Editorial

Festejemos os 40 anos da Independência

O Chefe do Estado, Filipe Nyusi, lançou esta semana uma exortação por ocasião das celebrações do 40˚aniversário da Independência Nacional que se assinala no próximo dia 25 de Junho de 2015.

A exortação tem o condão de preparar o início das actividades comemorativas da efeméride a serem feitas à escala nacional sob o lema “40 Anos de Independência: consolidando a Unidade Nacional, Paz e Progresso”. Estes são por assim dizer os três desafios desta Nação quinquagenária: a consolidação da Unidade Nacional, a manutenção da paz e o desenvolvimento do país.

Para o Chefe do Estado “este ano, por ocasião das festividades alusivas aos 40 anos da nossa Independência Nacional, vamos todos, do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico, reflectir sobre o nosso futuro à luz dos valores que nos identificam como moçambicanos e nos proporcionam o alento para prosseguirmos com os desafios do desenvolvimento do país”.

 Por isso, temos que fazer destas comemorações “uma grande festa popular, participando nas diversas actividades culturais, políticas, desportivas e científicas organizadas para o efeito em todo o país”, exaltando a Unidade Nacional, “factor fundamental de garantia da paz e igualdade de todos os moçambicanos, irmanados na observância dos princípios basilares do nosso Estado de Direito Democrático”.

Celebrações que devem ser feitos por todos os moçambicanos, “sem discriminação racial, de filiação partidária, origem social, crença religiosa, idade e grupo étnico. Vamos todos participar com entusiasmo, solidariedade e sentido patriótico neste evento de exaltação e valorização da nossa independência como uma das nossas maiores e principais conquistas”, refere o Presidente da República na sua exortação à Nação moçambicana.

Segundo o Presidente Nyusi, na esteira destas celebrações, “unamo-nos, hoje, para em diálogo franco e aberto como nos ensinam as nossas tradições construirmos consensos, superarmos diferenças e celebrarmos a Paz como o único caminho que nos permitirá, juntos, construir um futuro risonho para todos nós”.

 

É que efectivamente os 40 anos de Independência são um marco histórico para serem celebrados entusiasticamente! Com grande festa! A Festa do Povo Moçambicano!

São 40 anos de um 25 de Junho que endireitou a história, que constituiu um marco histórico do corte do cordão umbilical com o colonizador. Endireitou-se a história porque há mais de 50 anos um grupo de jovens, pequenos em quantidade mas enormes em sonhos de libertação humana, se uniram em movimento que nunca mais parou, fundando a Frente de Libertação Nacional, sigla FRELIMO.

Eram poucos, mas sabiam que representavam milhões do Rovuma ao Maputo. Eram jovens que sabiam, com o sentimento do poeta, que o “sonho é uma constante da vida tão concreta e definida como outra coisa qualquer, que o sonho é vinho, é espuma, é fermento, bichinho álacre e sedento de focinho pontiagudo, que fossa através de tudo num perpétuo movimento”. E conheciam que os colonialistas sendo fortes em tamanho, em armas e em leis, “não sabiam, nem sonhavam que o sonho comanda a vida e que sempre que um Homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança”.

A FRELIMO agarrou o sonho que captou nas entranhas do povo, interiorizou-o, semeou-o, massificou-o, injectando-o em estruturas de libertação, verificando por experiência própria que o sangue derramado pelos heróis, se transformava em prodigiosa e abundante semente. Muitos foram aqueles que regaram o chão com o seu sangue para que todo um povo fosse livre de sonhar, construindo-se na sua própria terra.

Por isso, celebrar o 25 de Junho, a independência, é celebrar toda essa luta liderada pela FRELIMO, cujos homens da linha da frente desse combate ainda se encontram entre nós em grande número. Que Deus lhes conserve a vida e nunca lhes agradeceremos bastante!

A independência, porém, não se resolveu no dia 25 de Junho de 1975. Este dia memorável, com o Presidente Samora Machel, feito povo, a proclamar, altivamente, no Estádio da Machava, que Moçambique já era um país livre, dono e senhor do seu destino, foi o pontapé de saída para a construção de um Estado ao serviço do povo autêntico.

O 25 de Junho foi a base indispensável para podermos caminhar com os nossos pés e decidirmo-nos pela nossa cabeça. Foi o primeiro dia do resto da nossa vida. Foi uma lição fantástica e, ao mesmo tempo realista, de que os grandes ideais podem ser concretizados por entre perigos, guerras e obstáculos, mais do que parece prometer a força humana.

Este sonho de independência, carreado para a interioridade do processo de desenvolvimento, continua, hoje, actuante, na persistência da consolidação da Unidade Nacional, da manutenção da paz e do desenvolvimento do país.

Um povo com fome não endireita a cabeça. Ajoelha-se perante o benfeitor esmoler.

O 25 de Junho é sinal mais que claro de que é possível nos unirmos como Nação sem discriminação racial, de filiação partidária, origem social, crença religiosa, idade e grupo étnico para construirmos um país de justiça social, enraizar a liberdade no coração dos humanos, criando-lhe condições de expansão, erradicar a ignorância, semear o conhecimento, conhecimento este que, hoje como hoje, é a maior e principal riqueza de um povo. Que é possível edificar um Estado independente e democrático ao serviço dos milhões e milhões de moçambicanos e que este Estado é um processo eficiente e dinâmico e nunca uma conclusão definitiva. Que o Estado está ao serviço da vida em perpétuo movimento e que parar é morrer.

Temos razão para festejar os 40 anos da nossa Independência. A história é mestra da vida, para nos alimentarmos da certeza de que o sonho continua e de que as coordenadas de desenvolvimento estão fundamentalmente correctas e de que é possível endireitar constantemente o percurso, através de reformas pontuais, que venham a impor-se.

Viva Moçambique!

 

 

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