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ACONTECIMENTO DO ANO: Plataforma flutuante Coral Sul-FLNG

Por Idnórcio Muchanga

A conclusão da construção e início, a 15 de Novembro, do reboque da plataforma flutuante Coral Sul-FLNG – dos estaleiros da Samsung Heavy, na Coreia do Sul, para a província de Cabo Delgado, foi eleita pelo domingo como o acontecimento económico que marcou o ano 2021.

Para incrementar ainda mais a esperança por dias de glória no sector económico, espera-se que este empreendimento chegue a Moçambique em Janeiro, de modo que a exploração do gás natural na Bacia do Rovuma arranque ainda no primeiro semestre de 2022.

Trata-se de um projecto orçado em cerca de 7 biliões de dólares norte-americanos. Prevê-se a geração de lucros directos de 39,1 biliões de dólares, dos quais cerca de 19,3 biliões para o Estado moçambicano durante os 25 anos da vigência da concessão.

Fora isso, a operação pode gerar outras pequenas e médias empresas que irão fornecer bens e prestar serviços à indústria do gás, o que significa a criação de milhares de postos de emprego para os moçambicanos.

A decisão final de investimento foi anunciada em Junho de 2017 e a campanha de perfuração dos seis furos que irão corporizar o projecto iniciou em Setembro de 2019.

Com capacidade de produzir 3.4 milhões de toneladas métricas de gás por ano, a plataforma flutuante é a primeira a ser construída de raiz para operar no continente africano e a terceira dessa complexidade no mundo.

Esta unidade integrada de gás, para além de extrair, deverá assegurar a sua liquefacção, armazenamento e um sistema de descarregamento. Possui 414 metros de comprimento, 65 metros de largura e 40 de profundidade. Tem ainda um residencial para acomodar cerca de 350 trabalhadores.

Conta com depósitos de armazenamento no casco e 13 módulos por cima deles e heliporto.

Importar destacar que a concretização deste projecto é um grande marco histórico para Moçambique e para os moçambicanos, porquanto o campo Coral – descoberto em Maio de 2012 pela Eni – contém cerca de 450 biliões de metros cúbicos, o equivalente a 16 triliões de pés cúbicos (TCFs) de gás.

A concretização deste empreendimento é vista por alguns sectores como reveladora da capacidade de estruturação de projectos complexos pelos parceiros e pelo Governo moçambicano, particularmente, numa fase em que o mercado do gás tem vindo a evidenciar enormes desafios.

Já foi divulgado que a produção do projecto Coral Sul será comercializada à petrolífera BP durante 20 anos, com opção de extensão por mais 10 anos.

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