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Sou candidato de todas associações provinciais- Alexandre Rosa (Chandó)

Por admin

Alexandre Rosa (Chandó) não recua da intenção de se candidatar a presidente da Federação Moçambicana de Futebol. Nem admite coligação antes do escrutínio que deverá acontecer entre Agosto e Outubro deste ano.

 Está confiante que vai ganhar, aliás, diz que é por saber que vai derrotar quaisquer que sejam adversários que se vai candidatar. Tem condições financeiras reunidas para uma campanha vitoriosa.

E mais do que ocupar o lugar de presidente da FMF, que Feizal Sidat vai deixar, quer resgatar o futebol, colocando as selecções nacionais ao mais alto nível africano, mediante um trabalho muito sério de formação nos clubes.

Antes desta entrevista, realizada na sala VIP da Televisão Independente de Moçambique (TIM), onde é jornalista e director de informação, a seu pedido, houve uma conversa em “off the record”, de jornalista para jornalista, que, logicamente, não pode passar para o papel.

Chandó, já percebi tudo. Agora diga: o que lhe motiva a se candidatar a presidente da FMF?

É por saber que posso contribuir e ser útil ao desporto, principalmente ao futebol. É outra forma de exercer o meu direito de cidadania.

Não é para se divertir doutra maneira do futebol?

Não. É uma candidatura muito séria, pragmática e com objectivos muito claros…

Quais?

Que passam por resgatar o futebol nacional, colocando as selecções nacionais a atingir bons níveis na região africana em que estamos. Fazer tudo para que tenhamos participações regulares nos campeonatos africanos de futebol a nível das selecções de onze, em masculinos e femininos,futsal e futebol de praia. Os clubes andam descapitalizados, então, temos um projecto de como ajudá-los financeira, material e institucionalmente, porque é deles que saem os atletas para as selecções nacionais. Sem esta base consolidada nunca teremos bons resultados a nível das selecções. 

Selecções que só jogam na capital do país!

Ia dizendo que pretendemos descentralizar o futebol colocando asselecções nacionais a fazerem jogos também nas províncias. E apostamos na formação de agentes desportivos, designadamente árbitros, treinadores e dirigentes.

Vamos continuar a chamá-lo de Chandó?

Nesta campanha prefiro que me chamem Chandó. 

Vou derrotar seja quem for

Chandó, quem vai para uma luta sabe que pode ganhar ou perder. Está confiante na vitória?

Todo o meu percurso desportivo foi feito de vitórias. Estou optimista que irei vencer, porque estou habituado a construir vitórias, veia esta que quero levar para a FMF.

Quem está por detrás da sua intenção de ser presidente da FMF?

Quem está por detrás da minha candidatura é a vontade de Chandó, que é dos desportistas nacionais.

Por que não faz parte dos antigos jogadores preocupados com o futuro do futebol e que já formaram um movimento de mudança?

Eu sou cidadão moçambicano que quer contribuir para o desenvolvimento do nosso desporto através do futebol. A minha visão é olhar para o futebol de forma holística, que combinado com outras modalidades sairá a ganhar o desporto no geral.

Por que a sua intenção de se candidatar a presidente da FMF surge depois de tornada pública a de Manuel Chang? Não se achou identificado naquele grupo?

Estrategicamente, eu estava a á espera do primeiro candidato a dar cara, seja qual fosse. Para quem já leu alguns livros clássicos sobre competições e concorrência, sabe das razões que me levaram a aparecer vinte e quatro horas depois da apresentação de Manuel Chang. O nome do modelo de ataque que preferi denomina-se “Táctica de Roma.” E não me identifico com os apoiantes de Manuel Chang.

Porquê?

Porque eu tenho visão própria, que é comungada por algumas pessoas preocupadas em estabelecer no futebol uma sustentabilidade efectiva virada para resultados.

Quem são os que fazem parte do seu grupo?

Tenho antigos jogadores desde os da geração dos Martinho de Almeida, de Calton Banze, dos da geração de Chiquinho Conde, geração de Tico-Tico e Dário Monteiro e da geração do Domingues e dos futebolistas ainda no anonimato. São tantos que não caberiam nas páginas do seu jornal.

A figura de Manuel Chang não lhe ameaça?

Em nenhum momento alguma figura a candidatar-se num pleito em que eu esteja poderia me meter medo, porque o único propósito que eu tenho é derrotar, seja quem for o adversário. É uma coisa que me habituei enquanto jogador. Mesmo que estivesse a concorrer com Josefph Blatter não teria medo.

Não me falem de coligação

Tem dinheiro?

Tenho uma cadeia de projectos para gerar dinheiro.

Refiro-me de dinheiro para uma campanha vitoriosa. Tem?

