O Cine-teatro Scala está firme na ideia de manter a exibição de filmes moçambicanos todas as quintas-feiras. A ideia da casa é partilhar com o público amante do cinema películas originariamente moçambicanas como um mecanismo de fazer a sétima arte chegar a mais público. Igualmente, está nos planos da Associação Cultural Scala, proprietária do empreendimento, apostar nos próximos tempos em grandes produções que são exibidas nas maiores salas de cinema do mundo.
No entender da organização, é uma iniciativa que visa diversificar os produtos oferecidos ao público para atrair mais gente. Assim, na próxima semana, 15 de Agosto, vai ser exibido o filme “O tempo dos Leopardos”, realizado e escrito por Zdravko Velimirović, Branimir Šćepanović, Luís Carlos Patraquim e Licínio Azevedo, e no dia 22 do corrente mês será a vez do “Desobediência”, do realizador Licínio de Azevedo.
Na última quinta-feira foi a vez do filme “Impunidades Criminosas”, longa-metragem do realizador moçambicano Sol de Carvalho. A película conta a história de uma mulher, Sara, que assassina o marido após longos anos de violência física e psicológica. Cansada dos maus-tratos, decide acabar com a vida do seu parceiro e jogar o corpo no lixo. Em 74 minutos do longa, Sol mergulha na tradição africana para mostrar os males que advêm daquele acto macabro que, em princípio, para Sara, era um acto de libertação.
A mulher, além de ser perseguida pela quadrilha da qual o marido fazia parte e também de ter sido presa, é igualmente obrigada a submeter-se ao processo de purificação sexual, vulgo “kutxinga”, com o chefe da quadrilha do marido morto. Porque a violência só gera violência, Sara acaba por assassinar também o chefe dos bandidos, conhecido por Chiquinho Paixão. Depois da exibição do filme, ouve espaço para uma conversa com o realizador. Sol esclareceu que, vários anos depois de ter estreado “Impunidades Criminosas”, ainda sente uma nostalgia dos tempos em que produziu e gravou o filme. Leia mais…
