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Evitem encorajar pessoas que nos ameaçam

“A Unidade Nacional não depende apenas do Presidente da República. Eu quero a paz. Se você me atira com uma pedra o que é que vou fazer? Não há paz. Eu quero paz. Se você mata o seu vizinho porque tem mais galinhas não há paz. Então, todos temos que trabalhar para a paz. Evitem encorajar as pessoas que nos ameaçam, porque quando vocês acarinham, estão a atiçá-las e isso não ajuda mesmo a mim para defender a paz”,disse o Chefe do Estado, acrescentando: “Não podemos ficar na lamentação ou a seguir ideias obscuras, por que isso atrasa o desenvolvimento”.

Para o Presidente da República, os moçambicanos devem tomar uma atitude proactiva e progressiva no combate às ideias divisionistas. “Pois, as pessoas que nos agitam pretendem nos dividir e retardar o desenvolvimento”, disse Filipe Nyusi.

O Chefe do Estado fez esta exortação há dias na província de Nampula, durante a visita de trabalho que efectuou aos distritos de Nacala-a-Velha, Mogovolas, Ribáuè e a capital provincial com o objectivo de divulgar o Programa Quinquenal do Governo e agradecer o voto confiado a si e ao partido Frelimo.

Durante os quatro dias de trabalho, Filipe Nyusi centrou as suas intervenções no encorajamento das pessoas para a produção de comida tendo em vista, em primeiro lugar, suprir o défice alimentar, e depois comercializar para responder a outras preocupações, como, por exemplo, habitação melhorada e educação.  

Desta forma, Filipe Nyusi quis fazer compreender à população que não vale a pena passar a vida a lamentar ou a correr atrás de certos dirigentes de partidos políticos que não estão interessados em desenvolver Moçambique.

MOÇAMBIQUE NÃO PODE

SER CAMPO DE TREINO

O Presidente da República afirmou que o nosso país não pode de forma alguma ser um campo de experimentação de certos modelos que violam as regras da democracia.

“As pessoas elegeram um projecto. As pessoas de fora que encorajam e acarinham um outro projecto que experimentem-no nos seus países, depois nós vamos verificar se deu certo ou não. Moçambique não pode ser campo de treino. Nós queremos trabalhar tranquilamente para desenvolver o nosso país”,sublinhou.

Questionado sobre o que é necessário para tornar o diálogo político no Centro de Conferências Joaquim Chissano mais produtivo, o Chefe do Estado respondeu nos seguintes termos:

“Temos que conseguir a paz efectiva. Portanto, sentarmos e dissermos que estamos em paz. O que acontece é que estamos a conversar com pré-condições e o povo se sente ameaçado”.

Para Nyusi, as pessoas que fazem reuniões para agitar a população devem parar com tais atitudes e se reencontrar com a democracia. “Se eu estou a ameaçar as pessoas nos meus comícios devo deixar. A paz efectiva não está a existir porque as pessoas se sentem ameaçadas por aqueles que estão a dialogar com armas em punho”.

Ainda sobre o mesmo assunto, o Chefe do Estado afirmou que os encontros foram longos e não produziram resultados satisfatórios. “Estamos a falar de mais de 100 reuniões em que não se sabe quais são os resultados, isso cansa e as pessoas vêem que não há seriedade”.

E acrescentou que “quando se disse que a Equipa Militar de Observação da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHIM) tem que terminar, houve tanta interpretação, tanto comentário e isso desvia o sentido das coisas. Este órgão foi constituído para resolver um problema concreto que é o desarmamento e inserção dos homens da Renamo nas Forças de Defesa e Segurança (FDS) e ou passar para reforma aqueles cuja idade não permite”.

Sobre o debate em curso relacionado com os subsídios dos observadores da EMOCHIM, o Presidente da República disse que “em relação aos subsídios para as pessoas que participam nas conversações se esse for o problema que nos digam que gostariam de ter duzentas sessões e nós fazemos os cálculos para parar com isso, porque as pessoas estão cansadas de encontros que não produzem nada”.

