De 2005 a esta parte, o sector de energia conheceu uma evolução irrepreensível. Invulgar. Por exemplo, a cidade de Maputo passou a ser hoje considerada como uma das mais iluminadas
da África Austral, perdendo para com a cidade de Johannesburg, na África do Sul, e pouco menos.
Aliás, em, termos de consumo de corrente eléctrica, a Electricidade de Moçambique (EDM) já começa a andar às voltas à busca de alternativas para alimentar a capital do país que não pára de crescer na vertical e na horizontal.
Fenómeno semelhante ocorre um pouco por todo o país, a ponto de se mostrar necessária a construção de linhas de transporte de energia que garantam a redundância de fornecimento, ou seja, que ofereçam opções quando as actuais linhas tiverem problemas, estejam sob manutenção e também para ampliar a capacidade de fornecimento com qualidade.
Para gáudio e orgulho nacional, estatísticas recentes indicam que pelo menos 10 milhões de moçambicanos beneficiam directamente de energia eléctrica em grandes cidades, vilas e até aldeias, o que pode ser facilmente testemunhado em todos os quadrantes do país, incluindo na sede do distrito de Zumbo, em Tete, que é dos lugares mais inacessíveis do país, pelo menos por via terrestre mas, que conta com energia eléctrica da rede nacional.
Estes feitos tem a sua génese na criação do Ministério da Energia, por Decreto Presidencial rubricado pelo punho do Presidente da República, Armando Guebuza, a 4 de Fevereiro de 2005, acto que permitiu uma maior flexibilidade do sector a ponto de concluir com êxito o tão sonhado processo de reversão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), do qual resultou a célebre frase “Moçambicanas, moçambicanos, Cahora Bassa é nossa!”
Com este feito em mãos, a quantidade de energia fornecida pela HCB para a Rede Nacional de Energia (REN) cresceu, o que favoreceu a consumação de projectos de expansão eléctrica que, por seu turno, “arrastam” mais gente para longe do espectro da pobreza pois, a falta de acesso à energia é um dos principais indicadores de pobreza.
Mas, não é apenas no domínio da corrente eléctrica que Moçambique ensaiou saltos bem-sucedidos. A promoção das energias renováveis, com particular destaque para a popularização do uso de painéis no meio rural mas, sobretudo, em unidades sanitárias, no sector de ensino, comércio, telecomunicações, entre outros.
Em cerca de dez anos de governação, o sector de energia galvanizou a construção de infra-estruturas de transporte, distribuição e armazenamento de combustíveis líquidos e fomentou o uso do gás natural que é convertido em energia eléctrica acessível para populações de regiões do norte da província de Inhambane, nomeadamente Vilanculos, Bazaruto, Inhassoro, Govuro e Mabote, bem como de Machanga, no sul de Sofala.
Entre outros, o gás natural tem estado a ser aproveitado como combustível para viaturas, sendo mais barato que a gasolina e o diesel, daí o crescimento de número de utentes deste produto. Por outro lado, decorre uma grande empreitada de construção de condutas que deverão levar o gás à porta de unidades industriais e comerciais da cidade e província de Maputo, enquanto se espera pela optimização do funcionamento deste sistema para que a canalização seja feita para residências.
Enfim… no domínio da energia não há equívocos. Houve um “boom”, inclusive de bombas de combustíveis instaladas em sedes distritais pelo Fundo Nacional de Energia (FUNAE) mas, concessionadas a entidades privadas em benefício das comunidades das cercanias e transeuntes.