Para além da evidente falta de lonas, os camponeses mostram-se preocupados com a falta de cumprimento dos prazos de comercialização, dado que esta devia decorrer de Junho até ao dia
15 de Novembro, conforme o calendário acordado pelas partes envolvidas.
Porém, e para o desgosto dos camponeses e do Governo da Província de Cabo Delgado, a nossa Reportagem apurou que a Plexus solicitou um alargamento do prazo para o dia 30 de Novembro, num gesto que terá deixado as administrações dos distritos abrangidos completamente surpreendidas.
Apesar da surpresa, aquelas administrações conseguiram manter a coesão e deixaram claro que a Plexus deve assumir todas as consequências resultantes deste adiamento, incluindo a manutenção dos preços do algodão que foram acordadas no começo da campanha. Para que conste, exigiram que a empresa assuma tudo por escrito, acto que se materializou há dias.
Por outras palavras, e segundo vários membros do governo de Cabo Delgado, incluindo administradores distritais, a Plexus deverá pagar pela quantidade e qualidade de algodão existentes nos celeiros, independentemente deste ter baixado de peso devido à permanente exposição às condições adversas da natureza ou da sua deterioração resultante da chuva ou de eventuais queimadas.
A empresa fomentadora, pela voz do seu director de operações, Brian Archibald, jura a pés juntos que vai comprar todo o algodão que permanece nas mãos dos camponeses e que está a fazer o seu melhor para distribuir sacos e para importar lonas.
Mas o que está a complicar tudo é o facto de grande parte dos camponeses terem recorrido a empréstimos bancários para financiar a sacha, entre outras actividades afins. É que os bancos que deram dinheiro já começaram a fazer as contas dos juros de mora e a tirar o sono aos camponeses.