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Humilhadas e desprezadas por não gerarem filhos

  • domingo traz relatos do calvário de mulheres com infertilidade, uma doença que, entretanto, afacta também homens

Quando foi ao hospital por causa de dores intensas durante o período menstrual, Ethel Phiri, de 32 anos de idade, não imaginava que aquele mal poderia roubar-lhe um sonho: ser mãe. Aos 19 anos, recebeu a notícia de que tinha miomas e que a única solução para acabar com o desconforto que afectava sobremaneira a sua qualidade de vida era uma cirurgia para a remoção do útero.

Inconformada, procurou uma segunda opinião fora do país, mas o diagnóstico não foi diferente. Entretanto, desta vez foi aconselhada a retirar os miomas e a engravidar, ainda que aquele não fosse o momento ideal para a jovem. Ethel tentou engravidar, mas sem sucesso. Enquanto isso, os miomas multiplicavam-se no útero.

O desespero levou a jovem a propor ao parceiro que fizesse filho fora. Enquanto isso, ela era submetida a várias cirurgias. Aliás, foram tantos procedimentos que até perdeu a conta.
“Fiz várias cirurgias e retirei muitos miomas, mas cresciam novamente e muito rápido. A cada dia que passava, eu só piorava. Chegou um período que eu não ficava uma semana sem dor”, relembrou.

Segundo contou, a medicação já não fazia efeito. Esta situação debilitava ainda mais a jovem, o que levou a família a mobilizar esforços para tentar novo tratamento na Índia. Foi daquele país asiático que vieram notícias piores. Além dos miomas, foi descoberto um tumor no útero e não só. As cirurgias não evitaram que o pior acontecesse. O útero já estava completamente danificado. Por causa disso, não restava outra solução que não fosse a remoção do órgão.

“A médica chegou a perguntar sobre o meu posicionamento. Eu lembro-me de ter dito que não queria tentar mais nada. Já estava cansada. Eu disse: pode tirar, doutora”, avançou. Leia mais…

TEXTO DE HERCÍLIA MARRENGULE

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