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O regresso às aulas e desafios do sector da Educação

Por admin

Mais de seis milhões de alunos regressam amanhã às aulas em todo o país num quadro algo nebuloso criado pela chuva intensa que fustiga violentamente o centro e norte do país.

Perto de 480 escolas das províncias da Zambézia, Nampula e Niassa estão parcial ou totalmente danificadas.

A província da Zambézia é a mais afectada, seguida de Nampula e Niassa. Em consequência, 133 mil alunos estão com o inicio do ano lectivo comprometido, embora o Ministério da Educação e agora também de Desenvolvimento Humano garanta que está a procura de soluções paliativas.

Caso para ressaltar que o ano lectivo inicia com importante repto a um sector já marcado por dificuldades de vária índole, que agora com componente “Desenvolvimento Humano” vê suas responsabilidades crescerem em igual proporção particularmente no que pretendemos que sejam as escolas na matriz de desenvolvimento do país.

E isso pressupõe investimentos já conhecidos na formação de professores, na ampliação da rede escolar para o ensino secundário, indo até ao apetrechamento das próprias salas de aula.

Não podemos olhar para a Educação apenas como despesa. Devemos concebê-la como investimento com retorno garantido olhando para contrapartidas que pode gerar no desenvolvimento do país a médio e longo prazos.

A importância da Educação na promoção do desenvolvimento humano e económico pode ser ilustrada pelo exemplo que vem de Singapura, um país minúsculo do sudeste da Ásia que chamou atenção do mundo inteiro pela qualidade das salas de aula, dos seus professores e alunos.

Sem recursos naturais (a água que os seus habitantes consomem vem de fora) o governo de Singapura sublinha de forma reiterada que o seu principal recurso é o Homem, daí vultuosos investimentos mobilizados visando a sua formação técnica e humana.

Os resultados estão à vista: Singapura industrializou-se rapidamente, multiplicou empregos, seu índice de desenvolvimento humano é altíssimo e a qualidade de vida tem valor diferente olhando para aquilo que era a fotografia do país há vinte anos.

O sucesso deste país de Sudeste asiático, já com créditos firmados em importantes instituições como Banco Mundial e UNESCO revela ostensivamente o facto de não poder haver desenvolvimento sem Educação.

Ou seja: temos que aceitar que é no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da própria humanidade, daí sendo de todo o interesse olhar para escola como importante motor de progresso.

Por outras palavras: num processo de desenvolvimento económico entendido como fenómeno global, não só económico e social, a Educação é chamada a tarefas de fundamental relevância.

Os crescimentos económicos que almejamos na construção da nossa Nação devem, assim, fundar-se neste pressuposto. São simultaneamente motor e consequência do desenvolvimento da Educação que, por mérito próprio e pela relevância social assumida, entrou, definitivamente, em todos os esquemas e esferas de planificação económica de países.

Moçambique, agora com um Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, parece concordar com a tese, devendo, sem contemplações, olhar para estas premissas de desenvolvimento com simpatia, estimulando políticas públicas que tragam relevância aos conteúdos de ensino e sobretudo massificando a distribuição do livro escolar.

Este importante instrumento –  o livro – não pode faltar à quem dele necessita. Não pode continuar a ser vendido no dumba-nengue mesmo nas barbas das autoridades.

Por outro lado, a sala de aula deve ser espelho de todo o sistema. Temos, por isso, que investir, com urgência, em carteiras para evitar que os alunos estudem sentados no chão nem que para isso haja sobretaxa na exploração florestal na capitalização de acções de visem investimentos nesta ordem.

Na sala de aula não pode continuar a faltar quadros, giz e outros meios de trabalho. O país deve crescer com a sua Educação e com a dignidade dos seus professores e alunos… de resto a qualidade do país está intimamente ligada a qualidade da educação!

 

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