca mas que conseguiu recuperar toda a mercadoria.

Por seu turno, Amosse Ubisse de 33 anos, disse que não participou no linchamento do suposto ladrão, mas assumiu que foi ao local para assistir à cena.

“Fui até lá porque queria ver. Mandaram-lhe (ao ladrão) abrir uma cova e depois meteram-no dentro dela. Em seguida acenderam um pneu.

Não participei, apenas assisti”, disse.

Entretanto, ainda no distrito da Manhiça a polícia deteve dois indivíduos acusados de envolvimento no bloqueamento do trânsito na Estrada Nacional Número 1, na zona de Palmeiras.

Trata-se de um caso que ocorreu no passado mês de Janeiro do ano corrente, quando a população protestava contra a soltura de dois jovens acusados de protagonizar roubos na via pública, em residências, assim como em estabelecimentos comerciais.

Na altura foram queimados pneus na via pública. Domingo soube que em consequência deste caso um jovem foi baleado mortalmente pela PRM.

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