Economia

Moçambique melhora consumo e acesso ao crédito

Moçambique é um dos países da África Subaasariana que está a melhorar o consumo e o acesso ao crédito nos últimos anos e acredita-se que com as recentes descobertas de gás natural, carvão

 e outros minérios poderá sustentar um sólido crescimento económico, o que resulta, em parte, da boa governação política e económica verificada. Outros países africanos na mesma linha que o nosso são Níger, Serra Leoa e Zâmbia.

Estes dados foram avançados recentemente, num relatório do Banco Mundial, onde se considerou que o consumo das famílias se manteve robusto durante o ano passado, o que representa mais de 60 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em África. Esta tendência foi estimulada pela queda da inflação, que desceu de 9.5 por cento em Janeiro 2012, para 7.6 por cento, em Dezembro do mesmo ano.

A melhoria no acesso ao crédito, também impulsionou na melhoria do consumo tanto em Moçambique bem assim de países da região como Angola, Gana, África do Sul e Zâmbia. Encontram-se ainda as taxas de juro mais baixas, pois por cada subida de juros registaram-se três cortes e uma retoma nos rendimentos agrícolas, todos os países apresentaram melhores condições pluviais, se comparado com os anos 2010 e 2011. Por outro lado, foram investidos cerca de 31 biliões de dólares americanos entre 2011 e 2012.

Dados em nosso poder indicam que até 2020 apenas quatro ou cinco países africanos não estarão envolvidos na exploração de algum tipo de minério, como resultado da abundância destes recursos naturais no continente.

Como resultado das receitas destes recursos, os países com maior potencial deverão investir os novos ganhos para melhorar os sectores da saúde, educação, emprego e, sobretudo, na redução da pobreza, como forma de maximizar as perspectivas nacionais de desenvolvimento.

Um crescimento no fluxo de investimentos tem apoiado o desempenho do crescimento da região. A título de exemplo, em 2012, os fluxos líquidos de capital privado para o continente aumentaram 3.3 por cento, para um total recorde de 54.5 biliões de dólares americanos e os fluxos de Investimento Directo Estrangeiro para a região aumentaram 5.5 por cento em 2012, atingindo 37.7 biliões de dólares.

Segundo a publicação “Africa’s Pulse”, as exportações estão também a impulsionar o crescimento do continente africano e que os tradicionais destinos destas mercadorias estão também a mudar. Desde o ano 2000, o crescimento global das exportações subsaarianas para mercados emergentes, incluindo a China, Brasil e Índia, e para países da região, tem ultrapassado as destinadas aos mercados desenvolvidos. O total de exportações para o Brasil, Índia e China, ultrapassou mercados como a União Europeia, em 2011.

No que concerne ao crescimento económico, em 2012, cerca de um quarto dos países de África verificou um desenvolvimento económico acima de sete por cento, sendo que nações como a Serra Leoa, Níger, Costa do Marfim, Libéria, Etiópia, Burkina Faso e Ruanda situam-se agora entre as nações de mais rápido crescimento do mundo.

O novo relatório do Banco Mundial prevê que as perspectivas de crescimento a médio prazo se mantêm robustas e serão apoiadas por uma gradual melhoria da economia mundial, preços sustentadamente elevados das matérias-primas e maior investimento em infra-estruturas regionais, comércio e crescimento dos negócios.

O crescimento económico na África Subsaariana deverá cifrar-se em mais de cinco por cento, em média, no período 2013-2015, como resultado dos elevados preços mundiais das matérias-primas e dos gastos robustos dos consumidores do continente, que assim garantem que a região se manterá entre as de maior crescimento no mundo.

No momento os desafios com vista ao contínuo crescimento da África passam por investir em áreas ligadas à electricidade, alimentação, com vista a aumentar consideravelmente a energia e a produtividade agrícola, para melhorar a qualidade de vida dos povos africanos e reduzir a pobreza.

Os países africanos precisam de levar mais electricidade, alimentação nutritiva, emprego e oportunidades, às famílias e comunidades de todo o continente para que possam melhorar as suas vidas, acabar com a pobreza extrema e promover uma prosperidade partilhada. Sem um aumento da energia elétrica e uma maior produtividade agrícola, o desenvolvimento futuro de África não poderá prosperar. A boa notícia é que os governos de África estão determinados em mudar a situação”, disse o vice-presidente para África do Banco Mundial, Makhtar Diop.

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