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Temos que conquistar algo

Por admin

O Costa do Sol prepara-se para quebrar o jejum de sete dolorosos anos sem motivos para festejar. E, para tal, foi recuperar o treinador recordista de títulos, José Arnaldo Salvado, o qual, assume o desafio de ganhar qualquer coisa este ano.

Os “canarinhos” iniciaram há sensivelmente um mês o ataque a época 2014, tendo em vista as duas principais competições nacionais, “Moçambola” e Taça de Moçambique.

Namaacha, primeiro, Suazilândia e África do Sul, depois, foram os pontos escalados para iniciar a afinação dum conjunto que viu partir algumas das suas principais armas.

Deixaram o clube o capitão Mambo, Macha, Sanito, Themba, Tchaka, Rivaldo e Mayunda.

 

 

MELHOR ATAQUE É A DEFESA

 

Para já, avaliando as contratações já confirmadas do Costa do Sol, vislumbra-se uma filosofia de que o melhor ataque é a defesa, não a máxima de que a melhor defesa é o ataque.

Ora vejamos: James, defesa direito, trocou o Maxaquene para testar a titularidade do “internacional” João Mazive, enquanto Campira seguiu para juntar-se ao experiente Dário Khan e Manuelito I no centro da defesa; o malawiano Moses também deixou o Maxaquene para disputar o lado esquerdo com Dito, outro jogador de selecção nacional.

Nesta disposição, há indicações de o Costa do Sol possuir, em termos individuais, uma defesa rija e com muitos quilómetros de “Moçambola”, premissa que indicia maior disponibilidade para os médios atacarem o adversário com maior segurança.

Para já, Arnaldo Salvado não embandeira em arco, apelando a tranquilidade na formação do novo plantel.

Vamos montando a equipa com calma, com tranquilidade; a base da equipa já cá existe, é notório ao Costa do Sol que falta jogadores de ataque…mas dentro da área não conseguimos dar seguimento a esse caudal ofensivo, portanto precisamos de avançados, isso e notório.

Uma desvantagem que tem dias contados, uma vez haver já jogadores identificados para colmatar esta debilidade:

– Iremos procurar por eles, a direcção também está atenta, e temos tempo, até ao fecho das inscrições e o início do Moçambola para ter uma equipa para lutar pelo título com todo respeito pelos adversários.

Havendo carência no mercado doméstico, resta a pesquisa no estrangeiro, uma vez que os regulamentos permitem a inscrição de cinco jogadores não moçambicanos por clube.

– Em termos de avançados dentro do país praticamente o mercado não tem opções, mesmo no fim da época poucos jogadores se transferiram, também a qualidade não é boa, qualquer equipa que em Moçambique tem dificuldades em termos de finalização tem de olhar para fora. Os poucos jogadores bons ou de um nível médio já estão comprometidos e é difícil encontrar, iremos procurar atletas fora de Moçambique, temos referências, em duas semanas alguns jogadores virão fazer experiência vamos ver se conseguimos.

Atenção que Arnaldo Salvado não quer qualquer estrangeiro, daí que a selecção tem de ser cuidadosa, logo num período que muitos jogadores entram por fronteiras moçambicanas à procura dum lugar ao sol.

– No respeito a estrangeiros se contratarmos terão que ser jogadores que realmente fazem a diferença, não vamos contratar um jogadores estrangeiro só para dizer que veio, terá que ser um jogador que venha fazer a diferença e que tenha efectivamente qualidade.

Estrangeiros com aval do treinador já são três, designadamente os malawianos Moses e Chamango, para além de David, de nacionalidade zimbabweana.

No jogo de apresentação, subiu ao relvado o camaronês Inocent, um avançado possante que deu boas indicações, podendo ser útil para equilibrar o tecnicismo de jogadores como Rúben e Manuelito no ataque.

 

PLANTEL PARA O TÍTULO

Vale repetir que o Costa do Sol está a caprichar tendo em vista atacar o “Moçambola” e Taça de Moçambique, e o treinador não esconde a ambição de ganhar já este ano. 

– Pretendemos um plantel forte, sabemos que o Costa do Sol há sete anos não ganha nem uma taça nem um campeonato, há muitas expectativas por parte dos nossos adeptos, e nós não queremos de forma alguma desiludir. É lógico que o objectivo do Costa do Sol é vencer uma prova nacional e em princípio o campeonato, e para isso é preciso trabalhar com tranquilidade, dar tempo e tranquilidade para podermos colher esses frutos.

