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Fartura subaproveitada

Por admin

O Centro de Promoção de Investimentos (CPI) realizou, semana finda, na província de Maputo, a conferência sobre oportunidades de investimento e ligações empresariais nos sectores de manufactura, hidrocarbonetos e energia, onde foi garantido que estas existem em abundância no país, porém, estão a ser subaproveitadas pelos empresários nacionais, por falta de conhecimento.

A questão é que os requisitos para se aceder a tais oportunidades continuam escassos, o que faz com que o empresariado nacional não responda de forma activa e com sucesso que no diz respeito ao fornecimento de bens e serviços demandados pelos grandes empreendedores.

Com vista a reverter o actual cenário, o CPI reuniu os empresários com finalidade de identificar e promover as oportunidades de negócios em empreendimentos de grande dimensão, nomeadamente, mega-projectos.

Queremos partilhar informações sobre oportunidades de negócios decorrentes dos grandes empreendimentos nos sectores de manufactura, hidrocarbonetos e energia e sobre os mecanismos de financiamento do empresariado nacional, ligações empresariais e programa de intercâmbio de subcontratações e parcerias, que visa apoiar este grupo com vista a responder aos padrões e requisitos pedidos”, afirmou João Godinho Alves, director geral adjunto do CPI.

Por seu turno, o governador da província de Maputo, Raimundo Diomba, disse que aquele evento demonstrou mais uma vez a contínua abertura do governo, através do diálogo com o sector privado, para a melhoria do ambiente de negócios e aumento de investimento nacional e estrangeiro, contribuindo para a criação de mais postos de trabalho e desenvolvimento do tecido empresarial nacional.

Este evento vem demonstrar que o nosso país é de oportunidades de investimentos e propício para se fazer negócios que beneficiem os investidores e a economia nacional. Entretanto, é importante que para um maior e melhor aproveitamento dessas possibilidades, particularmente pelos moçambicanos, a eficiência, qualidade e a competitividade sejam assumidas por todos nós”, referiu.

Para tal, é preciso investir-se na capacitação empresarial e no estabelecimento de parcerias com empresas estrangeiras que possam contribuir com o seu capital e conhecimento para o desenvolvimento das instituições moçambicanas.

Enquanto isso, o governo vai incrementar o apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas como forma de alargar as oportunidades de emprego e auto-emprego dos moçambicanos, sobretudo, para jovens, bem como fortalecer a integração e o crescimento da indústria nacional na cadeia de valor dos grandes projectos.

Raimundo Diomba sublinhou ainda que a província de Maputo, que possui o maior parque industrial do país, tem vindo a registar um crescimento assinalável do fluxo de investimento com impacto positivo no crescimento económico e na criação de postos de trabalho, nos diversos ramos de actividade.

A título de exemplo, nos últimos cinco anos, naquela província, foram aprovados 526 projectos de investimento privado nacional e estrangeiro, o correspondente a mais de dois milhões de dólares americanos e a abertura de mais de 33 mil postos de trabalho.

Como resultado do potencial existente na província de Maputo tem surgido diversos empreendimentos cuja implementação em pleno vai alavancar o seu desenvolvimento e catapultar o surgimento de novas empresas nacionais com potencial para fornecimento de bens e serviços.

As reformas para a melhoria do ambiente de negócios que vem sendo implementadas pelo governo tem estado a contribuir para o aumento do volume de investimentos, que tem como resultado o crescimento económico e que pode ser verificado pelo interesse de cada vez mais investidores interessados em estabelecer os seus negócios na nossa província, em particular e no país, em geral”, concluiu.

OPORTUNIDADES EM TODO PAÍS

As oportunidades de investimento estão disponíveis um pouco por todo o país, a título de exemplo, representantes de diversas entidades como Gabinete das Zonas Económicas de Desenvolvimento Acelerado (GAZEDA), CPI e Parque Industrial de Beleluane são algumas das instituições que apresentaram algumas janelas de investimentos que os empresários moçambicanos podem encontrar.   

Segundo Eduardo Naiene, administrador delegado da ENH-Logistics, subsidiária da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), na Base Logística de Pemba e no Centro Industrial de Palma, em Cabo Delgado, existem diversas conjunturas de investimentos, com destaque para construção de infra-estruturas diversas, prestação de serviços específicos à indústria de hidrocarbonetos.

Para o caso da Base Logística de Pemba, orçada em cerca de 200 milhões de dólares americanos, cuja conclusão da primeira fase está prevista para o próximo ano, as empresas nacionais poderão fornecer diversos serviços de logística.

Em Palma temos a ambição de construir uma sociedade industrial. Estão disponíveis 18 mil hectares para a implementação de uma zona industrial. Vamos precisar de diversas infra-estruturas básicas, nomeadamente, energia, estradas, saneamento, alojamento, gestão imobiliária, entre outros serviços”, sublinhou Naiene.

Enquanto isso, a directora do aprovisionamento da Mozal, Gilda Chitsungo, disse que aquela empresa precisa de fornecedores em várias áreas, com destaque para os equipamentos mais usados como é o caso de motores, cilindros, segurança, serviços de apoio como é o caso de transportes, catering, lavandaria, manutenção.

A Mozal tem 313 contratos activos no sistema, dos quais 140 com empresas moçambicanas” disse Chitsungo.

Angelina Mahumane

vandamahumane@gmail.com

Fotos de Jerónimo Muianga

 

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