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Linha férrea Moatize -Nacala ganha forma

Por admin

A construção da linha férrea que deverá ligar a região mineira de Moatize ao porto de águas profundas de Nacala-a-Velha começa a ganhar forma graças aos investimentos que o consórcio

composto pela Vale, Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM) e Corredor de Desenvolvimento de Nacala (CDN), entre outros, está a realizar, os quais prevêem que aquela infra-estrutura poderá estar concluída em finais do próximo ano.

Dados colhidos junto da administração da Vale indicam que todos os contratos de fornecimento de materiais para a obra já foram assinados, todas as travessas serão fabricadas em Moçambique e já estão pagas. Aliás, em todas as sessões daquele traçado ferroviário decorrem actividades de desbravamento, terraplanagem, mobilização de equipamentos, a Pedreira de Cuamba, que deverá fornecer pedra para a base da linha está a ser reactivada, e está em curso a instalação de centrais de betão.

Segundo as fontes, dentro do território malawiano as obras encontram-se numa fase avançada e compreendem a construção de 136 quilómetros e a reabilitação de outros 99 quilómetros para ligar Moatize, em Tete, e a região de Entrelagos, no Niassa.

Entretanto, consta que o troço de 136 quilómetros, que parte da fronteira Oeste do Malawi até à zona de Nkaya, merece uma atenção particular na medida em que atravessa uma região acidentada na qual deverão ser construídas 20 pontes ferroviárias e dois viadutos rodoviários.

Até ao final deste ano terminaremos a terraplanagem e, no início de Janeiro do próximo ano, vamos começar a lançar a linha férrea no interior do Malawi para que em Setembro (do próximo ano) possamos iniciar os testes de capacidade da linha”, revelaram as nossas fontes. 

Ainda no quadro da construção desta linha, o consórcio concessionário do projecto anunciou que está a ser concluída a construção de uma fábrica de travessas em viga que estará dotada de quatro linhas de produção para atender às necessidades do troço que atravessa o Malawi.

 De um modo geral, consta que o avanço físico das obras se situa em cerca de 25 por cento e as nossas fontes alegam que no começo foram registados alguns atrasos relacionados com a mobilização dos meios humanos e materiais. Contudo, “até ao final do ano a terraplanagem estará concluída em todo o trajecto e em Setembro de 2014 teremos 96 por cento dos trabalhos executados para darmos início aos testes dos equipamentos e de capacidade de carga”.

No outro desenvolvimento, as nossas fontes revelaram que todos os produtores de carvão mineral estabelecidos na província de Tete poderão ter acesso à via-férrea, ou seja, o acesso será universal, conforme foi acordado com o governo moçambicano. O que está ainda em análise é o modelo tarifário a ser aplicado, o qual está dependente da decisão dos accionistas do consórcio.

Dados em nosso pode indicam que a Vale, CFM, CDN e outros accionistas concessionários desta linha pretendem criar uma capacidade de transporte superior a 11 milhões de toneladas por ano até finais de 2015 e continuar a realizar investimentos para a expansão de modo a atingir 13 milhões de toneladas em 2016 e chegar às 18 milhões de toneladas em 2017.

A nossa Reportagem apurou igualmente que o porto de Nacala-a-Velha actualmente em construção terá uma capacidade de manuseio de 18 milhões de toneladas de carvão mineral por ano e uma competência de 5100 toneladas de embarque para navios por hora.

A construção da linha férrea Moatize-Nacala visa criar uma alternativa de escoamento do carvão mineral produzido na província de Tete até agora possível através da linha de Sena, sendo que a carga geral continuará a ser manuseada no porto de Nacala.

Entretanto, ainda não se conhecem os pontos onde serão estabelecidas estações para o embarque e desembarque de passageiros e de carga ao longo da linha férrea Moatize-Nacala. “Não mapeamos as estações, mas pensamos que esse trabalho será feito em breve”, referem as nossas fontes.

 

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