O Instituto para a Promoção de Investimentos (IPEX) lança, amanhã, em Maputo, a comemoração das bodas de ouro da Feira Internacional de Maputo (FACIM) que vai acontecer um pouco por todo o país e o ponto mais alto será a realização da sua quinquagésima edição entre os dias 25 e 31 de Agosto próximo, sob o lema “FACIM – 50 anos promovendo Moçambique”.
Para João Macaringue, Presidente do Conselho de Administração (PCA) do IPEX, os cinquenta anos da FACIM são motivo de júbilo, orgulho, satisfação e mais uma ocasião para juntar expositores nacionais e estrangeiros e potenciais investidores para o país.
A primeira exposição foi inaugurada a 24 de Julho de 1964 e concebida tendo em vista a promoção do potencial produtivo do país naquela altura e levou o nome de Feira Agropecuária, Comercial e Industrial de Moçambique, resultando daí a sigla FACIM. Por outro lado, um dos seus objectivos principais era demonstrar a vitalidade da economia moçambicana na época.
Aquela edição decorreu na baixa da cidade de Maputo, numa área de 50 metros quadrados e contou com a participação da África do Sul e do Instituto de Café de Angola. Depois disso, na terceira edição o número de participantes nacionais e estrangeiros passou de 130 para 300 empresas e foi visitada por mais de 90 mil pessoas.
“Desde essa altura até hoje a FACIM não falhou uma única edição. Com a proclamação da nossa independência, a feira assumiu-se como vanguarda do potencial produtivo de Moçambique e teve o condão de escrever a história do país ao longo deste percurso todo”, referiu João Macaringue.
Segundo o nosso entrevistado, falar da FACIM é falar do potencial produtivo e do pulsar da economia do nosso país, daí que quando chega a altura do certame mexe com grande parte dos expositores nacionais e internacionais.
“Todo mundo converge em torno desta grande feira que é a montra maior do nosso país. Por isso decidimos que a celebração dos 50 anos vai começar um pouco cedo, com o seu lançamento no dia 3 de Fevereiro e o ponto mais alto será a realização da quinquagésima edição”.
domingoapurou que tendo em conta a necessidade de dar grandeza ao evento e um ar mais colorido e emblemático às acções de preparação da quinquagésima edição, serão realizadas feiras em todas as províncias, onde serão seleccionadas as melhores amostras que irão corporizar a montra maior na edição especial das bodas de ouro.
Paralelamente, serão organizados seminários e palestras a nível das províncias de Sofala, Nampula, Tete e Zambézia com vista à divulgação dos instrumentos aprovados para a facilitação do ambiente de negócios e do comércio em Moçambique.
Aliás, o Governo, atento à necessidade de dar uma maior notoriedade à efeméride, fez coincidir a exposição com a realização da 11.ª edição do Encontro Empresarial entre os Países Falantes da Língua Portuguesa, usando Macau como Plataforma e envolvendo a China, para ter lugar uma semana antes da FACIM de modo que, a parte final, culmine com a visita à feira. “Isto vai permitir uma maior internacionalização da feira e todos os países falantes da língua portuguesa que vão tomar parte do evento terão também a oportunidade de partilhar alguns momentos da celebração das bodas de ouro”.
Para amanhã, 3 de Fevereiro, foi concebido um programa cultural a ter lugar na FACIM, com a participação de artistas como Banda Kakana, Zahara, General Muska, Xidiminguana e António Marcos.
Pavilhão multiuso
ainda em negociação
Segundo João Macaringue, decorrem ainda negociações para a construção das instalações definitivas que vão contemplar, entre outros, o pavilhão multiuso para a exposição, hotéis e casinos.
“Era nossa pretensão que estivéssemos a dar indicações claras daquilo que é a construção das instalações definitivas, mas ainda estão a decorrer as negociações com diferentes parceiros que precisam de conhecer com detalhes o projecto, fazer estudos de viabilidade e lançar um conjunto de pesquisas que lhes permitam assegurar que o investimento terá retorno”, disse.
Já existem investidores interessados pelo projecto, nomeadamente operadores nacionais, espanhóis, chineses e de Dubai. Estes têm interesse em participar na construção de raiz daquilo que são as infra-estruturas previstas para a FACIM, no entanto, o IPEX está a acertar demonstrar as infra-estruturas prioritárias.
“Todos eles querem lançar mão ao que dá mais dinheiro, nomeadamente condomínios, casinos e centros comerciais, mas a nossa prioridade é a implantação do pavilhão multiuso que é a essência deste lugar. Queremos acreditar que num brevíssimo trecho teremos a solução para este lugar”, aludiu Macaringue, tendo acrescentado que existem várias manifestações de interesse para a construção daquelas infra-estruturas, mas como tem estado a ser dito Moçambique tornou-se num país com que se fala, o que permite a possibilidade de negociar com os possíveis investidores em pé de igualdade.
Macaringue disse que o interesse pela construção do pavilhão multiuso é reduzido pelo facto de este não ter possibilidade de gerar retornos em curto espaço de tempo, o que só será possível com as infra-estruturas complementares.
“A FACIM tem uma componente marcadamente comercial que não tem a ver com aquilo que é o custo operacional. Há acções que decorrem do dever que o Estado tem de promover e aí não pode encontrar mecanismos de compensação, em termos financeiros. No entanto, é uma actividade que tem de ser realizada”.
Angelina Mahumane
vandamahumane