Questionado pelo domingo se o Costa do Sol desta temporada será o mais forte dos últimos anos, Arnaldo Salvado sublinhou que o objectivo é esse e o trabalho em curso está direccionado para esse patamar.

– O objectivo de nos apresentarmos mais fortes existe, o Costa do Sol há sete anos não ganha nada, tem ficado em quinto, sexto ou sétimo, o melhor que conseguiu foi terceiro nestes sete anos, exige-se a um clube como o Costa do Sol, com os patrocinadores que tem, os adeptos que tem pelo país, melhores posições que aquelas que tem ocupado.

Por isso, fundamenta o técnico, “é lógico que tenho que me integrar nesta filosofia de perspectiva dos dirigentes do clube e claramente esperamos já este ano fazer melhor do que o ano passado com uma conquista, não queremos apenas melhorar as posições dos anos passados, temos que conquistar algo e se não conseguirmos isso é lógico que assumo de princípio responsabilidades no facto, o que não podemos é criar ilusões agora para os nossos adeptos. Quando o campeonato começar é lógico que esperamos ter uma equipa muito forte”.

 

Queremos uma equipa pragmática

Os golos marcados é ditam vitórias e essa velha lição orienta o trabalho técnico em curso no Costa do Sol.

Arnaldo Salvado perspectiva uma época difícil para as 14 equipas do “Moçambola”, considerando que nas últimas épocas o desnível entre as equipas reduziu substancialmente no interior das quatro linhas.

Considera que a Liga Muçulmana destacou-se nas últimas edições, sempre incomodado pelo “seu” Maxaquene e outros emblemas em ascensão, a exemplo do HCB, Ferroviário da Beira e Clube do Chibuto.

– A Liga Muçulmana tem tido nos últimos anos predominância no futebol nacional, o Maxaquene tentou dar alguma réplica, vimos nos últimos anos a subida ao pódio de alguns clubes, o Chibuto e o HCB deram boa resposta, o Ferroviário da Beira tem estado muito bem. O futebol em Moçambique tem estado nivelado, não há grandes desníveis entre as equipas, mesmo em termos individuais.

Por isso, o treinador argumenta que “prevemos uma época difícil tal como foi o ano passado e o Costa do Sol tem que aprender dos anos anteriores, em que iniciou muito mal os campeonatos, com uma primeira volta muito fraca e depois não consegue ter tempo suficiente para recuperar nas pontas finais, vamos ver se nós aprendemos com esses erros”.

Sobre a forma de actuar dos “canarinhos” esta época, Arnaldo Salvado quer uma equipa ofensiva e pragmática, com alternativas para marcar golos.

– Queremos ter uma equipa mais pragmática e com algumas soluções em termos de ataque, principalmente quando se joga fora luta-se muito, as equipas fecham-se muito e por isso precisamos de alguns jogadores com características diferentes.

Quer dizer, o ataque do Costa do Sol precisa agora de jogadores com disponibilidade física para completar o tecnicismo de Rúben e Manuelito, principais municiadores.

– O Costa do Sol tem jogadores como Paulo, Rúben, Manuelito, com elevada técnica individual, de toque curto, mas que não dão muita objectividade no ataque contra equipas que se fecham muito e isso torna ainda mais difícil chegar aos golos. Vamos precisar de jogadores com características diferentes. Temos que tentar colmatar alguns erros para ter melhor sucesso.

 

Equipa B para

 lançar novos jogadores

Este ano, o Costa do Sol vai apresentar uma equipa B, com direito a participar no Campeonato da Cidade de Maputo, sem, contudo, jogar para qualificar-se à “poule” regional de apuramento ao “Moçambola”.

É uma iniciativa que Salvado espera vir contribuir para o lançamento de vários jogadores para o plantel principal já este ano, e, para ser base de recrutamento no futuro.

Neste 2014, cinco jogadores juniores ascendem para a equipa principal, mas enquanto não conquistarem lugar, vão competir na equipa B, sob comando técnico de Artur Comboio.

– Temos juniores, pretendemos este ano ter uma equipa B que vai entrar no Campeonato da Cidade para dar continuidade ao trabalho de formação que o clube vai fazendo nos escalões de formação, vamos puxar alguns juniores para a equipa principal para que não se repita o que tem acontecido todos os anos, a equipa perde doze ou 14 jogadores e depois tem de contratar de novo, portanto com mais tranquilidade no futuro vamos ter esta filosofia de trabalho de promoção de jogadores para a equipa principal.

 

 

Custódio Mugabe

 

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