O Presidente da República acrescentou ainda que é preciso dialogar, mas respeitando a Constituição da República, sublinhando que as regras do jogo (eleitoral) foram pré-definidas.

NAMPULA: vem aí a barragem do Alto Malema

A cidade de Nampula faz parte das que no princípio deste ano conheceu um a pagão com a destruição dos postes de transporte de energia na ponte sobre o Rio Licungo, em Mocuba, província da Zambézia.

Para evitar casos destes no futuro, o Presidente da República disse que está em estudo e numa fase avançada a construção de uma barragem sobre o Rio Malema para a produção de energia eléctrica.

“Vamos promover a construção da barragem sobre o rio Malema para reforçar a energia de modo a não esperar a Hidroeléctrica de Cahora Bassa. Quando há um corte Nampula e outras cidades ficam às escuras. Está no projecto a construção da barragem porque sabemos que a actual linha de energia não tem muita capacidade para abastecer em pleno Nampula, para além de que estamos a pensar na construção de mais uma linha que vai sair de Caia em Sofala até Nacala para aumentar a capacidade de abastecimento”,disse o Chefe do Estado.

Por sua vez, o edil de Nampula, Mahamudo Amurrane afirmou que como dirigente do município exorta a população a envidar esforços no sentido de preservar a unidade nacional.

“Como munícipes desta cidade queremos expressar o nosso comprometimento com a unidade nacional, modelo de identidade dos moçambicanos. O desenvolvimento do país exige de nós o redobrar dos esforços em políticas económicas que eliminem todas as formas de discriminação, principalmente as de natureza política ideológica para que todos se sintam envolvidos no processo da construção nacional”,disse.

RIBÁUÈ: O negócio da mandioca virou luxo

Um dos distritos visitados foi Ribáuè onde a produção da mandioca nos últimos tempos passou a ser o pão de todos. È que o tubérculo é bastante apreciado não só pelas suas propriedades nutritivas mas porque passou a constar da lista dos ingredientes para a produção da cerveja.

A título de exemplo, fala-se de cerca de seis mil camponeses que produzem este tubérculo que depois é vendido a uma empresa para o seu processamento antes de passar para Cervejas de Moçambique. Para o presente ano, prevê-se a compra de cerca de dez mil e 380 toneladas para a produção da cerveja impala.

Abílio Nahura, 57 anos de idade, é um agricultor de Namiconha que diz que a sua vida tem estado a melhorar significativamente devido ao negócio da mandioca.

Segundo afirmou, no ano passado conseguiu arrebatar pouco mais de 42 milhões de meticais, o que lhe permitiu reabilitar a sua residência de uma cobertura de capim para a de chapas de zinco.

Este agricultor explora cerca de 10 hectares e em 2014 produziu mais de 36 toneladas deste tubérculo tendo o vendido a DTCO, uma empresa de processamento, a preço de dois meticais o quilo.

Refira-se que ainda neste quinquénio está previsto a implantação do Instituto Superior Politécnico facto que vai possibilitar a formação profissional dos jovens para os desafios do emprego.

MOGOVOLAS: o ressurgimento da indústria de caju

A população do distrito de Mogovolas tem motivos de sobra para sorrir com a entrada em funcionamento de uma unidade fabril do descaroçamento da castanha de caju que nos últimos dias criou mais de 800 postos de emprego.

Neste distrito, a população pede a asfaltagem da estrada a partir da capital provincial, passando por Nametil e Mogovolas, até a vila-sede do distrito costeiro de Angoche, numa extensão de 175 quilómetros.

A propósito da estrada, o Chefe do Estado garantiu que a obra será executada ainda neste quinquénio uma vez que o projecto da sua execução foi concluído e já tem financiamento garantido.

Domingos Nhaúle
d Nhaule2009@gmail.com
Fotos de César Bila

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