Os recursos estão todos disponibilizados para que não falhe absolutamente nada nesta corrida.

Qual será a associação a suportar a sua candidatura?

Todas as associações provinciais.

Eonde será lançada a sua campanha?

Está tudo a ser preparado aos pormenores para que seja numa cidade do centro do país.

É ou não contra políticos no futebol?

Não sou a favor de políticos no desporto, porque se queremos colocar pessoas certas no lugar certo que prevaleça a lei da imparcialidade.

Quem disse que os políticos não são imparciais?

Historicamente o futebol sempre foi gerido por futebolistas ou desportistas e é preciso ter-se gestores desportivos com algum passado de mérito na área.

Como Chandó?

Sim, como eu. Ganhei tudo que tinha a ganhar nas camadas de formação no Chingale de Tete e no Desportivo de Maputo. Participei num campeonato africano de Sub-17, no Mali, e fui campeão nacional por duas vezes no Desportivo de Maputo, a conquista mais alta no nosso futebol. Tive sucesso na área.

Quer com isso dizer que conhece bem o balneário do futebol?

Cada período e grupo tem a sua especificidade, mas as regras de um balneário são universais e conheço-as de cor e salteado. Esta minha afirmação é sustentada pela prova que tenho quando jogador do Desportivo, na altura clube sem recursos, mas com balneário que fez emergir nomes sonantes do futebol, tais como Dário Monteiro, Tico-Tico, Tomás, Sérgio Faife, Luisinho, Domingues, Michel. Nos inspiramos na mística de Chababe, Calton, Amide e outros.

Tem alguma aproximação com o actual elenco directivo da FMF?

Tenho uma relação de amizade.

Que tipo de amizade?

Pela profissão que exerço actualmente existem questões de cobertura que temos que fazer das actividades da FMF. E às vezes é preciso ter uma boa aproximação e relação com a fonte.

Aceitaria fazer parte de uma coligação, quer com o elenco de continuidade, quer com outros que querem chegar à FMF?

Antes do escrutínio não aceito nenhuma coligação. Mas estarei disposto a trabalhar com os que como eu são em prol do desenvolvimento do futebol moçambicano e não para se servir dele. A essas figuras credíveis do futebol os integrarei na gestão da FMF. 

Tem alguma ideia sobre como fortalecer a prática de futebol nos distritos, nas localidades e nos postos administrativos?

Fique descansado que a FMF chegará em Morrumbala e noutros distritos com material para distribuir e conhecimentos para formação de treinadores, árbitros e dirigentes. Como já disse, a base da sustentabilidade de futebol deve ser alargada aos distritos, localidades, postos administrativos e às escolas. Dessa massificação ir-se-á afunilando os talentos até ao topo. Há uma pergunta que temos que nos fazer: Nos cerca de 25 milhões de habitantes que somos não podemos conseguir ter um onze de jogadores de nível mais alto africano ou ter um, dois ou três Cristianos Ronaldo, Messis e Inestas? É nisto que eu quero trabalhar nos próximos anos de mandato como presidente da FMF.    

Afinal, quem é Chandó?

Alexandre Rosa (Chandó, assim e não com X), nasceu há 36 anos, em Zumbo, província de Tete. Começou a fazer-se futebolista de elite nacional nas camadas de formação do histórico Chingale de Tete. Foi no Desportivo de Maputo que concluiu formação e ascendeu ao escalão de sénior.

Na baliza dos “alvi-negros”, depois de ganhar tudo nos escalões inferiores, sob batuta do treinador-formador Gentil Escrivão Nhantumbo, foi campeão nacional sénior nos anos 1995 e 2006, primeiro treinado por Miguel dos Santos e depois por Uzaras Mahomed.

Fez parte das selecções nacionais de sub-17, 20 e 23. Nalgumas vezes era convocado para a selecção nacional sénior, isso na altura de Arnaldo Salvado. A última convocatória aconteceu na estreia de Mart Noij como seleccionador nacional para o jogo com Burquina Faso, em Ouagadougou.

Depois de operado no joelho, em 2007, Chandó termina a carreira de futebolista vestido de alaranjado do Estrela Vermelha de Maputo, sem ter feito época inteira.

É no mesmo ano de 2007 que Chandó entra para o jornalismo pela porta da Televisão Independente de Moçambique (TIM), primeiro como comentador desportivo, convidado por Gervásio de Jesus, depois jornalista desportivo. Foi indicado Chefe de Redacção e, actualmente, é director de informação. E é estudante de Economia e Gestão no ISCTEM.

É casado com Artemisia Ernesto Gove. É pai de três filhos, dois rapazes e uma rapariga.

Manuel Meque
malembalemba@gmail.com

 

 

 

 

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