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Mineradora do Estado volta ao mercado com novo fôlego

Por Idnórcio Muchanga

Quando se fala em exploração de recursos minerais no país, o pensamento colectivo volta-se para companhias como a Vale, Anadarko, Eni, Jindal, entre outras deste quilate. Poucos se recordam que o Estado moçambicano é dono da Empresa Moçambicana de Exploração Mineira (EMEM), que tem participações em projectos diversos e com ambições rechonchudas.

Em entrevista concedida ao nosso jornal pelo presidente do Conselho de Administração, Celestino Sitóe, coadjuvado pelo director comercial, António Manhiça, percebe-se o que levou o Estado a optar por dar uma nova roupagem a esta empresa e a colocá-la novamente no mercado.

Agora, ela tem participações aveludadas em empreendimentos estabelecidos no território nacional como a Tete Gás Metano, MozaCimentos, Minas de Changara, Marsar Dimensional, Grafite de Ancuabe, Kingho Investiments Company, DingHeng Minerals (areias pesadas de Chibuto), Vale Moçambique, Minas de Revúbuè, Pedreiras de Cabo Delgado e Minas de Moatize.

Não se fala da EMEM. O vosso objecto de trabalho é…

…a gestão das participações do Estado nos investimentos mineiros, comercialização, pesquisa e a logística mineira.

Em que dimensão é que o Estado tem participações?

A ordem mínima é de cinco por cento e com possibilidade de negociar para ter mais.

Cinco por cento?

É o que a lei estabeleceu.

Essa lei é de quando?2014 e refere-se à participação do Estado nos casos em que a concessão mineira é acoplada ao contrato mineiro e não tenha custos para o Estado, daí que seja o mínimo.

Mas há casos em que o Estado faz investimentos…

Pois. Nesses casos faz-se uma negociação e o Estado investe.

Falemos no concreto…

Por exemplo, temos participações em empresas como a Tete Gás Metano, onde a EMEM detém 66,6 por cento, na MozaCimentos temos 25, na empresa Minas de Changara também somos donos de 25 por cento, na Marsar Dimensional gerimos 49 por cento, nas empresas Grafite de Ancuabe, Kingho Investiments Company, Minas de Revúbuè, e DingHeng Minerals temos 10 por cento, e na Vale Moçambique, Pedreiras de Cabo Delgado e Minas de Moatize cinco por cento.

De onde vem o dinheiro usado para investir nestes projectos?

Há muitas formas de conseguir dinheiro. Uma delas é o empréstimo concedido pelo próprio investidor e amortizado por via dos dividendos. Por exemplo, se o rendimento é 100, o investidor cobra 75 e nos dá 25. Tem havido esse tipo de saídas.

Diz-se que a EMEM pretende criar centros de comercialização de ouro. Qual é a ideia?

Estamos a criar centros em Nampula e Manica. O de Nampula existe há cerca de meses e o de Manica está na forja, pensamos que em um mês estará operacional. Mais adiante iremos criar subdelegações nos distritos de Mogovolas e Memba. Na província de Manica fixámo-nos na vila de Manica e depois iremos para o distrito de Sussundenga. Temos de consolidar para avançarmos para Niassa, Cabo Delgado e depois Zambézia. 

Qual é o conceito?

Texto de Jorge Rungo

jorge.rungo@snoticias.co.mz
 

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