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VICENTINHO: Um homem de trato fino

Por Idnórcio Muchanga

Registaram-no como Vicente Elias Mabjeca. Os mais próximos, desde os tempos de meninice, tratavam-lhe por Vicentinho. Com esse nome chegou e venceu no futebol. Foi no Nova Aliança, um clube do bairro do Xipamanine, vizinho do seu Chamanculo, onde mostrou os primeiros dotes. “Olheiros” viram nele qualidades e cochicharam a Nelson Mafambana, que fazia parte da estrutura do Ferroviário de Maputo. Não tardou que aquele rapaz da periferia despertasse o interesse pela sua genica e entrega ao jogo.

Naquela altura, tudo o que ele detinha parecia insuficiente para chegar e vencer no Ferroviário de Maputo, que tinha na zona central Joaquim João, que já tinha regressado ao clube depois de um período a prestar os seus serviços ao Maxaquene, e Mabjaia, que tinha feito um percurso assinável no Incomáti de Xinavane.

Por via do Ferroviário foi integrado nos Caminhos de Ferro de Moçambique e quando saísse do trabalho às 12.00 horas, enquanto os outros colegas preocupavam-se em almoçar e “queimar tempo” até às 17.00 horas, altura do treino, ele chegava ao departamento, pedia a bola e treinava sozinho. Uns riam-se. Achavam graça ver aquele que outros consideravam “marreta”, avaliando a qualidade dos seus colegas da mesma posição a exercitar-se sozinho, correndo, chutando a bola para cima, cabecear. Depois de muito transpirar, ainda tinha que obedecer o recomendado para o trabalho de grupo.

Mário Coluna reparou em todo esse empenho e apesar das unidades superiores do seu plantel, aproveitou-se das potencialidades daquele rapaz que não virava a cara à luta. E dessa forma, decidiu puxá-lo para o meio-campo, tirando partido das suas capacidades físicas, sempre voluntarioso, solidário, acudindo a todas as situações de jogo. Leia mais…

Texto de Joca Estêvão

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