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Resultados parciais colocam MDM e candidato em vantagem

Ao que tudo indica não foi desta que o partido Frelimo e seu candidato às eleições autárquicas conseguiram “resgatar” o município de Quelimane.

Até ao fecho da nossa edição, os resultados parciais divulgados pelo Secretariado Técnico Provincial (STAE) davam vantagem ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e seu candidato, Manuel de Araújo.

Segundo apurámos, pelo menos 8235 votos haviam sido contados em pelo menos 21 mesas, de um total de 41, o que representava um nível de processamento de 15,6 por cento. Dos votos contados pelo menos 5756 (69,897 por cento) tinham sido obtidos pelo candidato do MDM, enquanto o seu concorrente pelo partido Frelimo, Abel Albuquerque não tinha ido, naquela altura, para além dos 2479 votos (30,103 por cento). Embora o apuramento intermédio continuasse a decorrer até ao fecho da nossa edição o cenário prevalecia inalterável.

Em conversa com alguns munícipes e potenciais eleitores do município de Quelimane estes reconheceram o intenso trabalho de campanha eleitoral e todo investimento emocional e de outra índole efectuado por alguns “camaradas” que integravam a brigada central da Frelimo e outros elementos que para lá foram destacados, mas chamaram atenção para o facto de “um dos primeiros e principais factores das sucessivas derrotas da Frelimo em Quelimane é a falta de coesão interna no seio do partido e sobretudo ao nível do comité da cidade de Quelimane. Aquilo, por vezes, se assemelha a um saco de gatos”.

Aliás, as nossas fontes revelaram ainda que desta vez houve, em certo momento, uma força anímica para se arregaçar as mangas e trabalhar-se seriamente para resgatar Quelimane “das mãos de quem sabemos que não tem uma agenda de desenvolver efectivamente esta autarquia, somente tem e abusa muito desse facto de ter uma base de apoio nesta cidade que é maioritariamente composta por gente facilmente manipulável. Basta dizer que desde que Araújo ganhou, não se paga o imposto de bicicleta e não sei se há algum vendedor informal que nunca tenha visto de perto o Manuel Araújo. Os nossos camaradas e candidatos, sobretudo, procuram esses segmentos na véspera das eleições, e não antes” , desabafou o nosso interlocutor visivelmente agastado com aquilo que chamou “alta traição” dos seus compatriotas machuabos.

No meio disto, Araújo manteve inalterável a sua velha e estratégia de imiscuir-se nas massas e, às vezes, até lá onde chafurdam os suínos, tudo isso numa jogada astuta de “simular” uma aproximação genuína com o eleitorado e conquistar, numa primeira fase , os seus corações e na hora da verdade os votos, sem precisar pedir muito. É por essas e outras que Araújo até se dava ao luxo de interromper a sua campanha por dias consecutivos em Quelimane e ir à Maganja da Costa, Gurué, Mocuba e Milange, numa perspectiva de “reforçar a campanha” dos seus correligionários do MDM e também candidatos a edil, isto no âmbito da estratégia, ora fracassada, de controlar a Zambézia toda, a nível dos seus seis municípios.  

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