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MEMÓRIA – ISSUFO BIN HANJI: “Thumbatata”

Por Idnórcio Muchanga

Com a emigração de povos à procura de melhores condições de vida, Bin Hanji deixou as Ilhas Comores e, através da costa do oceano Índico chegou ao interior de Moçambique, esgueirando-se até Lourenço Marques (Maputo), fixando-se no bairro da Mafalala. Já estabelecido conheceu uma moçambicana de nome Laila Bita Harun e do relacionamento amoroso nasceram Issufo Bin Hanji, Aly Bin e Issulahe Bin.

O mais velho dos três, Issufo, gostava de uns calções que envergava a qualquer hora e momento. O tecido foi-se desgastando com o excessivo uso, mas também pelas brincadeiras próprias de um menino. Um dia caiu e roçou os amados calções no chão rugoso, criando dois enormes buracos nas traseiras. Ainda assim, Issufo não abdicou dos tais calções. Sempre que fosse à rua, envergava-os, mesmo que tivesse que enfrentar a troça dos meninos da zona que passaram a chamar-lhe de “duas-batatas” em alusão aos dois buracos. Um deles, armado em mais inteligente e conhecedor da língua inglesa, trocou “duas” por “two”, mas como algumas pessoas não conseguiam pronunciar a palavra “two”, ficou “Thumbatata”.

Issufo ficava aborrecido a cada vez que saísse de casa, mostrando a sua repulsa pelo nome atribuído, muitas vezes dito em coro, mas, como tem sido peculiar, “quanto mais se rejeita um nome de troça, mais ele vinga”. Assim, a dada altura, nada mais podia fazer, que não fosse aceitar o novo nome – Issufo Thumbatata, tendo assim se popularizado. Leia mais…

Texto de Joca Estêvão
joca.estevao@snoticias.co.mz

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