Economia

Reduz número de vítimas de fome

Moçambique é um dos 72 países que conseguiu alcançar a meta número um dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio que visa reduzir para metade a proporção de pessoas que sofrem de fome, revelou Fernando Mavie, director Nacional de Extensão Agrária.

Segundo ele, para garantir que este objectivo fosse alcançado, o Governo implementou políticas, estratégias e programas orientados para o combate à pobreza assim como para o alcance da segurança alimentar e conseguir o desenvolvimento sustentável no país.

Apesar do feito alcançado, ainda existem muitos desafios, sobretudo no que concerne à desnutrição crónica, que faz parte dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, lançados recentemente em substituição dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio.

O novo desafio consiste na erradicação da fome, que será possível através do desenvolvimento de sistemas de agricultura sustentável.

Estes dados foram divulgados no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Alimentação, que, este ano, marca o 70º aniversário da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que culminou com o lançamento do relatório sobre “O Estado da Alimentação e da Agricultura no mundo” (The State of Food and Agriculture 2015, SOFA).

O evento serviu ainda para a realização de um seminário sobre Protecção Social e Agricultura em Moçambique, que não fugiu ao tema do Dia Mundial da Alimentação deste ano que decorreu sob o lema “Protecção Social e Agricultura: Rompendo o ciclo da pobreza rural”, que tinha em vista chamar a atenção das pessoas em todo o mundo para questões de segurança alimentar e nutricional e para a necessidade de erradicar a fome.

Este tema foi escolhido para despertar consciência sobre o papel que a protecção social desempenha no combate à desigualdade e à vulnerabilidade bem como na erradicação da fome e da pobreza, quando incluída como prioridade nas agendas de desenvolvimento. Isto porque os programas de protecção social asseguram o acesso directo a alimentos ou aos meios com que os comprar, enquanto estimulam a produção agrícola e actividades económicas a nível local.

Segundo dados disponibilizados pela FAO, a luta contra a fome e a pobreza tem de ser feita sobretudo nas zonas rurais, uma vez que quase 80 por cento das pessoas pobres do mundo vivem no campo e dependem sobretudo da agricultura como fonte de rendimento e alimentos.

Por outro lado, o crescimento económico, especialmente na agricultura, tem sido essencial para baixar as taxas de fome e pobreza. Contudo, este crescimento não tem beneficiado a todas as pessoas. Cada vez mais países em desenvolvimento vêem as medidas de protecção social como necessárias na luta contra a fome e a pobreza. Aliás, estudos mostram que, só em 2013, medidas de protecção social retiraram cerca de 150 milhões de pessoas da pobreza extrema.

Em relação a Moçambique, em 2014, cerca de 341 mil agregados, incapacitados permanentemente de trabalhar, estavam cobertos por acção social directa, segundo Ruben Alves, da Organização Mundial do Trabalho.

O Estado da Alimentação e da Agricultura no mundo mostra que a protecção social não é apenas um imperativo para ajudar os mais pobres a cobrir as necessidades básicas, sobretudo quando estes estão, de alguma forma, impossibilitados de trabalhar, mas também se trata de uma base para a melhoria gradual dos meios de subsistência dos mais pobres.

Refira-se que este dia, assinalou-se pouco depois da Cimeira de Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU) realizada no passado mês de Setembro, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América (EUA), onde 193 países acordaram quanto a uma nova Agenda Global para o Desenvolvimento Sustentável e se comprometeram a erradicar a fome até 2030.

A luta contra a fome e a pobreza tem de ser feita sobretudo nas zonas rurais.Mais investimentos devem ser feitos em prol de pequenos produtores, agricultores familiares, mulheres rurais, comunidades pesqueiras bem como outros grupos vulneráveis ou marginalizados.

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