Política

VISITA PRESIDENCIAL: Nyusi e Obiang estudam cooperação

A área dos Hidrocarbonetos, em particular a exploração do gás natural e petróleo constituiu o ponto mais forte das conversações havidas semana finda em Maputo, entre o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi e o seu homólogo da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema.

A visita do estadista equato-guinense se enquadrava no reforço das relações de amizade, solidariedade e cooperação existentes entre Moçambique e Guiné Equatorial, nos domínios comercial, regional e internacional.

Para o efeito, os dois estadistas acompanhados das respectivas delegações mantiveram conversações nos vários aspectos de interesse económico com enfoque para as áreas dos recursos minerais e energia, (hidrocarbonetos), agricultura, transportes e comunicações, saúde e educação.

No fim do encontro, foram assinados instrumentos que irão estruturar a cooperação, nomeadamente, o Acordo Geral de Cooperação Económica, Cultural, Científica e Técnica; o Acordo para o estabelecimento da Comissão Conjunta de Cooperação e o Memorando de Entendimento sobre Consultas Políticas e Diplomáticos.

Estes instrumentos segundo vincaram os dois estadistas constituem a suprema expressão da vontade de alargar as relações entre os dois países que duram desde os tempos da luta pela independência dos dois países.

Os dois estadistas vincaram o desejo de alavancar a cooperação nos vários domínios para o bem-estar de ambas nações. Filipe Nyusi, designadamente, disse que os dirigentes de ambos povos abraçaram muito cedo a essência de um patriotismo genuíno com o qual se teceu a luta contra a dominação colonial tendo em vista a construção de uma identidade própria, construída pelo espírito de coragem, bravura e heroicidade daqueles homens e mulheres que sem meios resistiram contra os colonos.

Segundo afirmou tais dirigentes continuam a inspirar ambos povos e países na superação dos desafios de desenvolvimento, tendo apontando entre, eles, Enrique Nvo Okenve, Acácio Mané Ela, Santiago Uganda, da Guiné Equatorial; Maguiguana Khossa, os Makombe, Nyaringas, Matacas, Farlahi do lado moçambicano, só para citar alguns exemplos.

Sobre os acordos assinados entre os dirigentes das duas diplomacias, o Presidente da República disse que expressavam a vontade de incrementar os laços de amizade e cooperação tendo o horizonte a superação das dificuldades de cada país.

“Com o acto da assinatura destes dispositivos, quisemos partir para o pleno aproveitamento das potencialidades e vantagens comparativas de que dispomos nos nossos países para criar cadeias produtivas e acrescentar valor, melhorando assim o serviço que prestamos aos nossos povos. Queremos, igualmente, capitalizar o diálogo que tem caracterizado as relações entre os nossos dois governos e países, para harmonizar”,disse Filipe Nyusi.

Para Nyusi o potencial humano e os recursos naturais existentes nos dois países são os ingredientes para maximizar os ganhos.

“Por exemplo, a experiência da irmã Guiné Equatorial pode ser útil na exploração do gás e petróleo para o desenvolvimento económico e bem-estar dos moçambicanos” disse o chefe do Estado moçambicano.“Os transportes e comunicações, educação e desenvolvimento humano são outras áreas susceptíveis de maximização para o melhor usufruto dos dois povos irmãos e, sobretudo, podem servir de força motriz para que as relações bilaterais produzam resultados visíveis”,acrescentou Nyusi.

 

O presidente do nosso país disse ainda que os desafios dos dois países e dos blocos regionais a que pertencem exigem de cada país firmeza, coordenação e trabalho conjunto para a sua superação.

“A pobreza, a delinquência juvenil, o crime organizado, os actos de terrorismo os efeitos das mudanças climáticas, entre os quais a seca e cheias, são alguns exemplos a citar”,destacou.

Teodoro Obiang disse que o seu país sempre esteve ligado ao nosso desde a luta pela autodeterminação apesar da distância geográfica que os separa tanto é que partilham a mesma herança da luta contra a dominação colonial.

“Nos tempos mais difíceis, no recrudescimento da nossa luta, a República de Moçambique se transformou em bastião não só para combater os redutos do colonialismo em África, mas também a favor da abolição do apartheid na África do Sul, razão pela qual os moçambicanos tem sido considerados uma força incessante do pan-africanismo, da integração na União Africana e na inserção do nosso país na Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) ”,disse.

Ainda de acordo com Obiang, o nosso país pela sua grande experiência no sector agrícola pode jogar um papel importante na dinamização da agricultura na Guiné Equatorial, que por sua vez possui um desenvolvimento assinalável no sector energético.

“O desenvolvimento do continente está nas mãos dos próprios africanos e o seu avanço progressivo dependerá dos intercâmbios cooperativos, bem como do divórcio da dependência de África das potências extra-africanas”,disse.

Num outro momento, Nguema afirmou que os africanos poderão alcançar grandes progressos económicos considerando os recursos de cada país e os programas desenhados para aceder às novas tecnologias, diversificação da produção nacional de modo a alcançar a auto-suficiência económica.

“Com este propósito, vimos Moçambique como parceiro ideal para intercâmbio de conhecimentos e experiências, com o espírito de adoptar os programas de cooperação que resultem no desenvolvimento recíproco para ambos países. Está, é a única maneira de salvaguardar a nossa independência política e soberania dos nossos estados e progressão genuína dos nossos povos”,disse Obiang.

De referir que para além de participar nos eventos referidos acima, o hóspede procedeu a deposição de uma coroa de flores na Praça dos Heróis Moçambicanos, visitas ao Porto de Maputo e a Assembleia da República e ao Conselho Municipal, onde recebeu a chave da cidade de Maputo.

A visita de Obiang a Moçambique aconteceu nove dias depois de ter estado em Angola, onde manteve conversações com o chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, no âmbito do reforço das relações económicas nos domínios da formação de quadros, transportes, agricultura e pescas.

 

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