Desporto

TPC para o ministro

Um conjunto de `madodas`, a partir de uma iniciativa de Luís Cezerilo, reuniu-se há dias, informalmente, para discutir a situação do desporto no país e a partir daí formular sugestões que poderão, eventualmente, ser úteis aos novos governantes nesta sensível área que é o desporto.

Foi uma tarde para (re)conhecer erros e atitudes, tudo apontado para um (re)colocar da fasquia das nossas ambições num nível em que já esteve e do qual não deveríamos ter permitido que descesse.

Figuras como Nuno Narcy, João de Sousa, Esperança Sambo, Aurélia Manave, António Marques, Fernandinho, Miguel Chau, o autor destas linhas e outros, dissertaram sobre o que lhes vai na alma, com um ponto de partida tão importante, quão anormal nas nossas lides: buscar culpas, antes de mais, em nós próprios.

Havia uma agenda, é verdade, mas por ser um encontro de alinhamento de ideias entre pessoas que viveram outros ventos e outros tempos, o que se queria era mesmo encontrar pensamentos comuns sobre algumas matérias, algo que possa vir a ter utilidade para quem tem a responsabilidade, aos vários níveis, de devolver ao lugar que merece, a nossa actividade desportiva, com o seu papel de conferir mais saúde aos nossos cidadãos e mais títulos ao país.

– «Saio desta sala mais enriquecido, com a barriga cheia de novas ideias» – disse um dos participantes.

Esta e outras mensagens, provavelmente, terão chegado ao Ministro Nkutumula, da Juventude e Desportos, que de imediato alertou o organizador do evento para a urgência de um novo encontro, desta vez com a sua presença, afim de o governante, de viva voz e não através de relatórios, ´beber` da fonte alguns dos TPC´s.

Mais do que o que foi dito – por vezes com grande dose de emoção – ficou o registo da grande preocupação dos ´madodas´ em continuarem a ser sujeitos activos do desporto neste processo, ao lado dos jovens, deixando claro na prática que velhos, efectivamente… são os trapos.

RECEITA PARA NOVAS ESTRELAS

Mudando de assunto. Não se trata de nenhum conflito, muito pelo contrário. Com o fenómeno da globalização que nos entra pelas casas, não me arrepia que crianças e jovens do nosso país sejam capazes de comentar, com propriedade, as incidências da NBA, dos campeonatos europeus, ou os triunfos da Serena Williams, no ténis.

Os poderosos meios de Comunicação pelo mundo fora, endeusam os atletas que ganham estatuto de estrelas. Aos vários níveis, eles acabam servindo de modelo para os jovens se sentirem motivados, sonhando com um estrelato a que só chega uma minoria restrita.

Esta é uma realidade a que não importa contrapor. Agora, o que me parece menos bem, ressalvadas as diferenças, é a nossa incapacidade – especialmente dos OI´s – em criarem a partir de quem entre nós se salienta no distrito, na província e na Nação  – as nossas próprias estrelas.

Recordo-me que há uns anos, no Estrela Vermelha, interrompemos um almoço em que estavam presentes gratas personalidades como Eusébio, Acúrsio Carrelo, Vicente, Hilário e Vítor Serpa, para irmos apreciar as habilidades de um miúdo que dava quantos toques queria na bola, com qualquer dos pés. 

A partir daí, a carreira do ´puto´ foi sendo acompanhada desde o BEBEC, tornando-se um estrela conhecida aos 12 anos. Estrela Vermelha foi o primeiro ´laboratório´, seguiram-se Desportivo de Maputo e Mambas. Hoje, pode garantir-se que é dos maiores craques da década. O seu nome: Dominguez!

Será que seguindo e acarinhando talentos que vão surgindo a partir dos juvenis, não poderemos gerar novas estrelas como o craque do Sundowns?

 

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